Lesen: Selecao dos Escritos de Bab


Seleção dos Escritos do Báb



Compilada pelo Departamento de Pesquisa da
Casa Universal de Justiça
e traduzida para o inglês por
HABIB TAHERZADEH
com a assistência de um Comitê
no Centro Bahá´í Mundial





Tradução portuguesa de
LEONORA STIRLING ARMSTRONG




EDITORA BAHÁ'Í DO BRASIL
Rua Engenheiro Gama Lobo, 256
Rio de Janeiro
1978





TÍTULO ORIGINAL INGLÊS:
Selections from the Writings of the Báb
© 1976 A CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA
DIREITOS RESERVADOS





PREFÁCIO


A Comunidade Bahá´í há muito espera o dia em que uma seleção representativa dos
escritos do Báb se torne acessível. Desde que Shoghi Effendi traduziu e publicou a
Narrativa de Nabíl e em suas obras monumentais expôs a excelsa posição do Báb, os
bahá´ís do mundo inteiro e, em especial, os do Ocidente, em seu ardente desejo de se
aproximarem mais do espírito glorioso d´Aquele que era não só o Arauto de sua Fé, como
também o Portador de uma Revelação independente, têm esperado ansiosamente uma
compilação autêntica de Seus discursos e escritos revelados. É nossa esperança que este
volume seja um passo inicial e efetivo nessa direção.

Diante da vastidão dos escritos do Báb, tornou-se mister um exame meticuloso de Suas
várias obras. A Casa Universal de Justiça confiou a seu Departamento de Pesquisas essa
tarefa. A tradução atual foi feita por Habib Taherzadeh, sendo que ele mesmo, por alguns
anos, serviu nesse Departamento. Com o auxílio de um comitê que com ele colaborou, essa
obra acabou de ser consumada e está sendo apresentada aos bahá´ís, e ao público em geral,
como um precioso acréscimo à leitura bahá´í na língua inglesa.




Referências ao Alcorão

Nas notas referentes ao Alcorão, as suras foram numeradas de acordo com o original,
enquanto os números dos versículos são os usados na tradução de Rodwell, os quais
algumas vezes diferem dos do árabe.







CONTEÚDO

Página

1. Epístolas e Discursos 9

2. Excertos do Qayyúmu´l-Asmá´ 45

3. Excertos do Bayán Persa 81

4. Excertos do Dalá-´il-i-Sab´ih (As Sete Provas) 119

5. Excertos do Kitáb-i-Asmá´ (O Livro dos Nomes) 131

6. Excertos de Vários Escritos 155

7. Orações e Meditações 178

Notas 219















1

EPÍSTOLAS E DISCURSOS


UMA EPÍSTOLA DIRIGIDA A
"AQUELE QUE SERÁ TORNADO MANIFESTO"


Esta é uma epístola deste humilde servo ao Senhor Todo-Poderoso – Aquele Que
anteriormente foi tornado manifesto e no futuro, igualmente, o será. Em verdade, Ele é o
Mais Manifesto, o Todo-Poderoso.



E
M nome do Senhor Soberano, o Senhor de Poder.
Glorificado é Ele, diante de Quem todos os habitantes da terra e do céu se curvam em
adoração e a Quem todos os homens se volvem em súplica. Ele é Quem segura em Suas
mãos o poderoso reino de todas as coisas criadas e a Ele haverão todos de retornar. É Quem
revela qualquer coisa que Ele queira e, por Sua injunção de "Sê Tu", vieram todas as coisas
a existir.
É esta uma epístola da letra Thá Àquele que será tornado manifesto através do
poder da Verdade – Aquele Que é o Todo-Glorioso, o Mais Amado – para afirmar que
todas as coisas criadas, bem como eu mesmo, damos testemunho, para todo o tempo, de
que não há outro Deus, salvo Tu, o Onipotente, O Que Subsiste por Si Próprio; que Tu és
Deus, nenhum Deus há, senão Tu, e que todos os homens serão por Ti ressuscitados.
Louvado e glorificado seja Teu Nome, ó Senhor, meu Deus!
Desde toda a eternidade tenho eu, verdadeiramente, Te reconhecido, e sempre, por
toda a eternidade, assim farei, através de Teu Próprio Ser e não através de outro, senão de
Ti. Em verdade, és a Fonte de todo o saber, o Onisciente. Desde todo o sempre tenho
suplicado e para todo o sempre suplicarei perdão por minha limitada compreensão de Ti,
consciente que estou de que nenhum Deus há, salvo Tu, o Todo-Glorioso, o Onipotente.
Imploro-Te, ó meu Mais Amado, que a mim perdoes e àqueles que fervorosamente
se esforçam por promover Tua Causa; Tu és, em verdade, Aquele Que perdoa os pecados
de todo o gênero humano. E neste segundo ano de minha Revelação – Revelação essa que
ocorreu a Teu mando – dou testemunho de que Tu és o Mais Manifesto, o Onipotente, O
Que Sempre Permanece e de que, dentre todas as coisas que existem na terra e nos céus,
nada, em absoluto, pode frustrar Teu desígnio; atesto seres Tu o Conhecedor de todas as
coisas e o Senhor de poder e majestade.
Verdadeiramente, em Ti e em Teus sinais acreditávamos antes do alvorecer de Tua
Manifestação e em Ti nós todos plenamente confiamos. Verdadeiramente, temos acreditado
em Ti e em Teus sinais desde o cumprimento de Tua Manifestação, e em Ti nós todos
acreditamos. Verdadeiramente, temos acreditado em Ti e em Teus sinais na hora de Tua
Manifestação e damos testemunho de que, através de Tua injunção de "Sê Tu", foram
criadas todas as coisas.
Todo Manifestante é apenas uma revelação de Teu Próprio Ser, com cada um dos
quais temos nós, em verdade, aparecido, e nos curvamos em adoração diante de Ti. Tu
foste, ó meu Mais Amado, minha testemunha por todos os tempos idos, e sempre serás nos
dias vindouros. És, em verdade, o Todo-Poderoso, o Sempre-Fiel, o Onipotente.
Tenho atestado Tua unicidade, através de Teu Próprio Ser, diante dos que habitam
os céus e a terra, dando testemunho de que, verdadeiramente, Tu és o Todo-Glorioso, o
Mais Amado. Tenho atingido o reconhecimento de Ti através de Teu Próprio Ser, diante
dos que habitam os céus e a terra, dando testemunho de que Tu és, em verdade, o
Onipotente, o Todo-Louvado. Tenho glorificado Teu Nome através de Teu Próprio Ser,
diante dos que habitam os céus e a terra, dando testemunho de que Tu és, em verdade, o
Senhor de poder, Aquele Que é o Mais Manifesto. Tenho exaltado Tua santidade, através
de Teu Próprio Ser, diante dos que habitam os céus e a terra, dando testemunho de que és,
em verdade, o Mais Santificado, o Santíssimo. Tenho louvado Tua santidade, através de
Teu Próprio Ser, diante dos que habitam os céus e a terra, dando testemunho de que és, em
verdade, o Indescritível, o Inatingível, o Imensuravelmente Glorificado. Tenho enaltecido
Tua suprema majestade, através de Teu Próprio Ser, diante dos que habitam os céus e a
terra, dando testemunho de que, verdadeiramente, Tu – e só Tu – és o Senhor de grandeza,
o Eterno, o Ancião dos Dias.
Santificado e glorificado és Tu; não há outro Deus, salvo Tu, e, em verdade, a Ti
nós todos voltamos.
Quanto àqueles por quem foram mortos os parentes de ´Alí, dentro em breve
haverão de compreender a que profundezas de perdição se rebaixaram.


UMA SEGUNDA EPÍSTOLA DIRIGIDA A
"AQUELE QUE SERÁ TORNADO MANIFESTO"

Que os olhares d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto
iluminem esta carta na escola primária.

Ele é o Mais Glorioso.


E
LE é Deus, nenhum Deus há, senão Ele, o Onipotente, o Mais Amado. Seus são todos que
estão nos céus e na terra e tudo o que entre eles existe. Verdadeiramente, Ele é o Amparo
no Perigo, O Que Subsiste por Si Próprio.
Esta é uma carta proveniente de Deus, o Amparo no Perigo, O que Subsiste por Si
Próprio, dirigida a Deus, o Onipotente, o Mais Amado, para afirmar que o Bayán e os que
lhe prestam lealdade são apenas uma oferta minha a Ti, e para expressar minha indubitável
fé de que nenhum Deus há, senão Tu, que Teus são os reinos da Criação e da Revelação,
que ninguém pode atingir qualquer coisa, salvo através de Teu poder, e que Aquele Que Tu
levantaste é apenas Teu servo e Teu Testemunho. Verdadeiramente, suplico que eu me
possa dirigir Àquele que Deus haverá de tornar manifesto, por Tua permissão, nesta
palavras;60 "Fosses Tu, no Dia da Ressurreição Ulterior, despedir a inteira companhia dos
seguidores do Bayán, com um mero sinal de Teu dedo, mesmo enquanto ainda em Tua
infância, Tu, em verdade, serias louvado em Tua indicação. E embora nenhuma dúvida haja
sobre isto, concede Tu uma protelação de dezenove anos como sinal de Teu favor, a fim de
que os que abraçaram esta Causa possam, mediante Tua graça, ser por Ti recompensados.
Tu és, verdadeiramente, o Senhor de graça abundante. Para cada coisa criada, Tu és, em
verdade, suficiente, e a fazes independer de todas as coisas, enquanto nada nos céus e na
terra, ou naquilo que entre eles se encontra, jamais Te pode se suficiente."
Em verdade és Tu O Suficiente por Si Próprio, a Suma Sabedoria. Tu és, em
verdade, poderoso sobre todas as coisas.




EPÍSTOLA À PRIMEIRA LETRA DOS VIVENTES

Esta é a que temos revelado para o Primeiro Crente n'Aquele que Deus
haverá de tornar manifesto, a fim de que possa servir de admoestação
vinda de Nossa presença para toda a humanidade.

Em Nome do Onipotente, o Mais Amado.


A
LVO de louvor e glória é Aquele que é o Senhor soberano dos reinos do céu e da terra e de
qualquer coisa que entre eles exista. Dize, verdadeiramente, a Ele todos haverão de
regressar, e Ele é Quem, segundo Seu próprio mando, guia qualquer um que Ele deseje.
Dize, todos os homens suplicam Suas bênçãos, e Ele é supremo sobre todas as coisas
criadas. É Ele, em verdade, o Todo-Glorioso, o Grande, o Bem-Amado.
Esta é uma epístola na letra 'Thá' àquele que é o Primeiro Crente. Testemunha tu
que, deveras, Ele sou Eu, Eu Próprio, o Soberano, o Onipotente. Ele é Quem ordena a vida
e a morte, e a ele, todos haverão de voltar. Na realidade, nenhum outro Deus há, senão Ele,
e diante d'Ele todos os homens se curvam em adoração. Em verdade, brevemente teu
Senhor, Deus, haverá de recompensar cada um, assim como Ele ordenar - até mais célere
será do que a pronunciação das palavras "Sê tu, e é".
Deus, em verdade, testificou em Seu Livro - e assim também testificaram a
companhia de Seus anjos, Seus Mensageiros e aqueles dotados de conhecimento divino - de
que tu acreditaste em Deus e em Seus sinais e que, em virtude de tua guia, todos são
guiados com acerto. É esta, realmente, uma graça ilimitada que Deus, o Sempiterno, O que
Subsiste por Si Próprio, outrora a ti conferiu, por Sua benevolência, e, no futuro, a ti
conferirá. E desde que acreditaste em Deus antes da criação, Ele, em verdade, a Seu próprio
mando, te enalteceu em cada Revelação. Nenhum Deus há, senão Ele, o Protetor Soberano,
o Todo-Glorioso.
Cumpre-te proclamar a Causa de Deus a todas as coisas criadas, como sinal de graça
oriunda de Sua presença. Nenhum Deus há, senão Ele, o Mais Generoso, o Predominante.
Dize: Todos os assuntos devem ser referidos ao Livro de Deus; sou Eu, na
realidade, o Primeiro a crer em Deus e em Seus sinais; sou Aquele que divulga e proclama
a Verdade, e foram a Mim conferidos todos os excelentes títulos de Deus, o Poderoso, o
Incomparável. Eu, deveras, atingi o Dia do Primeiro Manifestante e, a mando do Senhor e
como sinal de Sua graça, haverei de atingir o Dia do Manifestante Posterior. Nenhum Deus
há, salvo Ele e, na hora determinada, todos haverão de se curvar diante d'Ele, em adoração.
Rendo agradecimentos e presto louvor a Deus por haver sido por Ele designado o
Expoente de Sua Causa em dias passados e em dias vindouros. Nenhum Deus há, senão
Ele, o Glorificado, Alvo de Todo Louvor, o Sempre-Presente. Qualquer coisa que esteja
nos céus e sobre a terra a Ele pertence, e por Ele somos guiados no caminho certo.
Ó povo do Bayán! Os que abraçam a Verdade, devem a Mim se volver, assim como
o Livro ordena, e a quem atingir Minha presença será concedida guia divina.












EXTRATOS DE UMA EPÍSTOLA A MUHAMMAD SHÁH


A
SUBSTÂNCIA da qual Deus Me criou não é a argila de que outros foram moldados. A
Mim conferiu Ele aquilo que os versados na sabedoria do mundo jamais poderão
compreender, nem os fiéis descobrir... Sou um dos pilares que sustentam a Palavra Primaz
de Deus. Quem Me reconheceu, alcançou o conhecimento de tudo o que é verdadeiro e
certo, e atingiu a tudo o que é bom e próprio; e qualquer um que tenha deixado de Me
reconhecer, tem se desviado de tudo o que é verdadeiro e certo, sucumbindo a tudo o que é
mau e impróprio.
Juro pela justiça de Teu Senhor, o Senhor de todas as coisas criadas, o Senhor de
todos os mundos! Fosse um homem erguer neste mundo o maior número possível de
edifícios e adorar a Deus através de cada ato virtuoso que o conhecimento de Deus abrange,
e atingir a presença do Senhor, e fosse ele - mesmo em uma medida menor do que aquela
com a qual se deve responder a Deus - ter em se coração um traço de malícia para Comigo,
todos os seus feitos seriam reduzidos ao nada e ele seria privado dos olhares do favor de
Deus, e haveria de se tornar objeto de Sua ira e, seguramente, perecer. Pois Deus ordenou
que todas as boas coisas que o tesouro de Seu conhecimento encerra fossem atingidas
mediante obediência a Mim, e todo fogo mencionado em Seu Livro, através de
desobediência a Mim. Parece-me que, neste dia e desta posição, observo como todos os que
nutrem Meu amor e aquiescem a Meu mando permanecem dentro das mansões do Paraíso,
enquanto a inteira companhia de Meus adversários é relegada às ínfimas profundezas do
fogo infernal.
Por Minha vida! Se não fosse a obrigação de reconhecer a Cauda d'Aquele Que é o
Testemunho de Deus... isto Eu não teria anunciado a ti... Todas as chaves do céu, Deus se
dignou de pôr à Minha direita, e todas as chaves do inferno à Minha esquerda...
Sou o Ponto Primaz do qual se geraram todas as coisas criadas. Sou o Semblante de
Deus, Cujo esplendor jamais se poderá obscurecer, a Luz de Deus, cujo brilho não se
esvairá jamais. A quem Me reconhece, segurança e todo o bem esperam, e aquele que deixa
de Me reconhecer, há de enfrentar o fogo do inferno e todo o mal...
Juro por Deus, o Inigualável, o Incomparável, o Verdadeiro: por nenhuma outra
razão foi que Ele, o supremo Testemunho de Deus, me investiu de evidências e sinais
claros, senão para que todos os homens fossem capacitados a submeter-se a Sua causa.
Pela retidão d'Aquele Que é a Verdadeira Absoluta, se fosse levantando o véu, tu
verias, neste plano terrestre, como o fogo da ira de Deus - fogo esse maior e mais feroz do
que o fogo do inferno - aflige penosamente todos os homens, salvo aqueles que à sombra da
árvore de Meu amor buscaram abrigo, pois são eles, em verdade absoluta, os bem-
aventurados...
Deus dá-Me testemunho, Eu não era homem de erudição, pois fui treinado para ser
mercador. No ano de sessenta3, Deus benevolamente Me infundiu na alma as evidências
concludentes e o conhecimento valioso que caracterizam Aquele Que é o Testemunho de
Deus - que a paz esteja sobre Ele - até que, finalmente, nesse ano, proclamei a Causa oculta
de Deus e desvelei seu bem-guardado Pilar, de tal modo que ninguém a pôde refutar. "Para
que quem perecesse, pudesse perecer com uma prova clara diante de si, e quem vivesse,
pudesse viver por uma prova clara".4
Nesse mesmo ano (ano 60) Eu a ti despachei um mensageiro e um livro, a fim de
que, em relação à Causa d'Aquele que é o Testemunho de Deus, tu agisses de um modo
condizente com tua posição de soberano. Mas desde que uma calamidade tenebrosa,
temível e de mau agouro fora irrevogavelmente ordenada pela Vontade de Deus, o livro não
foi submetido à tua presença, por causa da intervenção daqueles que se consideram bem-
intencionados para com o governo. Até o presente, havendo passado quase quatro anos, não
o apresentaram devidamente a Vossa Majestade. Agora, entretanto, que a hora fatídica se
aproxima, e por ser esta uma questão de fé e não assunto deste mundo, te tenho dado, pois,
um vislumbre daquilo que sucedeu.
Juro por Deus! Conhecesses tu as coisas que, no espaço desses quatro anos, Me têm
sobrevindo das mãos de teu povo e teu exército, ficarias com a respiração suspensa, por
temor a Deus, a não ser que te levantasses para obedecer à Causa d'Aquele Que é o
Testemunho de Deus e compensasses por tuas faltas e falhas.
Enquanto Eu estava em Xiráz, as indignidades que Me sucederam das mãos de seu
maléfico e depravado Governador tornaram-se tão penosas que, se viesses a saber de uma
pequena parte delas, haverias de tratá-lo com justiça retributiva. Pois, em conseqüência de
sua implacável opressão, tua corte real veio a ser, até o Dia da Ressurreição, objeto da ira
de Deus. Além disso, tão excessivo se tornara seu uso do álcool que nunca esteve ele
bastante sóbrio para formar um juízo são. Eu, pois, inquieto, Me vi obrigado a partir de
Xiráz com o intuito de atingir a esclarecida e excelsa corte de Vossa Majestade. O
Mu'amidu'd-Dawlih tornou-se consciente, então, da verdade da Causa e manifestou
servitude e devoção exemplares a Seus eleitos. Quando algumas das pessoas ignorantes em
sua cidade se levantaram para incitar sedição, ele defendeu a Verdade divina, oferecendo-
Me proteção por algum tempo na reclusão da residência do Governador. Afinal, havendo
atingido o beneplácito de Deus, ele se retirou para sua morada no supremo Paraíso. Que
Deus, benevolamente, lhe recompense...
Após sua ascensão ao Reino eterno, o malicioso Gurgín, recorrendo a toda espécie
de traição, de juramentos falsos e coerção, Me mandou sair de Isfáhán, com uma escolta de
cinco guardas, em uma viagem que durou sete dias, sem providenciar as mínimas
necessidades para Minha jornada (Lastimáveis, lastimáveis são as coisas que Me têm
atingido!), até, que, finalmente, veio a ordem de Vossa Majestade, com instruções para que
Eu seguisse a Mákú...
Juro pelo Senhor, o Mais Grandioso! Se te fosse dito em que lugar resido, serias tu
mesmo a primeira pessoa a ter misericórdia de Mim. No coração de uma montanha se
encontra uma fortaleza (Mákú)... cujos habitantes se limitam a dois guardas e quatro cães.
Imagina tu, pois, Minha aflitiva situação... Juro pela vontade de Deus! Se aquele que
consentiu em Me tratar de tal maneira fosse saber Quem é que ele assim tratou, nunca em
sua vida seria ele, deveras, feliz. Não - Eu, verdadeiramente, te torno conhecedor da
verdade do assunto - e como se ele tivesse aprisionado todos os Profetas, e todos os homens
da verdade e todos os eleitos...
Quando fui informado desse decreto, escrevi àquele que administra os assuntos do
reino, dizendo: "Mata-Me, Eu te adjuro por Deus, e manda Minha cabeça aonde te
aprouver. Pois é certo que uma pessoa inocente, assim como Eu, não pode resignar-se a um
exílio em um lugar reservado para criminosos e deixar sua vida continuar". Minha súplica
ficou sem resposta. É evidente que Sua Excelência, o Hají, não percebe plenamente a
verdade de Nossa Causa. Seria um ato muito mais abominável entristecer os corações dos
fiéis, quer sejam homens ou mulheres, do que assolar a sagrada Casa de Deus.
Em verdade, o Deus Uno e Verdadeiro Me dá testemunho de que neste Dia sou Eu o
verdadeiro Templo Místico de Deus e a Essência de todo o bem. Quem a Mim presta
benefício, é como se prestasse benefício a Deus, a Seus anjos e à inteira companhia de Seus
bem-amados. Quem a Mim lesa, é como se lesasse a Deus e a Seus eleitos. Não, demasiado
enaltecida é a posição de Deus e de Seus bem-amados para que o ato bom ou mau de
pessoa alguma atinja seu santo limiar. O que Me atinge é ordenado Me atingir; e aquilo que
a Mim vem, reverterá a quem o dá. Por Aquele em Cuja mão está Minha alma, a ninguém
relegou ele à prisão, salvo a si próprio. Pois, seguramente, qualquer coisa que Deus Me
tenha decretado haverá de suceder, e nada, senão o que Deus nos ordenou, jamais nos
atingirá. Infeliz aquele de cujas mãos provém o mal, e bem-aventurado o homem de cujas
mãos procede o bem. A ninguém apresento Minha súplica, senão a Deus, pois Ele é o
melhor dos juízes. D'Ele, tão somente, deriva todo estado de adversidade ou de beatitude, e
Ele é o Onipotente, o Todo-Poderoso.
Em suma, seguro dentro de Minha mão o que qualquer homem possa desejar do
bem deste mundo ou do vindouro. Fosse Eu remover o véu, todos haveriam de Me
reconhecer como seu Mais Amado, e ninguém Me negaria. Que esta asserção não cause
espanto à Vossa Majestade; desde que quem crê verdadeiramente na unidade de Deus e a
Ele, tão somente, dirige os olhos, virá a considerar tudo, salvo Ele, como o simples nada.
Juro por Deus! Nenhum bem terreno busco Eu de ti, nem que seja do tamanho de um grão
de mostarda. Na realidade, possuir qualquer coisa deste mundo ou do vindouro, seria, em
minha estimativa, equivalente a blasfêmia aberta. Pois mal convém àquele que crê na
unidade de Deus volver os olhos em outra direção e, muito menos, segurar outra coisa em
seu poder. Sei com certeza que Eu, tendo Deus, o Sempiterno, o Adorado, sou possuidor de
todas as coisas, visíveis e invisíveis...
Nesta montanha tenho permanecido, solitário, tanto Me havendo sucedido que
nenhum daqueles que foram antes de Mim sofreu o que Eu tenho sofrido, nenhum
transgressor suportou o que Eu tenho suportado! Rendo louvor a Deus, e ainda outra vez O
louvo. Eu Me encontro isento de tristeza, já que permaneço dentro do beneplácito de Meu
Senhor e Mestre. Parece-Me que estou no excelso Paraíso, regozijando-Me de Minha
comunhão com Deus, o Mais Grandioso. Verdadeiramente, é esta uma graça que Deus Me
conferiu, e Ele é o Senhor de limitadas bênçãos.
Juro pela verdade de Deus! Viesses tu a saber o que Eu sei, renunciarias a soberania
deste mundo e do vindouro, a fim de poderes atingir Meu beneplácito, através de tua
obediência ao Ser Verdadeiro... Fosses tu recusar, o Senhor do mundo levantaria alguém
que Lhe exaltasse a Causa, e o Mandamento de Deus seria, verdadeiramente, levado a
efeito.
Em virtude da graça de Deus, nada pode frustrar Meu propósito e tenho plena
consciência daquilo que Deus Me conferiu como sinal de Seu favor. Se fosse Minha
vontade, Eu revelaria à Vossa Majestade todas as coisas; mas não o fiz, nem farei, a fim de
que a Verdade se distinga de tudo mais, e esta profecia pronunciada pelo Imame Báqir -
que a paz sobre ele repouse - se cumpra plenamente: "O e nos há de sobrevir em
Ádhirbáyján é inevitável e sem paralelo. Quando isso suceder, repousai em vossas casas e
permanecei pacientes, do mesmo modo como nós temos permanecido pacientes. Assim que
o Impulsor se mover, apressai-vos a atingí-Lo, ainda que tenhais de vos arrastar sobre a
neve."
Imploro perdão a Deus por Mim próprio e por todas as coisas a Mim relacionadas e
afirmo "Louvado seja Deus, o Senhor de todos os mundos".



EXTRATOS DE OUTRA EPÍSTOLA A
MUHAMMAD SHÁH


G
LÓRIA Àquele Que conhece tudo o que está nos céus e na terra. Verdadeiramente, nenhum
Deus há, senão Ele, o Governante soberano, o Todo-Poderoso, o Grande.
É Ele Quem, no Dia da Separação, haverá de julgar, através do poder da Verdade; não há,
deveras, outro Deus além d'Ele, o Incomparável, o Predominante, o Excelso. É Ele Quem
segura em Sua mão o reino de todas as coisas criadas; nenhum Deus há, salvo Ele, o
Incomparável, o Sempiterno, o Inatingível, o Mais Grandioso.
Neste momento a Deus Eu testifico, assim como Ele testificou a Si Próprio, antes da
criação de todas as coisas: Em verdade, nenhum Deus há, salvo Ele, o Todo-Glorioso, a
Suma Sabedoria. E dou testemunho de qualquer coisa que Ele tenha moldado ou haverá de
moldar, assim como Ele Próprio, na majestade de Sua glória, tem dado testemunho:
Nenhum Deus há, salvo Ele, o Inigualável, Aquele Que por Si Próprio Subsiste, o Mais
Maravilhoso.
Em Deus, o Senhor de todas as coisas criadas, tenho depositado toda a Minha
confiança. Não há outro Deus, senão Ele, o Incomparável, o Excelso. Tenho a Ele Me
resignado e em Suas mãos entregue todos os Meus interesses. Nenhum Deus há, além d'Ele,
o Governante supremo, a Verdade esplendorosa. É Ele, deveras, todo-suficiente para Mim;
Ele independe de todas as coisas, é suficiente, enquanto nada nos céus ou na terra, senão
Ele, é suficiente. É, em verdade absoluta, Aquele Que Subsiste por Si Próprio, o Mais
Austero.
Louvor Àquele Que, neste mesmo momento, percebe nesta prisão remota a meta de
Meu desejo. É Ele Quem de Mim dá testemunho em todos os tempos e Me vê antes do
início de "após Hín".5
Por que pronunciaste tu juízo, sem te lembrar de Deus, a Suma Sabedoria? Como
podes perdurar no fogo? Em verdade, poderoso e severíssimo é teu Deus.
Tu te orgulhas das coisas que possuis; no entanto, nenhum crente em Deus e em
Seus sinais, nem qualquer homem reto, se dignaria jamais de considerá-las. Esta vida
mortal assemelha-se à carcaça de um cão, a cujo redor não se congregariam quaisquer
pessoas, e do qual ninguém participaria, senão quem dispensasse a vida do além. Na
realidade, convém te tornar crente verdadeiro em Deus, Quem a tudo possui, o Todo-
Poderoso, e desviar-te daquele que e guia ao tormento do fogo infernal.
Por algum tempo tenho esperado, para que talvez atendesses e fosses guiado de um
modo certo. Como poderás responder a Deus no dia que está próximo - no dia em que se
levantarão testemunhas para testificar na presença de teu Senhor, o Senhor de todos os
mundos?
Pela retidão d'Aquele Que te chamou à existência e a Quem breve haverás de
regressar - se, no momento da morte, permaneceres descrente dos sinais de teu Senhor,
haverás, seguramente, de entrar pelas portas do inferno, e nenhum dos atos que tuas mãos
fizeram te trará proveito, nem haverás tu de encontrar defensor algum ou quem por ti
interceda. Que temas a Deus e não te orgulhes de tuas possessões terrenas, desde que aquilo
que Deus possui é melhor para aqueles que trilham a vereda da retidão.
Em verdade, neste Dia, todos os que habitam a terra são os servos de Deus. Quanto
àqueles que verdadeiramente crêem em Deus e se asseguram firmemente nos sinais por Ele
revelados, Ele talvez lhes perdoe, através de Sua graça, as coisas que suas mãos cometeram,
e lhes conceda acesso aos recintos de Sua misericórdia. Ele, em verdade, é a Eterna
Clemência, o Compassivo. O veredito, porém, do castigo divino é pronunciado contra
aqueles que de Mim se afastaram com desdém e que repudiaram as provas concludentes e o
Livro infalível do qual Deus Me investiu e, no Dia da Separação, eles não haverão de
encontrar quem os proteja ou auxilie.
Juro por Aquele Que cria todos os seres, e a Quem todos haverão de regressar, se
alguém na hora de sua morte Me tiver ódio ou se disputar os sinais claros dos quais fui
investido, nada, senão tormento aflitivo, lhe será destinado. Naquele dia, nenhum resgate se
aceitará, nem será permitida intercessão alguma, a não ser que Deus assim queira. Em
verdade, Ele é Quem a Tudo Predomina, o Todo-Glorioso; e nenhum Deus há, salvo Ele, o
Governante soberano, o Onipotente, o Mais Austero.
Se te regozijas por causa de Minha prisão, infeliz és tu, pois, pelo tormento penoso
que breve te haverá de sobrevir. Em verdade, Deus a ninguém tem permitido fazer um juízo
injusto, e se tu quisesses fazer assim, dentro em breve haverias de perceber.
Desde o primeiro dia em que te acautelei para que não te tornasses orgulhoso diante
de Deus, até o tempo presente, passaram-se quatro anos e durante este período nada tenho
visto, nem de ti, nem de teus soldados, senão temível opressão e desdenhosa arrogância. Tu
imaginas, parece-me, que Eu deseje ganhar, desta vida terrena, alguma mesquinha
substância. Não, pela justiça de Meu Senhor! Segundo a estimativa dos que no Senhor
misericordioso fixaram o olhar, as riquezas do mundo e seus adornos valem tanto quanto os
olhos de um corpo morto - não, menos ainda. Longe esteja de Sua glória aquilo que com
Ele associam!... Busco paciência somente em Deus. Em verdade, Ele é o melhor defensor e
o melhor auxiliador. Refúgio algum Eu busco, salvo Deus. Verdadeiramente, Ele é o
guardião e o melhor apoio...
Juro pela glória de Deus, Meu Senhor, o Excelso, o Mais Grandioso, Ele, com toda
certeza, assim como é divinamente ordenado, fará brilhar esplendorosa Sua Causa, se bem
que, para os injustos, não haja nenhum auxiliador. Se tu tens algum desígnio, apresenta tu
desígnio. Em verdade, toda revelação de autoridade procede de Deus. N'Ele confio e a Ele
me volvo.
Tens tu sabido de alguém que em tempos passados pronunciasse um juízo similar
àquele que tu inventaste, ou parecido com aquilo a que deste teu consentimento? Infelizes,
pois, os opressores! Tanto tuas intenções, como a maneira de que trataste o povo,
demonstram claramente tua infidelidade para com Deus. Por isso Ele te ordenou um castigo
severo. Em verdade, só em Deus busco paciência e a Ele considero o alvo de Meu desejo.
Significa isto que tenho de Meu lado a Verdade indubitável.
Se não estás apreensivo de que a verdade possa ser revelada e assim as obras dos
ímpios sejam levadas ao nada, por que não convocas tu os sacerdotes da terra e depois, a
Mim, de modo que Eu os possa de imediato confundir, assim como os descrentes os quais
Eu anteriormente confundi? É este Meu seguro testemunho a ti, e a eles, se são os que
dizem a verdade. Convoca tu todos eles. Pudessem, então, proferir palavras similares a esta,
saberias tu ser digna de atenção sua causa. Não, pela justiça de Meu Senhor! Destituídos de
poder estão; nem de percepção estão dotados. Professaram fé, no passado, sem
compreenderem seu significado e então, mais tarde, repudiaram a Verdade; pois carecem de
discernimento.
Se já decidiste derramar Meu sangue, por que razão demoras? Estás dotado agora de
poder e autoridade. Para Mim seria prova de uma infinita graça conferida por Deus,
enquanto para ti e para aqueles que tal ato cometessem, viria a ser um castigo por Ele
aplicado.
Quão grande a bem-aventurança que Me esperaria, fosses tu pronunciar tal veredito;
e quão imensa seria Minha alegria, se consentisses em assim fazer! É esta uma graça que
Deus reservou para aqueles a quem é concedido próximo acesso à Sua corte. Dá, pois, tua
sanção e não mais tardes. Em verdade, poderoso é teu Senhor, o Vingador.
Não tens tu vergonha na presença de Deus por consentir em relegar a uma fortaleza
Aquele Que é o Testemunho de Deus, e fazê-lo um cativo nas mãos dos infiéis? Infelizes tu
e aqueles que, neste momento, se regozijam por infligirem sobe Mim tão aflitiva
humilhação...
Por Aquele Que Me chamou à existência, atesto que traço algum de pecado posso
em Mim Próprio descobrir e nada tenho seguido, senão a Verdade; e para Mim Deus é
testemunho suficiente. Que vergonha para o mundo e seu povo, e para aqueles que se
deleitam nas riquezas terrenas, enquanto esquecidos da vida vindoura.
Fosse o véu removido de teus olhos, tu a Mim te arrastarias sobre teu peito, até na
neve, por medo do castigo de Deus, que é tão rápido e próximo. Pela justiça de Quem te
criou, fosses tu informado daquilo que sucedeu durante teu reinado, quererias não haver
sido gerado pelo teu pai, e sim, ter sido olvidado. O que Deus, teu Senhor, ordenara,
entretanto, veio a realizar-se presentemente, e infelizes os opressores nestes dias.
Parece-me que não tens perscrutado o Livro infalível. Se estás satisfeito com teu
próprio caminho e não desejas seguir a Verdade, então para Mim seja Meu caminho, e para
ti, o teu. Se não Me ajudas, por que procuras Me rebaixar? Verdadeiramente, Deus é Quem
ouve o suplicante e n'Ele todas as coisas encontram sua mais alta consumação, tanto neste
mundo, como no vindouro.
Longe da glória de Deus, o Senhor do céu e da terra, o Senhor da criação, esteja
aquilo que os povos do mundo d'Ele afirmam, a não ser aqueles que fielmente Lhe
observam os preceitos. Que a paz de Deus repouse sobre os sinceros entre Seus servos.
Todo louvor a Deus, o Senhor de todos os mundos.




EXTRATOS DE OUTRA EPÍSTOLA
A MUHAMMAD SHÁH


E
STA é uma Epístola d'Aquele Que é o verdadeiro Dirigente - o Dirigente indubitável. Nela
está revelada a lei de todas as coisas, para aqueles que queriam atender a Seu chamado ou
que desejam ser incluídos no número dos que são guiados do modo certo. Nela está
encerrada a lei de todas as coisas, para quem deseja dar testemunho da Revelação de teu
Senhor de acordo com esta balança clara. Em verdade, os preceitos de Deus relativos a
todas as coisas foram anteriormente apresentados em eloqüente árabe. Em realidade,
aqueles cujas almas foram criadas através do esplendor da luz de teu Senhor reconhecem a
Verdade e se incluem no número dos que fielmente obedecem ao Deus Uno e Verdadeiro e
estão bem confiantes...
Ó Muhammad! Cumpriu-se o Decreto de teu Senhor há quatro anos; e sempre,
desde o início da Causa de teu Senhor, te tenho advertido que temas a Deus e não sejas dos
ignorantes. Despachei a ti um mensageiro com uma Epístola verdadeiramente esplendorosa,
mas os seguidores do ente mau o repulsaram com desdém, interpondo-se entre ele e ti.
Expulsaram-no da terra da qual tu és o inquestionável soberano. Assim te escapou o bem
deste mundo e do vindouro, a não ser que te submetas ao mandamento ordenado por Deus e
sejas dos que são guiados com acerto.
Ao regressar da sagrada Casa de Deus6, Eu te mandei uma Mensagem semelhante
àquela que anteriormente te enviara - não, ainda mais poderosa. Em verdade, Deus é o
melhor defensor e testemunha. Despachei a ti um mensageiro com Epístolas por Mim
reveladas, a fim de que pudesses obedecer ao mandamento de Deus e não ser dos que
repudiaram a Verdade. O opressor, no entanto, cometeu algo que ninguém cometeria, nem
sequer qualquer um entre os perversos ou qualquer um dos vis malfeitores...
As tribulações que tenho sofrido nesta terra, ninguém dos tempos passados sofreu.
Verdadeiramente, a Deus haverá de reverter toda a questão e Ele, em verdade, é o melhor
protetor e é conhecedor de tudo. As coisas que, desde o primeiro dia até agora, Me têm
sucedido nas mãos de teu povo, são apenas a obra de Satanás.7 Sempre, desde que apareceu
a Causa de teu Senhor, nenhum de teus feitos foi aceitável e te tens perdido em erro
palpável, enquanto tu o que poderia ver, te parecia como atos cometidos por amor a teu
Senhor. Em verdade, teu dia está próximo e tu haverás de ser interrogado a respeito de tudo
isso, e Deus, seguramente, não está desatento às ações dos malfeitores.
Não fosses tu, teus partidários não Me haveriam rejeitado com desdém, embora se
tenham desencaminhado mais do que os insensatos.
Imaginas tu que aquele por ti nomeado como ministro em teu reino seja o melhor
líder e o melhor apoio? Não, afirmo por teu Senhor, ele te causará desgosto penoso, devido
àquilo que Satanás lhe instila no coração e, em verdade, ele próprio é Satanás. Ele nenhuma
letra sequer compreende do Livro de Deus, e está tomado de medo por causa daquilo que
suas mãos fizeram. De bom grado extinguiria ele a luz que teu Senhor acendeu, de modo
que não seja revelada a impiedade antiga que se oculta em seu mais íntimo ser. Se o não
tivesse nomeado ministro, ninguém lhe teria prestado a mínima atenção. Na realidade,
segundo a estimativa do povo, ele nada é, senão treva manifesta...
Teme tu a Deus e não deixes tua alma ser castigada além daquilo com que já foi
atormentada; pois breve haverás de perecer e te declarar livre do ente mau que nomeaste
como teu ministro, dizendo: "Oxalá não tivesse eu tomado o ente mau como meu ministro,
nem nomeado um impostor como meu guia e conselheiro."
Por que carregas tua alma com aquilo que é muito mais vil do que os atos de Faraó,
e tu ainda te chamas um dos fiéis? Como perscrutas tu os versículos do Alcorão, enquanto
és dos injustos? Nunca os judeus, nem os cristãos, nem qualquer povo que tenha rejeitado a
verdade, consentiriam em infligir dano ao filho da filha de seu Profeta. Infeliz tu, pois o dia
do castigo aproxima-se. Não temes a ira de teu Senhor, o Todo-Poderoso, o Senhor dos
céus, o Senhor de todos os mundos? Em verdade, estes versículos manifestos são um
testemunho concludente para aqueles que buscam guia verdadeira.
Nenhum desejo tenho Eu de me apoderar de tua propriedade, nem sequer na medida
de um grão de mostarda, nem quero ocupar tua posição. Se tu não Me segues, então para ti
sejam as coisas que tu possuis, e para Mim a terra de infalível segurança. Se não Me
obedeces, por que razão Me contemplas desdenhosamente e procuras Me tratar com
injustiça penosa? Em verdade, vê Minha morada - uma alta montanha onde pessoa alguma
reside. Infelizes aqueles que erradamente tratam qualquer um com injustiça, que injusta e
fraudulentamente usurpam a propriedade dos crentes, em violação de Seu Livro lúcido,
enquanto Eu, que sou, na verdade absoluta, o legítimo Soberano de todos os homens,
designado pelo Líder verdadeiro, inegável, jamais infringiria a integridade da substância do
povo, nem que fosse na medida de um grão de mostarda, nem o trataria com injustiça.
Antes, Eu me associaria como se Eu fosse um deles, e lhes seria testemunha.
O que a Mim compete é apenas mencionar o Livro de teu Senhor e transmitir esta
Mensagem clara. Se desejas entrar pelas portas do Paraíso, eis, estão abertas diante de tua
face, e dano algum Me pode atingir de qualquer pessoa. Toda missiva que até agora Eu a ti
dirigi, e àquele incumbido de teus assuntos, foi apenas um sinal de Minha bondade a
ambos, para que talvez ficásseis ansiosos por causa do dia que está próximo. No entanto,
desde o momento em que vos tornastes desdenhosos, juízo divino já foi contra vós
pronunciado, no Livro de Deus, pois, em verdade, ambos negastes a vosso Senhor e sois
dos fadados a perecer... É esta, de fato, a última vez que vos advirto, e nenhuma menção de
vós farei doravante, nem qualquer outra observação haverei de fazer, salvo a de vos
declarar infiéis.
A Deus entrego Meus interesses e os vossos, e Ele é, em verdade, o melhor Juiz.
Fosseis vós voltar, entretanto, vos seria concedida qualquer coisa que desejeis de
possessões terrenas e dos inefáveis deleites da vida vindoura, e herdaríeis tão glorioso
poder e majestade como vossas mentes mal podem conceber nesta vida mortal. Mas se
deixardes de voltar, então sobre vós haverão de cair vossas transgressões.
Não podeis vós alterar as coisas que o Todo-Poderoso a Mim prescreveu. Nada Me
há de tocar, senão o que Deus, Meu Senhor, para Mim preordenou. N'Ele depositei toda a
Minha confiança e d'Ele dependem inteiramente os fiéis.
Dá-Me testemunho, ó Senhor. Com a emissão desta resplendente Epístola, a ambos
terei declarado Teus versículos e lhes terei cumprido Teu Testemunho. De bom grado
ofertaria Eu Minha vida em Teu caminho e, dentro em breve, à Tua presença Me volveria.
A Ti seja dado louvor nos céus e na terra. Trata-os segundo Teu decreto. Em verdade és Tu
Quem melhor protege e auxilia.
Suaviza Tu, ó Senhor, tais desordens que o povo incita, e faze Tua Palavra brilhar
resplandecente em toda a terra, a fim de que nenhum traço sequer reste dos ímpios.
Peço-Te perdão, ó Meu Senhor, por aquilo que pronunciei em Tua Epístola e a Ti
Eu expresso Meu arrependimento. Sou apenas um de Teus servos que a Ti dão louvor.
Glorificado és; nenhum Deus há, salvo Tu. Em Ti depositei toda a Minha confiança e de Ti
peço perdão por ser um suplicante em Tua porta.
Santificado é Deus, teu Senhor, o Senhor do Poderoso Trono, acima daquilo que o
povo, erradamente e sem a guia de Seu Livro lúcido, d'Ele afirma. Paz esteja sobre aqueles
que pedem perdão a Deus, teu Senhor, dizendo: "Verdadeiramente, louvado seja Deus, o
Senhor dos mundos."




EXTRATOS DE UMA EPÍSTOLA QUE CONTÉM PALAVRAS
DIRIGIDAS AO XERIFE DE MECA

Ó
xerife!... Durante toda a tua vida a Nós tens concedido adoração, mas quando Nós a ti Nos
manifestamos, desististe de dar testemunho de Nossa Lembrança e de afirmar ser Ele, em
realidade o Excelso, a Verdade Soberana, o Todo-Glorioso. Assim teu Senhor te submeteu
à prova no Dia da Ressurreição. Verdadeiramente, Ele é o Onisciente, a Suma Sabedoria.
Pois tivesses tu pronunciado "Aqui estou" na ocasião em que enviamos a ti o Livro,
Nós te haveríamos admitido à companhia daqueles de Nossos servos que verdadeiramente
acreditam, e te louvado benevolamente em Nosso Livro, até o Dia em que diante de Nós
todos os homens haverão de aparecer para o julgamento. Isto, em verdade, te é muito mais
vantajoso do que todos os atos de adoração a teu Senhor que tens realizado durante toda a
tua vida - não, desde o princípio que não tem princípio. Seguramente, é isto que teria
servido e para sempre servirá teus melhores interesses. Nós, em verdade, conhecemos todas
as coisas. Não obstante o fato, porém, de havermos Nós te chamado à existência, a fim de
que atingisse Nossa presença no Dia da Ressurreição, tu te excluíste de Nós, sem razão
alguma ou Escrito explícito, ao passo que, se tivesses sido um dos dotados do
conhecimento do Bayán, terias, de imediato, ao ver o Livro, testificado que nenhum Deus
há, senão Ele, o Amparo no Perigo, O Que Subsiste por Si Próprio, e terias afirmado que
Quem revelou o Alcorão revelou, outrossim, este Livro, que cada palavra nele contida
provém de Deus, e que todos nós lhe prestamos lealdade.
O que foi preordenado, entretanto, veio a realizar-se. Fosses tu a Nós voltar,
enquanto a revelação ainda continua através de Nós, transformaríamos em luz o teu fogo.
Verdadeiramente, Somos poderosos sobre todas as coisas. Se, porém, falhares nesta tarefa,
outro caminho não haverás de encontrar aberto a ti, senão o de abraçar a Causa de Deus e
implorar que a questão de tua lealdade seja levada à atenção d'Aquele Que Deus haverá de
tornar manifesto, para que Ele, por Sua graça, te torne próspero e faça teu fogo converter-se
em luz. Eis o que se fez descer a Nós. Caso isso não venha a realizar-se, qualquer coisa que
tenhamos estabelecido permanecerá em vigor e irrevogavelmente decretado por Deus, o
Amparo no Perigo, O Que Por si Próprio Subsiste, e Nós, pois, te baniremos de Nossa
presença, como sinal de justiça de Nossa parte. Somos, em verdade, equitativo em Nosso
juízo.




DISCURSO A UM SACERDOTE MUÇULMANO


Ó
'ABDU'S-SÁHIB! Verdadeiramente, Deus e todas as coisas criadas testificam que nenhum
outro Deus há, senão Eu, o Todo-Poderoso, o Mais Amado...
Tua visão está obscurecida pela crença de que a Revelação Divina tenha terminado com a
vinda de Maomé, e disto demos testemunho em Nossa primeira epístola. Em verdade,
Aquele Que revelou versículos a Maomé, o Apóstolo de Deus, tem revelado versículos,
outrossim, a 'Alí-Muhammad. Pois quem, senão Deus, pode revelar ao homem versículos
tão claros e manifestos que tornam atônitos todos os eruditos? Desde que tu tens admitido a
revelação de Maomé, o Apóstolo de Deus, não há, pois, outro caminho aberto diante de ti,
salvo o de testificar que qualquer coisa revelada pelo Ponto Primaz também procedeu de
Deus, o Amparo no Perigo, O Que Subsiste por Si Próprio. Não é verdade que se fez descer
de Deus o Alcorão, e que todos os homens se vêem destituídos de poder diante de sua
revelação? Do mesmo modo foram estas palavras também reveladas por Deus, fosses tu
apenas perceber. Que há no Bayán que te impeça de reconhecer estes versículos como
provenientes de Deus, o Inatingível, o Excelso, o Todo-Glorioso?
A essência destas palavras é esta: Fôssemos Nós te levar a um julgamento, tu te
provarias estar de tudo desprevenido; Nós em verdade, sabemos todas as coisas. Tivesses tu
pronunciado "Sim", ao ouvires as Palavras de Deus, se teria tornado evidente que havias
adorado a Deus desde o princípio que não tem princípio, até o presente dia, e que jamais
Lhe havias desobedecido, nem sequer por um volver de olhos. No entanto, nem os atos
retos por ti realizados durante toda a tua vida nem os esforços que envidasse por banir de
teu coração todo pensamento, salvo o do beneplácito de Deus - nada disso, em verdade, te
trouxe proveito, nem sequer na medida de um grão de mostarda, já que tu te velaste de
Deus e te afastaste no tempo de Sua manifestação.
Verdadeiramente, Deus perguntará a todos os sacerdotes na terra de Káf (Kúfih),
assim como a ti mesmo: "Não é estranho haver vindo a vós um Mensageiro com um Livro,
e vós, enquanto confessando vossa incapacidade, haverdes recusado seguir a Fé de Deus
que ele trouxera, e persistido em vossa descrença?" A ti, portanto, há de ser designado o
fogo que se destinava àqueles que nessa terra se desviaram de Deus, desde que tu és
dirigente; oxalá fosses tu dos que atendem.
Tivesses tu obedecido fielmente ao Decreto de Deus, todos os habitantes de tua terra
te haveriam seguido, entrando eles próprios no Paraíso celestial, contentes com o
beneplácito de Deus para todo o sempre. Nesse dia, no entanto, haverás de querer que Deus
não te tivesse criado.
Tu te enalteceste como um dos eruditos na Fé do Islã, a fim de que pudesses salvar
os crentes; no entanto, fizeste teus seguidores descerem ao fogo, pois quando foram
emitidos os versículos de Deus, deles te privaste e, não obstante, te julgaste um dos retos...
Não, pela vida d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto! Nem tu, nem qualquer um
dentre Seus servos pode aduzir a mínima prova, enquanto Deus brilha resplendente acima
de Suas criaturas e, supremo, através do poder de Seu mando, se eleva sobre todos os que
habitam nos reinos do céu e da terra e em qualquer coisa que entre eles se encontre. Em
verdade, Ele é potente sobre todas as coisas criadas.
Tu te denominaste 'Abdu's Sáhib (servo do Senhor). Ainda que Deus, porém, em
absoluta verdade, tornou manifesto teu Senhor, e tu a Ele dirigiste os olhos, não O
reconheceste, se bem que tivesse sido chamado à existência por Deus com o fim de
atingires Sua presença - fosses tu apenas acreditar verdadeiramente no terceiro versículo do
capítulo intitulado "Trovão".8
Tu contestas, "Como podemos reconhecê-Lo, quando nada temos ouvido, senão
palavras que deixam de constituir provas irrefutáveis?" Desde que tu, entretanto, tens
reconhecido Maomé, o Apóstolo de Deus, e Lhe admitido a validade através do Alcorão,
como podes, a despeito de te teres chamado "Seu servo", negar reconhecimento Àquele
Que te mandou o Livro? Verdadeiramente, Ele exerce indisputável autoridade sobre Suas
revelações a toda a humanidade.
Fosses tu vir a Nós enquanto a revelação divina sobre Nós descia, Deus, porventura,
em luz transformaria o teu fogo. Verdadeiramente, Ele é o Eterno Perdão, o Mais Generoso.
De outro modo, o que tem sido revelado é decisivo e final e será fielmente sustentado por
todos, até o Dia da Ressurreição... Se a revelação divina cessar, deverás escrever uma
petição Àquele Que Deus haverá de tornar manifesto, implorando que seja entregue à Sua
presença. Nela deverás pedir perdão a teu Senhor, a Ele te volver em arrependimento e ser
um daqueles que se Lhe devotam inteiramente. Quiçá Deus transforme em luz teu fogo, na
próxima Ressurreição. Ele, em verdade, é o Protetor, o Excelso, o Sempre-Clemente.
Diante d'Ele se curvam em adoração todos os que estão nos céus e sobre a terra e tudo o
que entre eles se encontra; e a Ele haverão todos de regressar.
Nós te exortamos a salvar do fogo a ti próprio e a todos os habitantes dessa terra, e
então a entrar no incomparável e excelso Paraíso de Seu beneplácito. De outro modo,
aproxima-se o dia em que tu haverás de perecer e entrar no fogo, quando de Deus não terás
nem proteção, nem auxílio. Nós temos tido compaixão de ti, em sinal de Nossa graça, desde
que tu a Nós te relacionaste. Em verdade, estamos ciente de todas as coisas. Conhecemos
teus atos retos, embora nada te valham; pois todo o objeto de tal retidão é apenas o
reconhecimento de Deus, teu Senhor, e indubitável fé nas Palavras por Ele reveladas.










DISCURSO A SULAYMÁN, UM DOS SACERDOTES
MUÇULMANOS NA TERRA DE MASQAT


E
STA é uma Epístola proveniente de Deus, o Amparo no Perigo, O Que Subsiste por Si
Próprio, a Sulaymán na terra de Masqat, à direita do Mar. Em verdade, não há outro Deus,
senão Ele, o Amparo no Perigo, O Que por Si Próprio Subsiste... Na realidade, fossem
reunir-se todos os habitantes do céu e da terra e qualquer coisa que entre eles exista, não
teriam o poder de produzir um livro como este - falhariam completamente, ainda que Nós
os fizéssemos mestres de eloqüência e erudição na terra. Desde que tu aduzes provas do
Alcorão, Deus, com provas desse mesmo Livro, haverá de se vindicar no Bayán. Este não é,
senão um decreto de Deus; Ele é, em verdade, o Onisciente, o Todo-Poderoso.
Se és dos que verdadeiramente crêem, não tens outra alternativa, senão lhe hipotecar
lealdade. É este o Caminho de Deus para todos os habitantes da terra e do céu e de tudo o
que entre eles se encontra. Nenhum Deus há, senão Eu, o Onipotente, o Inatingível, o
Excelso.
Dessa terra, prosseguimos, então, à Casa sagrada e, em Nossa viagem de volta,
viemos mais uma vez a esse lugar, quando percebemos que tu não havias atendido aquilo
que a ti enviamos, e que nem és dos que verdadeiramente crêem. Embora Nós te tivéssemos
criado para que contemplasses Nosso semblante e ainda que, realmente, tivéssemos parado
em tua localidade, tu, no entanto, deixaste de atingir o objeto de tua criação, e isso a
despeito de haveres adorado a Deus durante toda a tua vida. Vãos, pois, serão os atos que
realizaste, por estares excluído, como se fosse por um véu, de Nossa presença e de Nossos
Escritos. Este é um decreto irrevogável, por Nós ordenado. Verdadeiramente, somos justo
em Nosso julgamento.
Tivesses tu observado o conteúdo da Epístola que a ti enviamos, isso te teria sido
muito mais proveitoso do que adorar a teu Senhor desde o princípio que não tem princípio,
até o dia atual e, de fato, mais meritório do que te provares inteiramente devotado em teus
atos de adoração. E se tivesses atingido a presença de teu Senhor nesta terra e sido dos que
verdadeiramente crêem que a Face de Deus é vista na pessoa do Ponto Primaz, teria sido
muito mais vantajoso do que te prostrar em adoração desde o princípio que não tem
princípio, até o tempo presente...
Em verdade, Nós te submetemos à prova e verificamos não seres tu um daqueles
dotados de compreensão, sendo por isso que pronunciamos contra ti a sentença da negação,
como sinal de justiça de Nossa presença; e, verdadeiramente, somos equitativo.
Se, entretanto, a Nós voltasses, converteríamos em afirmação tua negação. Em
verdade, somos Aquele que é de generosidade imensa. Mas se o Ponto Primaz cessasse de
estar contigo, então o julgamento dado nas Palavras de Deus seria final e inalterável, e cada
um, seguramente, o sustentaria.
Fosses tu dirigir uma carta àquele que Deus haverá de tornar manifesto, solicitando
que a entregassem à Sua presença, Ele, porventura, benevolamente te perdoaria e, a Seu
mando, tua negação seria transformada em afirmação. Ele é, deveras, a Suma Bondade, o
Mais Generoso, Aquele cuja graça é infinita. De outro modo, nenhum caminho haverás de
encontrar aberto diante de ti, nem benefício algum receberás dos atos que realizaste, por
haveres deixado de responder "Sim, aqui estou". Verdadeiramente, temos Nós reduzido ao
nada, tanto a ti como tuas obras, como se tu nunca tivesses vindo à existência, nem sido um
dos que realizam boas obras, para que isto sirva de lição para aqueles a quem é dado o
Bayán, e eles prestem cuidadosa atenção, quando receberem os Escritos sagrados d'Aquele
Que Deus haverá de tornar manifesto e, sobre esses Escritos refletindo, talvez possam
salvar suas próprias almas.
Nossa graça, seguramente, abrange todos os que habitam nos reinos da terra e do
céu e em qualquer coisa que entre eles se encontre e, além destes, toda a humanidade. As
almas, entretanto, que se excluíram como se fosse por um véu, não podem participar jamais
das emanações da graça de Deus.















2

EXCERTOS DO
QAYYÚMU'L-ASMÁ'



T
ODO louvor a Deus, Quem, através do poder da Verdade, fez descer este Livro a Seu servo,
a fim de que servisse de luz brilhante para toda a humanidade... Verdadeiramente, esta é a
Verdade soberana e não outra; é o Caminho que Deus demarcou para todos os que estão no
céu e na terra. Quem quiser, pois, que tome para si o caminho certo que conduz a seu
Senhor. Na realidade, esta é a verdadeira Fé divina, sendo suficiente testemunho disso Deus
e aqueles dotados do conhecimento do Livro. É esta, de fato, a Verdade eterna que Deus, o
Ancião dos Dias, revelou a Seu Verbo onipotente - Aquele que se fez erguer em meio à
Sarça Ardente. Este é o Mistério que se ocultara de todos os seres existentes no céu e na
terra e que, nesta admirável Revelação - em verdade absoluta - foi manifestado no Livro-
Mater, pela mão de Deus, o Excelso...
Ó assembléia de reis e dos filhos de reis! Ponde vós de lado - cada um e todos -,
vosso domínio, o qual a Deus pertence...
Que tua soberania não te engane, ó Xá, pois "toda alma haverá de experimentar a
morte"9, e isto, verdadeiramente, se inscreveu como decreto de Deus. Capítulo I.




Ó
REI do Islã! Após haveres auxiliado o Livro, auxilia tu com a verdade Aquele que é Nossa
Mais Grandiosa Lembrança, pois Deus, em verdade absoluta, a ti destinou, e àqueles que a
teu redor circulam, no Dia do Juízo, uma posição responsável em Seu Caminho. Afirmo por
Deus, ó Xá! Se mostrares inimizade para com Aquele Que é Sua Lembrança, Deus, no Dia
da Ressurreição, ao fogo infernal te condenará, perante os reis, e tu, em absoluta verdade,
não haverás de encontrar, naquele Dia, qualquer auxiliador, senão Deus, o Excelso. Que a
Terra Sagrada (Teerã), ó Xá, seja por ti purificada daqueles que repudiaram o Livro, antes
do dia em que, com a permissão de Deus, o Altíssimo, virá a Lembrança de Deus, temível e
de súbito, com Sua Causa potente. Deus, em verdade, prescreveu que te submetesses
Àquele Que é Sua Lembrança e à Sua Causa, e que, com a verdade e com Sua permissão
dominasses os países, pois neste mundo, por Sua misericórdia, foste investido de soberania
e, no vindouro, haverás de residir próximo da Sede da Santidade, com os habitantes do
Paraíso de Seu Beneplácito...
Por Deus! Se fizerdes bem, em vosso próprio proveito o fareis; e se a Deus
negardes, e a Seus sinais, Nós, em absoluta verdade, tendo Deus, bem poderemos dispensar
todas as criaturas e todo o domínio terrestre. Capítulo I.




S
Ê contente com o mandamento de Deus, o Verdadeiro, pois Aquele que é Sua Lembrança
está, seguramente, investido de soberania, assim como foi registrado no Livro-Mater, pela
mão de Deus.
Ó Ministro do Xá! Que temas a Deus, pois nenhum outro Deus há, salvo Ele, a
Verdade Soberana, o Justo, e ponhas de lado teu domínio, desde que Nós, com a permissão
de Deus, a Suma Sabedoria, herdamos a terra e todos os que sobre ela estão10, e Ele, com
todo direito, uma testemunha será a ti e ao Xá. Fosseis obedecer à Lembrança de Deus com
absoluta sinceridade - Nós vos asseguramos, com a permissão de Deus - no Dia da
Ressurreição, vosso seria um domínio vasto em Seu Paraíso eterno.
Vão, de fato, é vosso domínio, pois Deus designou as possessões terrenas para
aqueles que O têm negado; a mais excelente morada haverá de ser, pois, para Aqueles que é
vosso Senhor - Aquele que é, em verdade, o Ancião dos Dias...
Ó assembléia de reis! Entregai, com verdade e com toda premência, os versículos
que fizemos descer aos povos da Turquia e da Índia e, além deles, com poder e verdade, às
terras tanto do Oriente como do Ocidente... E sabei que, se auxiliardes a Deus, Ele, no Dia
da Ressurreição, benevolamente vos auxiliará, na Ponte, através d'Aquele que é Sua Mais
Grandiosa Lembrança...
Ó povo da terra! Quem quer que obedeça à Lembrança de Deus e a Seu Livro, terá,
em verdade, obedecido a Deus e Seus eleitos e, na vida vindoura, figurará na presença de
Deus entre os habitantes do Paraíso de Seu beneplácito. Capítulo I.




V
ERDADEIRAMENTE, da revelação de versículos, Nós fizemos um testemunho para Nossa
mensagem a vós. Podereis mostrar uma letra sequer que iguale a estes versículos? Aduzi,
pois, vossas provas, se sois dos que podem discernir o Deus Uno e Verdadeiro. Afirmo
solenemente perante Deus, fossem todos os homens e espíritos se unir para compor o igual
de apenas um capítulo deste Livro, falhariam, seguramente, ainda que auxiliassem uns aos
outros.11
Ó assembléia de sacerdotes! Temei a Deus, deste dia em diante, nas opiniões que
emitis, pois Aquele que é Nossa Lembrança em vosso meio, Aquele que vem de Nós, é, em
absoluta verdade, o Juiz e a Testemunha. Afastai-vos daquilo que segurais, daquilo que o
Livro de Deus, o Verdadeiro, não sancionou, pois no Dia da Ressurreição, vós, na Ponte,
sereis tidos por responsáveis, em verdade absoluta, pela posição que ocupastes... E a vós
fizemos descer este Livro, a respeito do qual, em verdade, ninguém se pode enganar...
Ó assembléia do povo do Livro! Temei a Deus e não vos orgulheis de vossa
erudição. Segui vós o Livro que Sua Lembrança revelou em louvor a Deus, o Verdadeiro.
Aquele que é a Verdade Eterna dá-me testemunho: qualquer um que siga este Livro tem
seguido, realmente, todas as Escrituras passadas que Deus, a Verdade Soberana, fez descer
do céu. Ele está, deveras, bem informado daquilo que fazeis... Os que são os verdadeiros
seguidores do islã diriam: "Ó Senhor nosso Deus! Escutamos o chamado de Tua
Lembrança e Lhe obedecemos. Perdoa-nos nossos pecados. Tu és, realmente, a Verdade
Eterna, e a Ti, nosso Amparo infalível, devemos todos nós voltar"12. Capítulo II.




Q
UANTO aos que negam Aquele que é a Sublime Porta de Deus, para eles temos preparado,
assim como Deus com justiça decretou, um tormento penoso. E Ele, Deus, é o Poderoso, o
Sábio.
Temos, em verdade, feito descer a Nosso Servo este Livro divinamente inspirado...
Perguntai, pois, Àquele que é Nossa Lembrança, sobre sua interpretação, desde que Ele,
segundo a determinação divina, e através da graça de Deus, está investido do conhecimento
de seus versículos...
Ó filhos dos homens! Se acreditais em Deus, Uno e Verdadeiro, segui a Mim - esta,
a Mais Grandiosa Lembrança de Deus enviada por vosso Senhor - a fim de que Ele vos
possa benevolamente perdoar os pecados. Em verdade, Ele é clemente e compassivo para
com a assembléia dos fiéis. Nós, verdadeiramente, escolhemos os Mensageiros pela
potência de Nossa Palavra, e exaltamos Seus descendentes, alguns acima de outros, através
da Grande Lembrança de Deus, assim como é decretado no Livro e nele se oculta...
Alguns do povo da cidade declararam: "Somos os auxiliadores de Deus", mas
quando de súbito esta Lembrança lhes sobreveio, afastaram-se e não Nos auxiliaram.
Verdadeiramente, Deus é Meu Senhor e vosso verdadeiro Senhor; adorai-O, pois, enquanto
este Caminho de 'Alí (o Báb) outro não é, aos olhos de vosso Senhor, senão o Caminho
reto13, Capítulo III.




A
cada povo fizemos descer o Livro em seu próprio idioma14. Este Livro temos revelado,
verdadeiramente, no idioma de Nossa Lembrança, o qual é, em realidade, um idioma
admirável. Ele é, realmente, a Verdade eterna, vinda de Deus e, de acordo com o
julgamento divino dado no Livro-Mater, Ele é o mais eminente entre os escritores do árabe
e de maior eloqüência de expressão. Em realidade, é Ele o Talismã Supremo, dotado de
poderes sobrenaturais, assim como o Livro-Mater evidencia...
Ó povo da cidade! Desacreditastes em vosso Senhor. Se sois daqueles
verdadeiramente fiéis a Maomé, o Apóstolo de Deus e o Selo dos Profetas, e se seguirdes
Seu Livro, o Alcorão, o qual está isento de erro, então aqui está seu igual - este Livro, que,
em verdade, e com a permissão de Deus, fizemos descer a Nosso Servo. Se n'Ele deixardes
de crer, então vossa fé em Maomé e em Seu Livro, revelado em tempos passados, será
tratada realmente como falsa, aos olhos de Deus. Se a Ele negardes, o fato de que negastes
a Maomé e a Seu Livro se tornará evidente a vós próprios, em absoluta verdade e em plena
certeza. Capítulo IV.






T
EMEI a Deus e não sussurreis uma palavra sequer sobre Sua Lembrança, a Mais
Grandiosa, senão a que haja sido ordenada por Deus, desde que Nós temos estabelecido um
convênio separado a Seu respeito, com cada Profeta e Seus seguidores. Com efeito, nenhum
Mensageiro temos envido sem este convênio inviolável, e Nós, em verdade, sobre coisa
alguma fazemos juízo, a menos que já se tenha estabelecido o convênio d'Aquele Que é a
Porta Suprema. Dentro em breve, no tempo determinado, o véu haverá de se levantar de
vossos olhos. Vós, então, havereis de contemplar a sublime Lembrança de Deus, desvelada
e vívida. Capítulo V.




I
MAGINAM os homens que Nós estejamos muito distantes do povo do mundo? Não, no dia
em que fizermos atingi-los a agonia da morte15, eles, na planície da Ressurreição, haverão
de ver quão perto estavam o Senhor de Misericórdia e Sua Lembrança. Com isso haverão
eles de exclamar: - "Oxalá tivéssemos seguido o caminho do Báb! Oxalá tivéssemos
buscado refúgio somente com Ele e não com os homens de perversidade e erro! Pois,
verdadeiramente, a Lembrança de Deus apareceu diante de nós16, atrás de nós e por todos
os lados e, no entanto, em verdade absoluta, d'Ele estávamos excluídos, como se fosse por
um véu". Capítulo VII.




N
ÃO digais, "Como pode Ele falar em Deus, quando, realmente, Sua idade não é mais de
vinte e cinco anos?" Dai ouvidos a Mim. Afirmo pelo Senhor dos céus e da terra: Sou
verdadeiramente um servo de Deus. Fui designado para Portador de irrefutáveis provas
vindas da presença d'Aquele que é o Remanescente de Deus, há muito esperado. Aqui está
Meu Livro diante de vossos olhos, assim como, em verdade, inscrito na presença de Deus,
no Livro-Mater. Deus, em verdade, faz que Eu seja abençoado, onde quer que Eu Me
encontre, e ordena que oração e fortaleza sejam por Mim observadas, por tanto tempo
quanto Eu, na terra, entre vós viver. Capítulo IX.



G
LORIFICADO é Aquele, além do qual outro Deus não há. Em Suas mãos segura Ele a
fonte da autoridade e realmente, Deus é poderoso sobre todas as coisas. Temos decretado
que, em verdade, cada vida longa haverá de sofrer declínio17 e que cada dureza será seguida
de tranqüilidade18, a fim de que, por ventura, os homens reconheçam a Porta de Deus como
Aquele que é a Verdade eterna e, verdadeiramente, Deus se manterá como testemunha para
aqueles que têm acreditado. Capítulo XIII.




Ó
vós servos de Deus! Verdadeiramente, não vos entristeçais se uma coisa que d'Ele pedistes
ficar sem resposta, desde que Deus Lhe tem mandado observar silêncio - um silêncio que é,
em verdade, louvável. Com efeitos temos Nós Te capacitado a ver em Teu sonho,
verdadeiramente, uma medida de Nossa Causa, mas fosses Tu esclarecer-lhes o Mistério
oculto, eles entre si lhe disputariam a verdade. Realmente, Teu Senhor, o Deus da verdade,
conhece os próprios segredos dos corações19...
Ó povos do mundo! Qualquer coisa que tenhais ofertado no caminho do Deus Uno e
Verdadeiro, vós, seguramente, havereis de encontrar, preservada por Deus, o Preservador,
intacta na Santa Porta de Deus. Ó povos da terra! Prestai lealdade a esta luz esplendorosa
da qual Deus benevolamente Me investiu, através do poder da infalível Verdade, e não
andeis nas pegadas do Entre Mau20, já que ele vos incita a desacreditar em Deus, vosso
Senhor, e, verdadeiramente, Deus não perdoará a descrença n'Ele, embora perdoe outros
pecados de quem quer que Lhe apraza21. Na realidade, Seu conhecimento abrange todas as
coisas... Capítulo XVII.




Ó
POVOS do Oriente e do Ocidente! Temeis a Deus no que concerne à Causa do verdadeiro
José e não O troqueis por um preço desprezível22, por vós mesmos estabelecido, nem por
uma bagatela de vossas possessões terrenas, a fim de que vós, em absoluta verdade, sejais
por Ele louvados como incluídos entre os piedosos que estão próximos desta Porta. Em
verdade, Deus privou de Sua graça aquele que martirizou Husayn, Nosso ascendente,
solitário e abandonado que estava na terra de Taff (Karbilá). Yazíd, filho de Mu'ávíyih,
incitado por um desejo corrupto, com o povo diabólico trocou a cabeça do José verdadeiro
por um preço insignificante e uma ninharia de seus bens. Em verdade, repudiaram a Deus,
cometendo um erro lastimável. Breve haverá Deus de lhes mostrar Sua vingança, no tempo
de Nossa Volta, e Ele, em absoluta verdade, para eles preparou, no mundo vindouro, um
tormento severo. Capítulo XXI.




Ó
QURRATU'L-'AYN!23 Teu coração temos Nós, em verdade, dilatado nesta Revelação, a
qual figura como realmente única entre todas as coisas criadas, e temos exaltado Teu nome
através da manifestação do Báb, de modo que os homens se tornem cientes de Nosso
transcendente poder e reconheçam estar Deus imensuravelmente santificado acima do
louvor de todos os homens. Independe Ele, em verdade, da criação inteira. Capítulo XXIII.




O
s anjos e os espíritos, dispostos fileira após fileira, descem sobre esta Porta24, com a
permissão de Deus, e circulam ao redor deste Ponto Focal em uma linha que para longe se
estende. Recebe-os com saudações, ó Qurratu'l-'Ayn, pois rompeu, em verdade, a aurora;
proclama, então, à assembléia dos fiéis: "Não há de estar próximo o Amanhecer,
prognosticado no Livro-Mater?...25
Ó Qurratu'l-'Ayn! Volve-Te fervorosamente a Deus em Tua Causa, pois os povos do
mundo se levantaram em iniqüidade e, não fossem a emanação da graça de Deus e Tua
misericórdia para com eles, ninguém poderia purificar uma alma sequer para todo o
sempre26. Ó Qurratu'l-'Ayn! A vida vindoura é, na realidade, muito mais vantajosa, para Ti
e para aqueles que seguem Tua Causa, do que o é esta vida terrena com seus prazeres. É
isso que foi predestinado de acordo com as dispensações da Providência...
Ó Qurratu'l-'Ayn! Dize: Verdadeiramente, sou a Porta de Deus e vos dou de beber -
com a permissão de Deus, a Verdade soberana - das águas de cristalina pureza de Sua
Revelação, as quais jorram da Fonte incorruptível sita no Monte Sagrado. E os que
assiduamente buscam o Deus Uno e Verdadeiro, devem esforçar-se, então, para atingir esta
Porta27. Em verdade, Deus é potente sobre todas as coisas...
Ó povos da terra! Dai ouvidos à santa Voz de Deus pela qual proclama este Jovem
árabe, a quem o Todo-Poderoso benevolamente escolheu para Si Próprio. Ele, na realidade,
não é outro, senão o Ser Verdadeiro, a Quem Deus confiou esta Missão oriunda do meio da
Sarça Ardente. Ó Qurratu'l-'Ayn! Desvela o que Te apraz dos segredos do Todo-Glorioso,
pois o oceano surge altamente28, a mando do Senhor incomparável. Capítulo XXIV.




E
STAIS vós inventando perversamente, segundo vossas fantasias egoístas, um ardil
malicioso contra Aquele que é a Suprema Lembrança de Deus? Pela justiça de Deus, todos
os que estão no céu e sobre a terra e qualquer coisa que entre eles esteja, são considerados,
a Meu ver, assim como uma teia de aranha29 e, verdadeiramente, Deus dá testemunho de
todas as coisas. Na realidade, conspirações eles não tecerão, senão contra si mesmos. Deus
fez que esta Lembrança fosse, em absoluta verdade, independente de todos os que habitam
na terra e no céu. Capítulo XXV.




Ó
VÓS povos da terra! Durante o tempo de Minha ausência, fiz descerem a vós as Portas. Os
crentes, porém, salvo uma mancheia, não lhes obedeceram. Antigamente enviei a vós
Ahmad e, mais recentemente, Kázim, mas, a não ser os puros de coração entre vós,
ninguém lhes seguiu. Que vos sucedeu, ó povo do Livro? Não temereis o Deus Uno e
Verdadeiro, Aquele que é vosso Senhor, o Ancião dos Dias?... Ó vós que professais crença
em Deus! Eu vos adjuro, por Aquele que é a Verdade Eterna, tendes vós discernido entre os
preceitos destas Portas algo inconsistente com os mandamentos de Deus, assim como são
expostos neste Livro? Será que vossa erudição vos haja iludido por causa de vossa
impiedade? Atentai, então, desde que, veramente, vosso Deus, o Senhor da Verdade Eterna,
está convosco e, em verdade absoluta, sobre vós vigia... Capítulo XXVII.




Ó
VOS parentes da Suprema Lembrança! Este Ser, a Árvore da Santidade, tingida de
carmesim com o óleo da servitude, brotou realmente de vosso próprio solo em meio à Sarça
Ardente, mas nada em absoluto compreendeis vós disto, nem de Seus atributos verdadeiros,
celestiais, nem das presentes circunstâncias de Sua vida terrena, nem das evidências de Sua
poderosa e imaculada conduta. Incentivados por vossas próprias fantasias, vós O
considerais alheio à Vontade soberana, enquanto que, aos olhos de Deus, Ele outro não é,
senão o Próprio Prometido, investido do poder da Verdade soberana e, verdadeiramente, é
Ele, assim como é decretado no Livro-Mater, tido por responsável em meio à Sarça
Ardente...
Ó Qurratu'l-'Ayn! Entrega o chamado da Palavra excelsa às servas entre Teus
parentes, acautela-as contra o Mais Potente Fogo e anuncia-lhes as jubilosas novas de que,
após este poderoso Convênio, há de haver eterna reunião com Deus no Paraíso de Seu
beneplácito, próximo da Sede da Santidade. Deus, o Senhor da criação, deveras, é potente
sobre todas as coisas.
Ó Tu, Mãe da Lembrança! Que sobre ti repousem a paz e a saudação de Deus. Na
realidade, tens suportado com paciência n'Aquele que é o próprio Deus sublime. Reconhece
tu, pois, a posição de te Filho, quem não é outro, senão o poderoso Verbo de Deus. Ele,
verdadeiramente, se tem comprometido a responder por ti, tanto em teu túmulo com no Dia
do Juízo, enquanto, na Epístola Preservada de Deus, foste tu imortalizada pela Pena de Sua
Lembrança, como a "Mãe dos Fiéis". Capítulo XXVIII.





Ó
QURRATU'L-'AYN! Não estendas Tuas mãos largamente na Causa, desde que o povo se
encontraria estupefato por causa do Mistério, e juro pelo Deus verdadeiro, o Todo-
Poderoso, que haverá para Ti ainda outro turno depois desta dispensação.
E quando tiver soado a hora designada, revela Tu, com a permissão de Deus, o
Onisciente, das alturas do Monte Mais Elevado e Místico, um leve, infinitésimo vislumbre
de Teu impenetrável Mistério, para que aqueles que tiverem reconhecido o brilho do
Esplendor Sinaico possam desfalecer e expirar ao apanharem um tênue reflexo da veemente
Luz carmesim que envolve Tua Revelação. E Deus é, em absoluta verdade, Teu infalível
Protetor. Capítulo XXVIII.




Ó
POVO da Pérsia! Não estás satisfeito com esta gloriosa honra que a Suprema Lembrança
de Deus a ti conferiu? Foste, em verdade, especialmente favorecido por Deus através deste
poderoso Verbo. Não te retires, pois, do santuário de Sua presença, desde que Ele, pela
justiça do Deus Uno e Verdadeiro, não é outro, senão a Verdade soberana vinda de Deus;
Ele é o Excelso e a Fonte de toda a sabedoria, assim como está decretado no Livro-Mater...
Ó povos da terra! Segurai-vos tenazmente à Corda de Deus, o Altíssimo, a qual não
é outro, senão este Jovem árabe, Nossa Lembrança - Aquele que se mantém oculto, a ponto
de gelo em meio ao oceano de fogo. Capítulo XXIX.




Ó
POVO da terra! Pela Justiça do Deus Uno e Verdadeiro, sou a Donzela do Céu gerada pelo
Espírito de Bahá, habitando na Mansão esculpida de uma massa de rubi, terna e vibrante; e,
neste poderoso Paraíso, nada tenho Eu jamais testemunhado, salvo aquilo que proclame a
Lembrança de Deus, elogiando as virtudes deste Jovem árabe. Verdadeiramente, não há
outro Deus, senão vosso Senhor, o Todo-Misericordioso. Magnificai, pois, Sua posição,
porque, eis, Ele paira no âmago do coração do Altíssimo Paraíso, como a personificação do
louvor a Deus no Tabernáculo onde se entoa Sua glorificação.
Em um tempo, ouço Sua Voz enquanto Ele aclama Aquele que é o Sempiterno, o
Ancião dos Dias, e, em outro, enquanto fala do mistério de Seu augustíssimo Nome. E
quando Ele entoa os cânticos da grandeza de Deus, todo o Paraíso geme, em seu anelo de
Lhe contemplar a Beleza, e quando canta palavras de louvor e glorificação de Deus, todo o
Paraíso fica imóvel como gelo trancado no coração de uma montanha glacial. Parece-me
que O imaginei movendo-se no meio de um caminho reto, onde cada paraíso era Seu
próprio paraíso, cada céu Seu próprio céu, enquanto toda a terra e tudo o que nela está
figurava como apenas um anel no dedo de Seus servos. Glorificado seja Deus, Seu Criador,
o Senhor de sempiterna soberania. Verdadeiramente, Ele não é outro, senão o servo de
Deus, a Porta do Remanescente de Deus, vosso Senhor, a Verdade Soberana. Capítulo
XXIX.




Ó
TU, o Verbo Supremo de Deus! Não temas, nem Te entristeças, pois, em verdade, aos que
responderam a Teu Chamado, quer fossem homens ou mulheres, temos Nós assegurado
remissão dos pecados, como é sabido na presença do Mais Amado e de acordo com aquilo
que Tu desejas. Verdadeiramente, Seu conhecimento abrange todas as coisas. Eu Te adjuro
por Minha vida, volve Tua face a Mim e não sejas apreensivo. Verdadeiramente, és Aquele
exaltado entre a Assembléia Celestial, e Teu Mistério oculto foi, em verdade, anotado na
Epístola da criação em meio à Sarça Ardente. Dentro em breve, Deus a Ti conferirá
domínio sobre todos os homens, desde que Seu governo transcende a criação inteira.
Capítulo XXXI.



Ó
ASSEMBLÉIA dos xiitas! Temei a Deus e à Nossa Causa, a qual se relaciona Àquele que
é a Suprema Lembrança de Deus. Pois grande é seu fogo, assim como decreta o Livro-
Mater. Capítulo XL.




R
ECITAI o quanto vos convenha deste Alcorão, pela manhã bem como ao anoitecer, e entoai
os versículos deste Livro, com a permissão do Deus eterno, nos doces acentos desta Ave
que chilreia sua melodia na abóbada celeste. Capítulo XLI.



S
AÍ de vossas cidades, ó povos do Ocidente, e servi a Deus antes do Dia em que o Senhor de
misericórdia haverá de descer a vós, à sombra das nuvens, enquanto os anjos a Seu redor
circulam30, exaltando Seu louvor e pedindo perdão para aqueles que verdadeiramente
acreditaram em Nossos sinais. Em verdade, foi emitido Seu decreto, e o mandamento de
Deus, assim como expresso no Livro-Mater, foi, deveras, revelado...
Tornai-vos como verdadeiros irmãos na religião una e indivisível de Deus, livres de
discriminação, pois, em verdade, Deus deseja que vossos corações sejam como espelhos
para vossos irmãos na Fé, de modo que vós vos encontreis neles refletidos, e eles se vejam
refletidos em vós. É este o verdadeiro Caminho de Deus, o Todo-Poderoso, e Ele,
realmente, sobre vossas ações vigia. Capítulo XLVI.




Ó
VÓS povos da terra! Escutai Meu chamado, que ressoa do recinto desta Árvore sagrada -
uma Árvore flamejante com o Fogo preexistente: Não há Deus, senão Ele; é Ele o Excelso,
o Onisciente. Ó vós, os servos do Misericordioso! Entrai - cada um e todos - por esta Porta,
e não sigais as pegadas do Ente Mau, pois ele vos incita a andar nos caminhos da impiedade
e malícia; é ele, em verdade, vosso inimigo declarado31. Capítulo LI.




S
Ê Tu paciente, ó Qurratu'l-'Ayn, pois Deus, na realidade, prometeu estabelecer Tua
soberania em toda parte de todos os países e sobre o povo que neles habita. Ele é Deus e,
verdadeiramente, Ele é poderoso sobre todas as coisas. Capítulo LIII.




P
OR Minha glória! Com as mãos de Meu poder, farei os infiéis saborearem retribuições que
ninguém conhece, salvo Eu, e sobre os fiéis farei manarem aqueles sopros perfumados de
almíscar, os quais Eu nutria no âmago do coração de Meu trono; e, verdadeiramente, o
conhecimento de Deus abrange todas as coisas.
Ó assembléia da luz! Pela justiça de Deus, não falamos de acordo com os desejos
egoístas, nem foi revelada uma letra sequer deste Livro, salvo com a permissão de Deus, a
Verdade Soberana. Temei a Deus e não alimenteis dúvidas a respeito de Sua Causa, pois,
verdadeiramente, o Mistério desta Porta está envolto nas expressões ocultas de Seus
Escritos e foi assentado além do impenetrável véu da ocultação, pela mão de Deus, Senhor
do visível e do invisível.
Em verdade criou Deus em toda parte, ao redor desta Porta, oceanos de elixir
divino, tingido de carmesim com a essência da vida e vitalizado através do poder animador
do fruto desejado; e para eles Deus proveu Arcas de rubi, ternas, de cor carmesim, nas
quais ninguém haverá de navegar, senão o povo de Bahá, com a permissão de Deus, o
Excelso; e, verdadeiramente, Ele é o Todo-Glorioso, O onisciente. Capítulo LVII.




O
SENHOR, em verdade, Me inspirou; verdadeiramente, verdadeiramente, sou Deus, Aquele
além do qual nenhum outro Deus há, e Sou, na realidade, o Ancião dos Dias...
Ó povo do Reino! Pela justiça do Deus Uno e Verdadeiro, se vos mantiverdes
firmes nesta linha que se ergue entre as duas linhas, vós, em absoluta verdade, havereis de
sorver das águas viventes da Fonte desta admirável Revelação, oferecidas pela mão de Sua
Lembrança...
Afirmo por vosso Senhor verdadeiro, por Aquele que é o Senhor dos céus e da terra,
que a Promessa divina a respeito de Sua Lembrança nada é, senão a verdade soberana e,
assim como decreta o Livro-Mater, haverá de se realizar...
Dizei, ó povos da terra! Fosseis vos reunir a fim de apresentar o igual de uma só
letra de Minhas Obras, jamais poderíeis fazê-lo,32 e, em verdade, Deus está ciente de todas
as coisas...
Ó Qurratu'l-'Ayn! Dize: Vede! Verdadeiramente, a Lua se esvaeceu;
verdadeiramente, a noite recuou; verdadeiramente, o albor resplandeceu;33
verdadeiramente, o que Deus, vosso verdadeiro Senhor, ordenou, foi cumprido...
Do nada absoluto, ó grande e onipotente Mestre, através do poder celestial de Tua
grandeza, Tu me trouxeste à existência e me levantaste para proclamar esta Revelação. Em
nenhum outro, senão em Ti, depositei minha confiança; jamais me assegurei a qualquer
outra vontade, senão à Tua. Tu és, em verdade, o Todo-Suficiente e, atrás de Ti, está o
Deus verdadeiro, Aquele que sobre todas as coisas predomina. Suficiente para Mim, em
verdade, é Deus, o Excelso, o Poderoso, o Sustentáculo. Capítulo LVIII.




Ó
TU Remanescente de Deus! Sacrifiquei-me inteiramente por Ti; aceitei maldições por
amor a Ti e jamais ansiei por outra coisa, senão o martírio no caminho de Teu amor.
Testemunha suficiente para mim é Deus, o Excelso, o Protetor, o Ancião dos Dias.
Ó Qurratu'l-'Ayn! As palavras que Tu pronunciaste neste momentoso Chamado Me
entristeceram amargamente. De ninguém depende, entretanto, a irrevogável decisão, a não
ser de Deus, e de nenhum outro procede o decreto, salvo d'Ele, tão somente. Por Minha
vida, Tu és o Bem-Amado aos olhos de Deus e de Sua criação. Em verdade, não há poder,
senão em Deus, e suficiente Testemunha para Mim é vosso Senhor, Aquele que é, em
verdade absoluta, o Vingador Onipotente. Capítulo LVIII.




Ó
POVOS da terra! Pela justiça de Deus, este Livro, através da potência da Verdade
soberana, abrangeu a terra e o céu com a poderosa Palavra de Deus a respeito d'Aquele que
é o Testemunho supremo, o esperado Qá'im, e, em verdade, Deus tem conhecimento de
todas as coisas. Este Livro divinamente inspirado estabeleceu com firmeza Sua Prova para
todos os que estão no Oriente e no Ocidente; acautelai-vos, pois, para que nada pronuncieis,
no tocante a Deus, senão a verdade, desde que - afirmo por vosso Senhor - esta Minha
Prova suprema dá testemunho de todas as coisas...
Ó servos de Deus! Sede pacientes, porque - permita Deus - Aquele que é a Verdade
soberana de súbito entre vós aparecerá, investido da potência da Palavra poderosa, e vós,
então, sereis confundidos pela própria Verdade e nenhum poder tereis para afastá-la;34 e,
verdadeiramente, sou testemunha sobre toda a humanidade. Capítulo LIX.




V
ERDADEIRAMENTE, aqueles que ridicularizam os admiráveis Versículos divinos
revelados através de Sua Lembrança, estão apenas se tornando objetos de ridículo, e Nós,
em verdade, lhes ajudamos a crescer em sua iniqüidade.35 Com efeito, o conhecimento de
Deus transcende todas as coisas criadas...
Os infiéis, em verdade, tentam separar Deus de Sua Lembrança,36 mas Deus
determinou aperfeiçoar Sua Luz37 através de Sua Lembrança, e Ele, na realidade, é potente
sobre todas as coisas...
Verdadeiramente, Cristo é Nosso Verbo, o qual comunicamos a Maria,38 e que
ninguém diga o que os cristãos denominam "o terceiro de três",39 desde que isto equivaleria
difamar a Lembrança, Quem, segundo decreta o Livro-Mater, está investido de autoridade
suprema. Em verdade, Deus é apenas um só Deus, e longe esteja de Sua glória que haja
algo além d'Ele. Todos os que a Ele atingem no Dia da Ressurreição, são apenas Seus
servos e Deus é, em verdade, um Protetor suficiente. Em verdade, outro não Sou, senão o
servo de Deus e de Sua Palavra - nenhum outro, senão o primeiro a curvar-se em súplica
diante de Deus, o Excelso, e, em verdade, Deus testemunha todas as coisas. Capítulo LXI.




Ó
POVO do Alcorão! Sois assim como nada, a menos que vos submetais à Lembrança de
Deus e a este Livro. Se seguirdes a Causa de Deus, Nós vos perdoaremos os pecados, e se
vos desviardes de Nosso mandamento, Nós, em verdade, haveremos, em nosso Livro, de
condenar vossas almas ao Fogo. Nós, verdadeiramente, não tratamos os homens com
injustiça, nem na medida de uma mácula em um caroço de tâmara. Capítulo LXII.




Ó
POVOS da terra! Em verdade, a resplendente Luz de Deus apareceu em vosso meio,
investida deste Livro infalível, a fim de que fosseis guiados com acerto aos caminhos da
paz e, com a permissão de Deus, pudésseis com um passo sair da treva para a luz e alcançar
este extenso Caminho da Verdade40...
Deus, do nada absoluto e através da potência de Seu mando, criou os céus e a terra e
tudo o que entre eles há. Ele é único e sem igual, em Sua unidade eterna, não havendo
ninguém que se possa associar à Sua santa Essência, nem existindo qualquer alma, salvo
Seu Próprio Ser, que O possa compreender condignamente. ...
Ó povos da terra! Em verdade, Sua Lembrança vem a vós de Deus, após um
intervalo durante o qual não havia Mensageiros,41 a fim de que Ele vos possa purificar e
livrar das máculas, em antecipação do Dia do Deus Uno e Verdadeiro; d'Ele buscai, pois,
de todo coração, as bênçãos divinas, desde que Nós, em verdade, O temos escolhido para
ser a Testemunha e a Fonte de sabedoria para todos os que habitam a terra...
Ó Qurratu'l-'Ayn! Proclama o que se fez a Ti descer, como sinal da graça do Senhor
misericordioso, desde que, se não o fizeres, Nosso segredo jamais se desvelará diante do
povo,42 pois o desígnio de Deus ao criar o homem é apenas que ele O conheça. Em verdade,
Deus tem conhecimento de todas as coisas e é suficiente por Si Próprio acima da
necessidade de todo o gênero humano. Capítulo LXII.




Q
UANDO quer que os fiéis ouçam recitar os versículos deste Livro, seus olhos transbordarão
de lágrimas e seus corações serão profundamente comovidos por Aquele que é a Suprema
Lembrança; por causa do amor que nutrem por Deus, o Todo-Louvado. Ele é Deus, o
Onisciente, o Eterno. São eles, em verdade, os habitantes do excelso Paraíso, onde para
sempre haverão de permanecer. Verdadeiramente, nada ali haverão eles de ver, salvo o que
tenha procedido de Deus, nada que esteja além do alcance de sua compreensão. Ali, no
Paraíso, encontrarão os crentes, os quais a eles se dirigirão, enquanto lhes pairarem nos
lábios as palavras "Paz, Paz"...
Ó assembléia dos fiéis! Inclinai os ouvidos à Minha Voz erguida por esta
Lembrança de Deus. Verdadeiramente, Deus a Mim revelou que o Caminho da Lembrança
por Mim mostrado é, em absoluta verdade, o Caminho reto de Deus e que, se alguém
professar outra religião, senão esta Fé íntegra, ele descobrirá, no Dia do Juízo, quando for
chamado para o julgamento, que, segundo registrado no Livro, não colheu nenhum
benefício da Religião de Deus...
Temei a Deus, ó assembléia de reis, para que não permaneçais longe d'Aquele que é
Sua Lembrança (o Báb), depois de haver vindo a vós a Verdade, com um Livro e sinais
oriundos de Deus, assim como expressa a admirável língua d'Aquele que é Sua Lembrança.
De Deus buscai graça, pois Deus para vós ordenou, após haverdes n'Ele acreditado, um
Jardim cuja vastidão é como a vastidão do Paraíso inteiro. Ali nada havereis de encontrar,
salvo as dádivas e os favores que o Todo-Poderoso benevolamente conferiu, em virtude
desta momentosa Causa, assim como está decretado no Livro Mater. Capítulo LXIII.




Ó
ESPÍRITO de Deus! Recorda-Te das graças que a Ti conferi quando Contigo conversei no
âmago do coração de Meu Santuário, e quando Te ajudei, através da potência do Espírito
Santo, a fim de que pudesses, falando como o incomparável Porta-Voz de Deus, proclamar
aos homens os mandamentos de Deus que estão entesourados dentro do Espírito divino.
Verdadeiramente, Deus Te inspirou com sabedoria e versículos divinos enquanto
eras ainda criança, e benevolamente se dignou conceder Seu favor aos povos do mundo
através da influência de Teu Nome, o Mais Grandioso, pois, em verdade, os homens não
têm o menor conhecimento do Livro. Capítulo LXIII.




Ó
POVO da terra! Para atingirmos o refúgio final em Deus, o Verdadeiro, deveremos buscar
outra Porta, senão este excelso Ser?...
Quando Deus criou a Lembrança, Ele A apresentou à assembléia de todos os seres criados,
sobre o altar de Sua Vontade. Com isso a assembléia dos anjos se curvou em adoração a
Deus, o Único, o Incomparável; enquanto Satanás se tornava orgulhoso, recusando
submeter-se à Sua Lembrança; por isso é ele identificado no Livro de Deus como o
arrogante e o amaldiçoado.43 Capítulo LXVII.




D
EUS, além do Qual não há outro Deus verdadeiro, diz: Em verdade, quem visita Aquele
que é a Lembrança de Deus depois de haver Ele passado, é como se tivesse atingido a
presença do Senhor, sentado em Seu poderoso Trono. Verdadeiramente, é este o Caminho
de Deus, o Excelso, que o Livro-Mater, de um modo irrevogável, decretou...
Dize, ó povos do mundo! Disputais vós Comigo sobre Deus, em virtude dos nomes
que para Ele vós e vossos pais adotastes, sendo instigados pelo Ente Mau?44 Deus,
realmente, fez descer a Mim este Livro com verdade, a fim de vos possibilitar o
reconhecimento dos verdadeiros nomes de Deus, já que vos tendes desviado no erro, longe
da Verdade. De fato, com cada coisa criada, quando vinha à existência, temos feito um
convênio relativo à Lembrança de Deus, e não haverá ser algum que possa escapar ao
inexorável mandamento de Deus para a purificação da humanidade, assim como ordena o
Livro escrito pela mão do Báb. Capítulo LXVIII.




Ó
POVO, durante a ausência do Báb, representou de novo o episódio do Bezerro, erguendo
uma figura vociferante que incorporava feições animais em forma humana45...
Quando quer que o povo Te pergunte a respeito da Hora designada, dize:
Verdadeiramente, o conhecimento disto só se encontra com Meu Senhor,46 Quem é o
Conhecedor do invisível. Nenhum outro Deus há, senão Ele – Aquele que vos criou de uma
só alma,47 e Eu nenhum controle tenho sobre aquilo que Me traz proveito ou dano, senão
assim como a Meu Senhor aprouver.48 Em verdade, Deus é o Suficiente por Si Próprio e
Ele, Meu Senhor, se ergue supremo sobre todas as coisas. Capítulo LXIX.




P
ARECERÁ estranho ao povo havermos Nós revelado o Livro a um homem dentre eles, a
fim de purifica-los e lhes dar as boas novas de que haverão de ser recompensados com uma
posição segura na presença de seu Senhor? Ele, em verdade, dá testemunho de todas as
coisas...
Quando os versículos deste Livro lhes são recitados, os infiéis dizem: "Dai-nos um
livro semelhante ao Alcorão e fazei modificações nos versículos". Dize: "Deus não os deu a
Mim para que Eu os modificasse a Meu belprazer". Sigo somente aquilo que é a Mim
revelado. Certamente, temerei a Meu Senhor no Dia da Separação, cujo advento, em
verdade absoluta, Ele irrevogavelmente ordenou.49 Capítulo LXXI.




Ó
POVOS da terra! Em verdade, o Deus verdadeiro chama, dizendo: Aquele que é a
Lembrança é, realmente, a Verdade soberana, oriunda de Deus, e nada resta além da
verdade, senão o erro,50 e nada há além do erro, salvo o fogo, irrevogavelmente ordenado...
Ó Qurratu´l-´Ayn! Aponta Teu peito veraz, através do poder da verdade, e exclama:
Afirmo pelo Deus Uno e Verdadeiro, aqui reside a viceregência de Deus; Eu, em verdade,
sou Aquele considerado a Melhor Recompensa,51 e sou Eu, em verdade, Aquele que é o
Mais Excelente Amparo. Capítulo LXXII.




Ó
VÓS assembléia dos crentes! Não pronuncieis contra Mim palavras de negação, uma vez
que a Verdade se tenha tornado manifesta, pois, verdadeiramente, o mandato do Báb vos
foi outrora proclamado, de um modo próprio, no Alcorão. Afirmo, por vosso Senhor, este
Livro é, na realidade, o mesmo Alcorão que no passado se fez descer. Capítulo LXXXI.




Ó
TU, acariciado Fruto do coração. Dá ouvido às melodias desta Ave mística que chilreia nas
mais sublimes alturas do céu. O Senhor, em verdade, Me inspirou a proclamar: Veramente,
veramente, sou Deus, Aquele além do Qual não há outro Deus. Ele é o Todo-Poderoso, o
Onisciente.
Ó Meus servos! Buscai assiduamente esta mais alta recompensa, pois, em verdade,
tenho criado para a Lembrança de Deus jardins que permanecem inescrutáveis a todos,
salvo a Mim, e nos quais nada se fez legítimo para qualquer um, a não ser para aqueles
cujas vidas foram sacrificadas em Seu Caminho. Implorai, pois, a Deus, o Excelso, que Ele
vos conceda esta merecida recompensa, e Ele, em verdade, é o Altíssimo, o Mais
Grandioso. Tivesse sido Nosso desejo, haveríamos congregado todos os homens em um só
aprisco ao redor de Nossa Lembrança, mas eles não cessarão de divergir,52 a não ser que
Deus realize o que Lhe apraza, através do poder da verdade. Na estimativa da Lembrança,
este mandamento, em verdade absoluta, foi irrevogavelmente firmado...
Deus, verdadeiramente, Te escolheu para advertir o povo, para guiar os crentes com
acerto e elucidar os segredos do Livro. Capítulo LXXXV.




S
E fosse Nosso desejo, está em Nosso poder, por meio de apenas uma letra de Nossa
Revelação, compelir o mundo e tudo o que nele está, a reconhecer, com a rapidez de um
volver de olhos, a verdade de Nossa Causa...
Verdadeiramente, outros apóstolos antes de Ti têm sido ridicularizados, com
escárnio,53 e Tu outro não és, senão o Servo de Deus, sustentado pelo poder da Verdade.
Dentro em breve, prolongaremos os dias daqueles que rejeitaram a Verdade por causa
daquilo que suas mãos fizeram54 e, verdadeiramente, a ninguém Deus tratará com injustiça,
nem sequer na medida de uma mácula em um caroço de tâmara. Capítulo LXXXVII.




Ó
VÓS povos da terra! Pela justiça de Deus, o Verdadeiro, o testemunho apresentado por Sua
Lembrança é semelhante ao sol que a mão do Senhor Misericordioso ergueu no próprio
coração do céu, donde brilha na plenitude de seu esplendor merídio...
Com os Profetas – cada um e todos – que temos feito descer no passado,
estabelecemos um Convênio separado relativo à Lembrança de Deus e Seu Dia. Manifesto,
no reino de glória e através do poder da verdade, estão a Lembrança de Deus e Seu Dia,
diante dos olhos dos anjos que circulam Seu trono de misericórdia. Capítulo XCI.




Ó
HORA do Alvorecer! Antes de haver a resplendente glória do Luminar divino se irradiado
da Aurora desta Porta, recorda-te que, em verdade, o Dia preordenado de Deus, em menos
de um volver de olhos, estará próximo. Assim o decreto de Deus foi enunciado no Livro-
Mater. Capítulo XCIV.




Ó
ASSEMBLÉIA dos fiéis! Verdadeiramente, o objetivo dos sinais – de cada um e todos –
revelados por Deus nas Escrituras, ou no mundo em geral, ou nos corações dos homens, é
apenas faze-los compreender plenamente que esta Lembrança é, na realidade, o Ser
Verdadeiro, vindo de Deus. Seguramente, Deus é conhecedor de todas as coisas, através do
poder da Verdade eterna...
Ó vós que circulais o trono de glória! Escutai Meu Chamado que se ergue em meio
à Sarça Ardente: "Em verdade, sou Deus, e não há outro Deus, senão Eu. Adorai-Me, pois,
e, por amor Àquele que é a Mais Grandiosa Lembrança, deveis vós, purificados das
insinuações do povo, oferecer orações, porquanto na realidade, vosso Senhor, o Deus Uno e
Verdadeiro, não é outro, senão a Verdade Soberana. De fato, quem a outros invoca, senão a
Ele, se inclui merecidamente no número dos relegados ao fogo, enquanto Aquele que é a
Lembrança de Deus há de permanecer, com toda certeza, sem se desviar, firme no Caminho
da Verdade, em meio à Sarça Ardente"...
Ó povos da terra! Não inflijais à Mais Grandiosa Lembrança o que os Umayyads
cruelmente infligiram a Husayn na Terra Santa. Pela justiça de Deus, o Verdadeiro, Ele é,
com efeito, a Verdade Eterna e d´Ele é Deus, realmente, testemunha. Capítulo XVII.




D
EUS, em verdade, propusera Nossa Missão aos céus e à terra e às montanhas, mas
recusaram essa incumbência e dela tiveram receio. O Homem, entretanto, este ´Alí, Que
outro não é, senão a Grande Lembrança de Deus, se incumbiu de lhe ser o portador. Assim
Deus, Quem a tudo abrange, em Seu Livro Preservado se referiu a Ele como o "Injuriado",
e, por não ser distinguido diante dos olhos dos homens, Ele, de acordo com o juízo do
Livro, foi intitulado "o Desconhecido"55...
Dentro em breve faremos Nós, em absoluta verdade, que aqueles que guerrearam
contra Husayn (Imame Husayn) na terra do Eufrates, sofram o mais aflitivo tormento e o
castigo mais terrível e exemplar...
Deus bem conhece o coração de Husayn, o ardor de sua sede abrasadora e sua longa
resignação por amor a Deus, o Incomparável, o Ancião dos Dias e dele, verdadeiramente, é
Deus testemunha. Capítulo XII.




E
SCUTA a Voz de Teu Senhor chamando do Monte Sinai, "Verdadeiramente, não há Deus,
salvo Ele, e Eu sou o Excelso, Quem no Livro-Mater esteve velado de acordo com as
dispensações da Providência". Capítulo XIX.




E
STE Livro que Nós fizemos descer, está, verdadeiramente, pleno de bênçãos56 e dá
testemunho da Verdade, a fim de que o povo possa compreender que a concludente Prova
de Deus a favor de Sua Lembrança é similar àquela de que foi investido Maomé, o Selo dos
Profetas e, em verdade, grande é a Causa, assim como ordena o Livro-Mater. Capítulo
LXVI.




E
STA Lembrança é, em verdade, o glorioso Remanescente da Luz de Deus, e Ele vos será o
melhor,57 se, em verdade absoluta, permanecerdes fiéis a Deus, o Excelso...
Nós, em verdade, com a permissão de Deus, Te mandamos aparecer diante de todos
os homens, investido de Nossos sinais e reforçado por Nossa inexcedível soberania. Ele é,
deveras, o designado Portador da Incumbência de Deus...
Ó Qurratu´l-´Ayn! Persevera Tu firmemente, assim como é a Ti ordenado, e não
deixes os descrentes entre os homens, ou suas palavras, Te entristecerem, desde que Teu
Senhor, pela justiça de Deus, o Mais Grandioso, os haverá de julgar no Dia da
Ressurreição, e Deus, seguramente, testemunha todas as coisas. Capítulo LXXXIV.





E
STA Religião, aos olhos de Deus, é, em verdade, a essência da Fé de Maomé; apressai-vos,
pois, a atingir o Paraíso celestial e o altíssimo Jardim de Seu beneplácito na presença do
Deus Uno e Verdadeiro – pudésseis vós apenas ser pacientes e gratos diante das evidências
dos sinais de Deus. Capítulo XLVIII.




Ó
MEUS servos! Este é o Dia designado de Deus – o Dia que o Senhor misericordioso vos
prometeu em Seu Livro; assim, pois, em verdade absoluta, glorificai abundantemente o
Nome de Deus, enquanto trilhardes o Caminho da Lembrança Suprema...
Verdadeiramente, Deus tem concedido permissão à Sua Lembrança para dizer
qualquer coisa que Ele queira, de qualquer modo que Lhe apraza. Na realidade, o que Ele
escolhe não é outra coisa, senão a por Nós escolhida. O Senhor, em verdade, testemunha
todas as coisas. Capítulo LXXXVII.




E
M verdade, Nós conversamos com Moisés do meio da Sarça Ardente do Sinai, com a
permissão de Deus, e revelamos um infinitésimo vislumbre de Tua Luz sobre o Monte
Místico e seus habitantes, e com isso o Monte se abalou até sua base e foi esmagado em
pó...
Ó povos da terra! Afirmo por vosso Senhor! Vós havereis de agir assim como
agiram as antigas gerações. Adverti vós, então, a vós mesmos, da terrível, mas penosa
vingança de Deus. Pois Deus é, em verdade, potente sobre todas as coisas. Capítulo LIII.




Ó
QURRATU´L-´AYN! Eu nenhum outro em Ti reconheço, salvo o "Grande Anúncio" – o
Anúncio expresso pela Assembléia no alto. Por este nome – dou testemunho – os que
circulam o Trono da Glória sempre Te têm conhecido.
Ó assembléia dos que crêem! Nutris vós alguma dúvida acerca daquilo a que a
Lembrança de Deus vos convoca? Pela justiça do Deus Uno e Verdadeiro, Ele não é outro,
senão a Verdade soberana que se tornou manifesta através do poder da Verdade. Estais em
dúvida concernente ao Báb? Verdadeiramente, Ele é Quem segura nas mãos, com Nossa
permissão, os reinos da terra e do céu, e o Senhor, em verdade, tem plena consciência
daquilo que estais fazendo...
Na realidade, sou apenas um homem como vós. Deus, no entanto, a Mim confere
quaisquer favores que deseje, do modo que Lhe apraza58, e o que vosso Senhor decretou no
Livro-Mater é ilimitado. Capítulo LXXXVIII.




D
EUS, em verdade, a Mim revelou, na sagrada casa do Ka´bah: "Verdadeiramente, Eu sou
Deus, e nenhum Deus há, senão Eu. Designei-Te para Mim Mesmo, e Te escolhi como a
Lembrança. Em verdade, quem quer que a Ti preste lealdade, seguindo no caminho do Báb
– para ele, a recompensa do mundo vindouro já foi seguramente prescrita..." Encontra-se
ordenado no Livro que, ao realizar-se a Causa da Lembrança, o Mais Grandioso
Acontecimento se terá realizado, segundo a dispensação da Providência, e Deus, em
verdade, é potente sobre todas as coisas. Capítulo LXXIX.




Ó
QURRATU'L-'AYN! Dize: Em verdade sou Eu Quem é saudado no Livro-Mater como o
"Grande Anúncio". Dize: Lastimavelmente tem havido entre o povo divergências a Meu
respeito, enquanto que, na realidade, nenhuma diferença há entre Mim e o Báb; e Deus, a
Verdade Eterna, é testemunha suficiente. Capítulo LXXVII.




S
OU o Templo Místico que a Mão da Onipotência ergueu. Sou a Lâmpada que o dedo de
Deus acendeu dentro de seu nicho e fez brilhar com imorredouro esplendor. Sou a Flama
daquela Luz superna que ardia sobre Sinai, no Lugar jubiloso, e jazia oculta em meio à
Sarça Ardente. Capítulo XCIV.




C
OMO sinal de pura justiça, temos, em verdade, enviado a cada Profeta as novas relativas à
Causa de Nossa Lembrança e, verdadeiramente, Deus é supremo sobre todos os povos do
mundo. Capítulo LXXXIII.






3

EXCERTOS DO BAYÁN PERSA



É
MELHOR guiar uma só alma do que possuir tudo o que está na terra, pois enquanto essa
alma guiada estiver à sombra da Árvore da Unidade Divina, ambas, tanto ela como a pessoa
que a guiou, serão recipientes da terna misericórdia de Deus, ao passo que a possessão das
coisas terrenas cessará na ocasião da morte. O caminho que leva à guia é o de amor e
compaixão, e não de coerção e força. Este tem sido no passado o método de Deus e haverá
de continuar a ser no futuro! A quem Lhe apraza, faz Ele entrar na sombra de Sua
misericórdia. Verdadeiramente, Ele é o Supremo Protetor, o Todo-Generoso.
Não há paraíso mais admirável para qualquer alma do que se submeter à influência
do Manifestante de Deus em Seu Dia, Lhe ouvir os versículos e neles acreditar, atingir Sua
presença, a qual não é outra, senão a presença de Deus, navegar sobre o mar do reino
celestial de Seu beneplácito e participar dos frutos escolhidos do paraíso de Sua Unicidade
divina. II 16.59




A
DORA tu a Deus de tal modo que, se tua adoração te levasse ao fogo, isso não te faria
alterar tua adoração, e tão pouco a alterarias se o paraíso te fosse a recompensa. Assim - e
somente assim - deveria ser a adoração digna do Deus Uno e Verdadeiro. Se por causa de
medo tu O adorasses, isto não seria próprio na santificada Corte de Sua presença, e não se
julgaria este um ato que fosse dedicado por ti à Unicidade de Seu Ser. Ou se a Deus
adorasses mirando o paraíso, nutrindo a esperança de atingi-lo, estarias fazendo da criação
de Deus Seu companheiro, apesar do fato de ser o paraíso desejados pelos homens.
Tanto o fogo como o paraíso se curvam e prostram diante de Deus. O que é digno
de sua Essência é adorá-Lo por amor a Ele, sem medo do fogo, nem esperança do paraíso.
Quando é oferecida a adoração verdadeira, quem adora é salvo do fogo e entra no
paraíso do beneplácito de Deus, mas não deve ser este, entretanto, o motivo de seu ato. O
favor e a graça de Deus, porém, manam sempre de acordo com as exigências de Sua
inescrutável sabedoria.
A oração mais aceitável é aquela oferecida com a máxima espiritualidade e ardor;
prolongá-la não tem sido, nem é estimado por Deus. Quanto mais desprendida e pura a
oração, mais aceitável é na presença de Deus. VII, 19.




O
DIA da Ressurreição é um dia em que o sol se levanta e se põe, assim como em qualquer
outro dia. Quantas vezes tem o Dia da Ressurreição alvorecido e o povo da terra em que
isso ocorreu não soube do acontecimento. Se essas pessoas tivessem sabido, não haveriam
acreditado, e assim não lhes foi dito!
Quando o Apóstolo de Deus (Maomé) apareceu, Ele não anunciou aos descrentes a
vinda da Ressurreição, pois isso eles não podiam suportar. Esse Dia é, em verdade, um Dia
infinitamente poderoso, porquanto nele a Árvore Divina proclama de eternidade a
eternidade: "Verdadeiramente, sou Deus. Nenhum Deus há, senão Eu". Aqueles velados,
não obstante, crêem ser Ele alguém que lhes seja igual e até mesmo recusam chamá-Lo de
crente, embora este título, no domínio de Seu Reino celestial, seja conferido para sempre ao
mais insignificante seguidor de Sua Revelação anterior. Assim, tivesse o povo nos dias do
Apóstolo de Deus, O considerado, ao menos, um daqueles de seu tempo que acreditavam,
como haveriam essas pessoas durante os sete anos que Ele passou na montanha, O excluído
de acesso a Sua Casa Santa (Ka´bah)? Outrossim, nesta Era do Ponto do Bayán, se o povo
não tivesse recusado Lhe conceder o nome de crente, como haveria podido encarcera-Lo
nesta montanha, sem perceber que a quinta essência da crença vem a existir em virtude de
uma palavra d´Ele? Seus corações são privados do poder da verdadeira percepção e,
portanto, não podem ver, ao passo que aqueles dotados dos olhos do espírito circulam,
assim como mariposas, em volta da Luz da Verdade, até serem consumidos. É por esta
razão que se diz ser o Dia da Ressurreição o maior de todos os dias e, no entanto, similar a
qualquer outro dia. VIII, 9.




N
ÃO há paraíso, segundo a estimativa dos que crêem na Unidade Divina, mais exaltado do
que a obediência aos mandamentos de Deus, nem existe fogo – aos olhos daqueles que a
Deus e Seus sinais têm conhecido – mais ardente do que a transgressão de Suas leis e a
opressão a uma outra alma, nem na medida de um grão de mostarda. No Dia da
Ressurreição, Deus, em verdade, julgará todos os homens, e nós todos, verdadeiramente,
imploramos Sua graça. V, 19.




D
EUS ama aqueles que são puros. Nada – de acordo com o Bayán e aos olhos de Deus – é
mais estimado do que a pureza, a ausência de toda mácula...
Deus, na Era do Bayán, não deseja ver qualquer alma privar-se de júbilo e ardor. Em
verdade, Ele deseja que todos se adornem de tal pureza, interior e exteriormente, e sob
todas as condições, que nenhuma repugnância seja causada, nem a eles próprios, e muito
menos aos outros. V, 14.




C
ONSIDERA tu, outrossim, a manifestação do Ponto do Bayán. Há pessoas que, todas às
noites até ao amanhecer, se ocupam em adorar a Deus e, mesmo agora, quando o Sol da
Verdade, no céu de sua Revelação, se aproxima do zênite, ainda não deixaram seus tapetes
de oração. Se qualquer uma dessas pessoas ouvisse recitar, alguma vez, os admiráveis
versículos de Deus, exclamaria: "Por que me impedes de oferecer minhas orações?" Ó tu
que estás envolto de véus! Se fazes menção de Deus, por que razão te permites ser excluído
d´Aquele que em teu coração ateou a luz da adoração? Se Ele não tivesse anteriormente
revelado a injunção de: "Em verdade, fazei vós menção de Deus"60, que te haveria
incentivado a oferecer devoção a Deus, e aonde te dirigirias em oração?
Quando quer que faças menção d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto,
somente então – sabe tu com certeza – estás fazendo menção de Deus. Do mesmo modo, se
escutasses os versículos do Bayán e admitisses sua verdade, somente então os versículos de
Deus que foram revelados te trariam proveito. De outro modo, qual o benefício que podes
deles derivar? Pois fosse te prostrar em adoração, desde o princípio da vida até o fim, e
passar teus dias em comemoração de Deus, mas desacreditar no Expoente de Sua
Revelação para a era imaginas tu que teus atos confeririam algum benefício a ti? Por outro
lado, se acreditas n´Ele e O reconheces, com verdadeira compreensão, e se Ele disser:
"Tenho aceito tua vida inteira como dedicada à Minha adoração", então, seguramente, tu O
tens estado adorando com o máximo ardor. Teu objetivo em realizar teus atos é que Deus,
por Sua graça, os aceite; e a aceitação divina de modo algum será obtida, salvo pela
aceitação por Aquele que é o Expoente de Sua Revelação. Por exemplo, se o Apóstolo de
Deus – sobre Ele repousem as bênçãos divinas – aceitou certo ato, Deus, em verdade, o
aceitou; de outro modo, tal ato terá permanecido dentro dos desejos egoístas da pessoa que
o realizou e não terá atingido a presença de Deus. Outrossim, qualquer ato que seja aceito
pelo Ponto do Bayán, é aceito por Deus, desde que o mundo contingente nenhum outro
acesso tem à presença do Ancião dos Dias. Qualquer coisa que se faça descer, vem através
do Expoente de Sua Revelação, e qualquer coisa que ascenda, ascende ao Expoente de Sua
Revelação. VIII, 19.




N
ÃO há dúvida de que o Todo-Poderoso tenha feito descerem estes versículos a Ele (o Báb),
assim como mandou descerem versículos ao Apóstolo de Deus. Em verdade, nada menos
de cem mil versículos semelhantes a este já foram disseminados entre o povo, sem
mencionarmos Suas Epístolas, Suas Orações e Seus tratados eruditos e filosóficos. Ele
revela nada menos de mil versículos no espaço de cinco horas; recita versículos com uma
celeridade correspondente à capacidade de Seu amanuense para anota-los. Assim pode-se
bem considerar – se, desde o início desta Revelação até agora, Ele não tivesse sido
impedido – que vasto volume de escritos oriundos de Sua pena se haveria disseminado.
Se contestardes que estes versículos não podem, por si, ser considerados uma prova,
examinai as páginas do Alcorão. Se nelas Deus estabeleceu alguma outra evidência, a não
ser os versículos revelados, para demonstrar a validade da condição de Profeta atribuída a
Seu Apóstolo – sobre Ele repousem as bênçãos de Deus – podeis vós então ter vossos
escrúpulos a Seu respeito...
Quanto à suficiência do Livro como prova, Deus tem revelado: "Não lhes é
suficiente que a Ti fizemos descer o Livro para ser por eles recitado? Nisto,
verdadeiramente, há misericórdia e uma advertência aos que crêem"61. Já que Deus
testificou ser o Livro um testemunho adequado, segundo afirma o texto, como pode se
disputar esta verdade, dizendo que o Livro não seja em si uma prova concludente?... II, 1.




D
ESDE que aquele Dia é um grande Dia, seria para ti extremamente penoso identificar-te
com os crentes. Pois os crentes daquele Dia são os habitantes do Paraíso, enquanto os
descrentes habitam o fogo. E sabe tu com certeza que por Paraíso se entende o
reconhecimento d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto e a submissão a Ele, e por
fogo se entende a associação com as almas que deixariam de se submeter a Ele ou a Seu
beneplácito resignar-se. Naquele Dia, tu te considerarias o habitante do Paraíso e um
verdadeiro crente n´Ele, enquanto, na realidade, te permitirias ser envolvido em véus, e tua
morada seria o ínfimo fogo, embora disso tu mesmo não estivesses consciente.
Compara tu Sua manifestação com a do Ponto do Alcorão. Como é vasto o número
das Letras do Evangelho que ansiosamente O esperavam e, no entanto, desde o tempo de
Sua declaração até cinco anos depois, ninguém se tornou habitante do Paraíso, salvo o
Comandante dos Fiéis (Imame´Ali) e aqueles que secretamente n´Ele acreditavam. Todos
os demais se incluíam entre os habitantes do fogo, se bem que eles próprios se
considerassem habitantes do Paraíso.
Vê tu, outrossim, esta Revelação. As essências do povo, através de desígnios
divinamente concebidos, têm sido ativadas e, até o dia presente, trezentos e treze discípulos
foram escolhidos. Na terra de Sád (Isfahan), a qual aparentemente é uma grande cidade,
havendo em cada canto de seus seminários um vasto número de pessoas consideradas
sacerdotes e doutores, ainda assim, ao vir o tempo para se exporem as mais íntimas
essências, somente seu peneirador de trigo se adornou com as vestes de discípulo. Eis o
mistério daquilo pronunciado pelos parentes do Profeta Maomé – sobre eles esteja a paz de
Deus – a respeito desta Revelação, isto é, que os rebaixados haverão de ser enaltecidos, e os
enaltecidos, rebaixados.
Assim, também, é a Revelação d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto.
Entre aqueles que nunca haverão de pensar que eles talvez possam merecer o desagrado de
Deus e cujos atos pios, na vista de todos, serão exemplares, haverá muitos destinados a
tornar-se a personificação do próprio fogo ínfimo, quando deixarem de abraçar Sua Causa;
enquanto entre os humildes servos que ninguém imaginaria possuidores de mérito algum,
quão grande o número que será honrado com verdadeira fé e ao qual o Manancial da
generosidade conferirá o manto da autoridade. Pois qualquer coisa que seja criada na Fé de
Deus é criada através da potência de Sua Palavra. VIII, 14.




N
O tempo da manifestação do Apóstolo de Deus, todos ansiosamente O esperavam, mas tu
tens ouvidos dizer como Ele foi tratado na ocasião de Seu aparecimento, apesar do fato de
se haverem orgulhado de seus sonhos, se neles, alguma vez, O contemplassem.
Assim também na manifestação do Ponto do Bayán, o povo se levantava ao ser
mencionado Seu Nome e, noite e dia, fervorosamente eles imploravam por Seu advento e,
quando sonhavam com Ele, se gloriavam dos sonhos; e no entanto, agora, que Ele se
revelou, investido do mais poderoso testemunho, pelo qual é vindicada a própria religião
deles e, a despeito do número incalculável dos que com ânsia esperam Sua vinda, eles estão
repousando confortavelmente em suas casa, após haverem escutado Seus versículos;
enquanto Ele, neste momento, está confinado na montanha de Mákú, solitário e
abandonado.
Acautelai-vos, ó povo do Bayán, para que não venhais a agir desta maneira,
chorando penosamente por Sua causa noite e dia, levantando-vos ao ser mencionado Seu
Nome e, no entanto, neste Dia da fruição – Dia esse, em que devereis não só levantar-vos
diante de Seu Nome, mas sim, buscar um caminho que conduza Àquele que personifica
esse Nome – vos excluindo d´Ele como se fosse por um véu. VI, 15.




N
O tempo da manifestação d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, cada um deve ser
bem treinado nos ensinamentos do Bayán, de modo que nenhum dos seguidores se apegue
exteriormente ao Bayán e, por isso, falhe em lealdade a Ele. Se alguém assim fizer, a
sentença de "descrente em Deus" será contra ele pronunciada.
Afirmo, pela santa Essência de Deus, fossem todos no Bayán se unir nos dias de Sua
Revelação, em apoio Àquele que Deus haverá de tornar manifesto, na terra não restaria
nenhuma alma sequer – mais ainda, nenhuma coisa criada – que não ganhasse acesso ao
Paraíso. Acautelai-vos, pois nisto se resume a religião de Deus: apóia-Lo, apenas, em vez
de cumprir, no tempo de Seu aparecimento, tais observâncias como são prescritas no
Bayán. Fosse alguém, entretanto, antes de Ele se manifestar, transgredir os preceitos, ainda
que por uma partícula do tamanho de um grão de cevada, tal pessoa teria transgredido Seu
mandamento.
De qualquer coisa que vos possa desviar da Fonte de Sua Revelação, buscai refúgio
em Deus e segurai-vos à Sua Corda, pois quem se segurar firmemente em lealdade a Ele
terá atingido e, em todos os mundos, atingirá salvação.
"Tal é a generosidade de Deus; a qualquer um que Ele queira, haverá Ele de mostra-
la, e Deus é o Senhor de graça abundante"62. V, 5.




V
ÓS realizais vossas obras para Deus desde o princípio de vossas vidas até o fim, mas nem
sequer um ato é por amor d´Aquele que é o Manifestante de Deus, a Quem toda boa ação
reverte. Tivésseis agido desta maneira, não teríeis sofrido tão penosamente no Dia da
Ressurreição.
Vede como é grande a Causa e, não obstante, como o povo está envolto em véus.
Afirmo pela santificada Essência de Deus, que todo verdadeiro louvor e todos os
verdadeiros atos oferecidos a Deus nada mais são, senão louvor e atos oferecidos Àquele
que Deus haverá de tornar manifesto.
Não enganeis a vós próprios, pensando que estejais sendo virtuosos por amor a
Deus, quando não estais. Pois fosseis vós realizar para Deus, verdadeiramente, vossas
obras, estaríeis as executando para Aquele que Deus haverá de tornar manifesto e estaríeis
Lhe magnificando o Nome. Os habitantes desta montanha, destituídos que são de
verdadeira compreensão, pronunciam incessantemente as palavras: "Nenhum Deus há,
senão Deus", mas qual o benefício que isso lhes concede? Ponderai um pouco, para que vos
não excluais, como se fosse por um véu, d´Aquele que é o Alvorecer da Revelação. VIII,
19.




D
EUS, em todos os tempos e sob todas as condições, tem estado independente de Suas
criaturas. Ele tem alimentado e há de alimentar para sempre o desejo de que todos os
homens possam atingir Seus jardins do Paraíso com o mais perfeito amor, que nenhum
entristeça a outro, nem sequer por um momento, e que todos se abriguem dentro de Seu
berço de proteção e segurança até o Dia da Ressurreição, o qual assinala a aurora da
Revelação d´Aquele que Deus tornará manifesto.
O Senhor do universo jamais levantou um profeta, nem fez descer um Livro, a
menos que tivesse estabelecido Seu convênio com todos os homens, deles exigindo a
aceitação da próxima Revelação e do próximo Livro, uma vez que as emanações de Sua
generosidade são incessantes e sem limite. VI, 16.




C
OMO estais veladas, ó Minhas criaturas63... vós que, sem direito algum, O relegastes a uma
montanha (Mákú), de cujos habitantes nenhum é digno de menção... Com Ele, ou seja
Comigo, não há ninguém, senão aquele que é uma das Letras dos Viventes de Meu Livro.
Em Sua presença, a qual é Minha presença, não há, à noite, nem sequer uma lâmpada
acesa! E, no entanto, em lugares (de adoração), os quais em vários graus a Ele se dedicam,
inúmeras lâmpadas brilham! Para Ele foi criado tudo o que está na terra, e todos com
deleite participam de Seus benefícios, e, não obstante, d´Ele estão a tal ponto velados que
Lhe recusam até uma lâmpada!
Neste Dia, portanto, dou testemunho às Minhas criaturas, pois o testemunho de
outro, senão de Mim Próprio, jamais foi, nem haverá de ser digno de menção em Minha
presença. Afirmo que nenhum Paraíso é mais sublime para Minhas criaturas do que estar
diante de Minha Face e crer em Minhas Santas Palavras, enquanto nenhum fogo lhes tem
sido, nem será mais violento do que estar velado do Manifestante do Meu exaltado Ser e
desacreditar em Minhas Palavras.
Podeis argüir: "Como fala Ele em nosso nome?" Não tendes vós perscrutado as
palavras indecorosas que pronunciastes no passado, assim como refletidas no texto de Meu
Livro, e, ainda não vos sentis envergonhados? Tendes visto agora concludentemente
estabelecida a verdade de Meu Livro e hoje cada um de vós professa sua crença em Mim
por causa desse Livro. Não está muito longe o dia em que compreendereis, prontamente,
que vossa glória consiste em acreditar nestes santos versículos. Hoje, porém, quando a
crença nesta Fé, tão somente, vos traz verdadeiro benefício, dela vos tendes excluído, por
causa das coisas que vos são desvantajosas e vos infligirão dano, enquanto Aquele que é o
Manifestante de Meu Próprio Ser esteve e para sempre haverá de permanecer imune a
qualquer dano, e qualquer prejuízo que tenha aparecido, ou vá aparecer, haverá de reverter,
afinal, a vós mesmos. II, 1.




Q
UÃO vasto o número dos bem versados em cada ciência e, contudo, é sua adesão à santa
Palavra de Deus que há de determinar sua fé, desde que o fruto de cada ciência não é outro,
senão o conhecimento dos preceitos divinos e a submissão a Seu beneplácito. II, 1.




N
ENHUMA coisa criada haverá de atingir seu paraíso, a menos que apareça no mais alto
grau de perfeição que lhe foi prescrito. Por exemplo, este cristal representa o paraíso da
pedra da qual se compõe sua substância... Outrossim, há várias etapas no paraíso para o
próprio cristal... Enquanto era pedra, não tinha valor, mas se atingir a excelência do rubi –
potencialidade essa, nela latente – quanto não valerá por quilate? Considerai, do mesmo
modo, cada coisa criada.
A mais alta posição do homem, entretanto, é atingida através da fé em Deus em
cada Era e pela aceitação daquilo que foi por Ele revelado e não por meio da erudição; pois
há em cada nação homens eruditos, versados nas diversas ciências. Nem pode ser atingida
através da riqueza, pois de modo igual, evidentemente, há entre as várias classes em cada
nação daqueles que possuem riquezas. Assim é, também, com outras coisas transitórias.
O verdadeiro conhecimento, pois, é o conhecimento de Deus, e este não é outro,
senão o reconhecimento de Seu Manifestante em cada Era. Nem há riqueza alguma, a não
ser na pobreza em tudo, salvo em Deus – consiste em se ser santificado de tudo, menos
d´Ele – estado esse, que se pode realizar somente quando demonstrado para com Aquele
que é o Alvorecer de Sua Revelação. Não quer isso dizer, entretanto, que se não deva
prestar louvor às Revelações anteriores – o que de modo algum é aceitável, assim como
cumpre ao homem, quando alcança a idade de dezenove anos, render graças pelo dia de sua
concepção, em estado embrionário. Pois se o embrião não tivesse existido, como haveria
ele alcançado seu estado atual? Igualmente, se não tivesse existido a religião que Adão
ensinou, não haveria esta Fé atingido sua presente condição. Assim, considera tu o
desenvolvimento da Fé de Deus até o fim que não tem fim. V, 4.




M
IL e duzentos e setenta anos têm passado desde a declaração de Maomé e, cada ano,
inúmeras pessoas têm percorrido ao redor da Casa de Deus (Meca). No ano final desse
período, Aquele que é o Fundador da Casa foi, Ele Próprio, em peregrinação. Grande Deus!
Havia uma vasta congregação de peregrinos de todas as seitas. Ninguém, entretanto, O
reconheceu, embora Ele reconhecesse cada um deles – almas firmemente seguradas no
domínio de Seu mandamento anterior. A única pessoa que O reconheceu e com Ele fez a
peregrinação foi aquela a cujo redor revolvem oito Váhids64, de quem Deus se gloriou
diante da Assembléia no alto, em virtude de seu desprendimento absoluto e sua completa
devoção à Vontade de Deus. Não quer isso dizer que essa pessoa fosse tornada objeto de
especial favor – não, esse é um favor que Deus concedeu a todos os homens, mas desse
favor eles se têm deixado ficar velados. O Comentário sobre a Sura de José, no primeiro
ano desta Revelação, fora largamente distribuído. Não obstante, quando o povo percebeu
que não apareciam co-partidários, hesitaram em aceita-lo, nunca se lembrando de que o
próprio Alcorão, ao qual inúmeras almas prestam fidelidade hoje, foi revelado no imo do
coração do mundo árabe, mas aparentemente, durante nada menos de sete anos, ninguém
lhe admitiu a verdade, exceto o Comandante dos Fiéis (Imame´Ali) – sobre ele repouse a
paz de Deus – quem, em resposta às provas concludentes apresentados pelo supremo
Testemunho de Deus, reconheceu a Verdade e não fixou em outros seus olhos. Assim, no
Dia da Ressurreição, Deus interrogará cada um sobre seu próprio entendimento, não
perguntando se apenas seguiu as pegadas dos outros. Quantas vezes uma pessoa, tendo
inclinado os ouvidos aos sagrados versículos, se curvava em humildade e abraçava a
Verdade, enquanto seu líder não fazia isso. Assim cada indivíduo deve ombrear sua própria
responsabilidade, em vez de deixar outra pessoa ombreá-la por ele. No tempo do
aparecimento d´Aquele que Deus tornará manifesto, os de maior destaque entre os eruditos,
como também os mais humildes dos homens, serão, igualmente, julgados. Quantas vezes os
mais insignificantes dos homens admitiam a verdade, enquanto os mais eruditos
permaneciam envoltos em véus. Assim em cada Era numerosas almas entram no fogo por
haverem seguido as pegadas dos outros. IV, 18.




M
ELHOR é se inscrever apenas um de Seus versículos do que se transcrever o Bayán inteiro
e todos os livros que foram escritos na Era do Bayán. Pois tudo será posto de lado, exceto
Seus Escritos, os quais persistirão até a Revelação seguinte. E se alguém inscrevesse, com
verdadeira fé, apenas uma letra daquela Revelação, maior seria sua recompensa por isso, do
que por haver ele registrado todos os Escritos celestiais do passado e tudo o que se escreveu
durante as Revelações anteriores. De igual modo, continua tu a ascender, através de uma
Revelação após outra, sabendo que teu progresso no Conhecimento de Deus jamais chegará
a um fim, assim mesmo como não pode ter começo. VII, 13.




Ó
POVO do Bayán! Acautelai-vos, pois no Dia da Ressurreição ninguém encontrará lugar
para onde fugir. Ele resplandecerá de repente e pronunciará juízo como Lhe aprouver. Se
for Seu desejo, Ele haverá de enaltecer o rebaixado, e rebaixar o enaltecido, assim como fez
no Bayán – pudesses tu compreender. E ninguém, salvo Ele, possui tal poder. Qualquer
coisa que Ele ordene, haverá de se cumprir, e nada deixará de ser cumprido. VII, 9.




D
ESDE que todos os homens procederam da sombra dos sinais de Sua Divindade e Sua
condição de Senhor, tendem sempre a seguir um caminho elevado e alto. E por estarem
destituídos de olhos discernentes para reconhecerem seu Bem-Amado, falham em seu dever
de manifestar para com Ele submissão e humildade. No entanto, desde o princípio de suas
vidas até o fim, de conformidade com as leis estabelecidas na religião anterior, adoram a
Deus, com pia devoção, curvam-se diante de Sua Realidade divina e mostram submissão
para com Sua exaltada Essência. Na hora de Sua manifestação, entretanto, todos dirigem o
olhar para si próprios e assim d'Ele se excluem, já que, em sua fantasia, O consideram
como alguém semelhante a eles mesmos. Longe da glória de Deus é tal comparação. Na
realidade, aquele Ser augusto assemelha-se ao sol físico, Seus versículos são como os raios,
e todos os crentes, se verdadeiramente n'Ele acreditam, são como espelhos nos quais o sol
se reflete. Sua luz é, assim, um mero reflexo. VII, 15 .




Ó
POVO do Bayán! Se acreditais n'Aquele que Deus haverá de tomar manifesto, tal crença é
para vosso próprio benefício. Ele tem sido e para sempre permanecerá independente de
todos os homens. Por exemplo, fosseis vós colocar inúmeros espelhos diante do sol, todos
refletiram o sol, dele reproduziriam impressões, enquanto o sol, em si, independe
completamente da existência dos espelhos e do sóis que eles reproduzem. Tais são os
limites dos seres contingentes em sua relação à manifestação do Ser Eterno. . .
Neste tempo, nada menos de setenta mil pessoas, todo ano, fazem peregrinação à
Casa Santa de Deus, de conformidade com o mando do Apóstolo de Deus, enquanto Ele
Próprio - Aquele por Quem tal preceito foi ordenado - se refugiou por sete anos nas
montanhas de Meca. E isso apesar do fato de ser Aquele que impôs esse mandamento,
muito maior que o próprio mandamento. Assim, pois, todas essas pessoas que, neste tempo,
vão em peregrinação, não o fazem com compreensão verdadeira, pois de outro modo - neste
Dia de Sua Volta, que é maior do que Sua Revelação anterior - teriam seguido Seu
mandamento. Mas vede agora o que sucedeu. Pessoas que professam crença em Sua
religião anterior, que durante o dia e nas horas da noite se curvam em adoração em Seu
Nome, O relegaram a uma morada em uma montanha, enquanto cada um deles, se pudesse
reconhecê-Lo, haveria de considerar esse reconhecimento uma honra. VII, 15.




A
RAZÃO por que se tem ordenado reclusão em momentos de devoção é que assim tu podes
dar tua melhor atenção à lembrança de Deus, para que teu coração, em todos os tempos,
seja animado por Seu Espírito e não excluído, como se fosse por um véu de teu Mais
Amado. Não seja apenas de lábios que prestes teu louvor a Deus, enquanto teu coração não
esteja em harmonia com o excelso Ápice da Glória e o Ponto Focal da comunhão. Se,
porventura, pois, vives no Dia da Ressurreição, o espelho de teu coração será volvido para
Aquele que é o Sol da Verdade; e assim que Sua luz se irradiar, de imediato seu esplendor
se refletirá em teu coração. Pois Ele é a Fonte de toda a bondade e a Ele revertem todas as
coisas. Se, porém, Ele aparecer enquanto tiveres a ti próprio te volvido em meditação, isso
de nenhum proveito a ti será, a menos que menciones Seu Nome por palavras que Ele haja
revelado. Pois na Revelação prestes a vir, é Ele Quem é a Lembrança de Deus, enquanto as
devoções que tu presentemente ofereces foram prescritas pelo Ponto do Bayán, e Aquele
que brilhará resplandecente no Dia da Ressurreição é a Revelação da mais íntima realidade
encerrada no Ponto do Bayán - Revelação essa, mais potente, imensuravelmente mais
potente, do que aquela que a precedeu. IX, 4.



C
ONVÉM ao servo, após cada oração, suplicar a Deus que conceda a seus pais misericórdia
e perdão. Com isso se erguerá o chamado de Deus: "Milhares sobre milhares daquilo que
pediste para teus pais será tua recompensa!" Bem-aventurado quem se lembra de seus pais
quando ele com Deus comunga. Em verdade, nenhum Deus há, senão Ele, o Poderoso, o
Bem-Amado. VIII, 16.




C
OMO esta estrutura física é o trono do templo interior, qualquer coisa que aconteça a essa
parte física é por ele sentida. Na realidade, o que deleita em alegria ou se entristece com
dor, é essa parte interior, e não o próprio corpo. Já que este corpo físico é o trono sobre o
qual o templo interior é estabelecido, Deus tem ordenado que se preserve o corpo no grau
possível, de modo que nada seja experimentado que possa causar repugnância. O ser
interior completa sua estrutura física, a qual é seu trono. Assim, se a esta se mostra respeito,
é como se aquele fosse o recipiente. O inverso é também verdade.
Por isso foi ordenado que se tratasse o corpo morto com a máxima honra e respeito.
V, 12.




N
O tempo do aparecimento d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, fosses tu realizar
teus atos por causa do Ponto do Bayán, não se haveria de considerá-los como sendo
realizados por Deus, e sim, para outro, desde que, naquele Dia, o Ponto do Bayán não é
outro, senão Aquele que Deus haverá de tornar manifesto...
É por razão que, no começo de cada Era, uma multidão vasta que insensatamente
imagina que seus atos sejam para Deus, se afoga e se torna ímpia, e não percebe isso, salvo
aqueles que Ele guie, a Seu mando.
É melhor o homem guiar qualquer alma do que possuir tudo o que há entre o
Oriente e o Ocidente. Outrossim, para aquele guiado, é melhor a guia do que todas as coisas
que na terra existem, pois por causa dessa guia ele, após a morte obterá acesso ao Paraíso,
enquanto que em virtude das coisas deste mundo em baixo, receberá, após sua morte,
aquilo que ele merece. Assim Deus deseja que todos os homens sejam guiados do modo
certo através da potência das Palavras d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto.
Aqueles, entretanto, que são prepotentes, não se deixarão ser guiados. Eles se excluirão da
Verdade, alguns por causa de sua erudição, outros devido à sua glória e a seu poder, e
outros ainda por suas próprias razões, nenhuma das quais lhes será de proveito algum na
hora de sua morte.
Acautelai-vos para que todos vós, guiados por Aquele que é a Fonte da Guia Divina,
possais dirigir vossos passos com acerto na Ponte, a qual é mais aguçada do que a espada e
mais fina do que um cabelo, de modo que, porventura, as coisas que tu, desde o princípio
de tua vida até o fim, tens cumprido por amor a Deus, não se tornem - subitamente e sem
que tu percebas - atos inaceitáveis aos olhos de Deus. Em verdade, a quem Deus deseja, ele
guia para o caminho da certeza absoluta. VII, 2.




C
ADA um espera com ansiedade Seu aparecimento, mas desde que a Ele não dirige os olhos
interiores, tristeza há necessariamente de Lhe sobrevir. No caso do Apóstolo de Deus - que
as bênçãos de Deus sobre Ele repousem - antes da revelação do Alcorão, todos deram
testemunho de Sua piedade e Suas virtudes nobres. Ei-Lo, então, após a revelação do
Alcorão. Que insultos ultrajantes foram contra Ele dirigidos, tais como, em verdade, a pena
tem vergonha de relatar. Eis, outrossim, o Ponto do Bayán. Sua conduta antes da
declaração de Sua missão está claramente óbvia àqueles que O conheciam. Agora, após Sua
manifestação, embora Ele tenha revelado até o presente tempo nada menos que quinhentos
mil versículos sobre diversos assuntos, eis as calúnias pronunciadas, tão indecorosas que,
ao serem mencionadas, a pena se inunda de vergonha. Se, porém, todos os homens fossem
observar os preceitos de Deus, nenhuma tristeza sobreviria a essa Árvore celestial. VI, 11.




O
S atos d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto são como o sol, ao passo que as obras
dos homens, contanto que estejam em harmonia com o beneplácito de Deus, assemelham-se
às estrelas ou à lua... Assim, fossem os seguidores do Bayán observar os preceitos d'Aquele
que Deus haverá de tornar manifesto, no tempo de Seu aparecimento, e considerar a si
mesmos e suas próprias obras como estrelas expostas à luz do sol, então teriam eles colhido
os frutos de sua existência; de outro modo, não lhes será aplicável, como título, o grau de
"estrela". Antes, esse título se aplicará aos que n'Ele verdadeiramente acreditam, aos que,
durante o dia, empalidecem, tornando-se insignificantes, e, ao anoitecer, fulgentes, irradiam
sua luz.
Tal, em verdade, é o fruto deste preceito, fosse alguém observá-lo no Dia da
Ressurreição. É esta a essência de toda a erudição e de todos os atos íntegros, fosse alguém
apenas atingí-la. Tivessem os povos do mundo fixado seu olhar neste princípio, nenhum
Expoente da Revelação divina jamais, no início de qualquer Era, os teria considerado
desprezíveis. O fato é, entretanto, que nas horas da noite cada um percebe a luz que ele
mesmo, segundo sua própria capacidade, emite, esquecido de que, ao romper doa dia, essa
luz esvairá, reduzindo-se ao nada absoluto ante o deslumbrante esplendor do sol.
A luz do povo do mundo é seu conhecimento e aquilo que todos expressam;
enquanto os esplendores que emanam dos gloriosos atos d'Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto são Suas Palavras, pela potência das quais Ele envolve o inteiro mundo da
existência, o põe sob Sua própria autoridade, relacionando-o a Ele mesmo, e então, como o
Porta-Voz de Deus - enaltecido e glorificado seja Ele - proclama: "Verdadeiramente,
verdadeiramente, sou Deus; nenhum Deus há, senão Eu; em verdade, todos os outros, além
de Mim, são Minhas criaturas. Dizei, ó Minhas criaturas! A Mim, tão somente, pois,
deveríeis temer." VIII, 1.




S
ABE tu que, no Bayán, a purificação é considerada o mais aceitável meio de se atingir
proximidade de Deus e o mais meritório de todos os atos. Assim, pois, purifica tu teu
ouvido, a fim de que nenhuma menção possas ouvir, salvo de Deus, e purifica teus olhos,
para que nada contemplem, a não ser Deus, e tua consciência, de modo que ela não perceba,
senão a Deus, e tua língua para que nada proclame, salvo a Deus, e tua mão, para que ela
nada escreva, exceto as palavras de Deus, e teu conhecimento, para que não compreenda,
senão a Deus, e teu coração, de tal modo que não alimente outro desejo, senão de Deus e,
outrossim, purifica todos os teus atos e tuas ocupações a fim de que tu sejas nutrido no
paraíso do amor puro, e possas, porventura, atingir a presença d'Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto, estando tu adornado de uma pureza que Ele altamente estima e santificado
acima de quem quer que d'Ele se tenha desviado e que não Lhe dê seu apoio. Assim
haverás de manifestar uma pureza que te será proveitosa.
Sabe tu que todo ouvido que com verdadeira fé escuta Suas Palavras, estará imune
ao fogo. O crente, deste modo, através de seu reconhecimento d'Ele, apreciará a natureza
transcendente de Suas Palavras celestiais e de todo coração O preferirá aos outros,
recusando inclinar seu afeto aos que n'Ele descrêem. Qualquer coisa que se receba na vida
vindoura é apenas o fruto dessa fé. Na realidade, um homem cujos olhos contemplam Suas
Palavras com verdadeira fé, bem merece o Paraíso; e alguém cuja consciência com
verdadeira fé dá testemunho de Suas Palavras, há de habitar no Paraíso e atingir a presença
de Deus; e alguém cuja língua pronuncia Suas Palavras com fé verdadeira, há de ter morada
no Paraíso, onde estará pleno de êxtase em louvor e glorificação de Deus, o Sempre-
Presente, Cujas revelações de glória jamais terminam e os alentos ressuscitadores de Cuja
santidade jamais falham. Se alguma mão inscrever com verdadeira fé Suas Palavras, Deus,
tanto neste mundo como no vindouro, a tornará plena de coisas altamente estimadas; e cada
peito que memorizar Suas Palavras, se for de um crente, Deus o haverá de encher de Seu
amor; e se um coração nutrir o amor de Suas Palavras, se manifestar em si os sinais da
verdadeira fé, ao ser mencionado Seu Nome e, se exemplificar as palavras: "seus corações
extasiam-se com reverência diante da menção de Deus",65 este coração se tornará objeto
dos olhares do favor divino e, no Dia da Ressurreição, será altamente elogiado por Deus.
IX, 10.




S
E, no tempo do aparecimento d'Aquele que Deus tornará manifesto, todos os habitantes da
terra dessem testemunho de uma coisa da qual Ele dá testemunho de um modo diferente,
Seu testemunho seria semelhante ao sol, enquanto o deles seria como uma imagem falsa
produzida em um espelho que não estivesse virado para o sol. Pois se não fosse assim, o
testemunho deles teria provado ser um reflexo fiel de Seu testemunho.
Afirmo pela mais sagrada Essência de Deus que apenas uma linha das Palavras por
Ele pronunciadas é mais sublime do que as palavras expressas por todos os que habitam na
terra. Não, peço ser perdoado por fazer esta comparação. Como poderiam os reflexos do sol
no espelho comparar com os maravilhosos raios do sol no céu visível? O estado de um é o
do nada, enquanto o do outro, pela justiça de Deus - santificado e magnificado seja Seu
Nome - é o da Realidade das coisas...
Se, no Dia de Sua manifestação, um rei fosse fazer menção de sua própria
soberania, isso seria como se um espelho desafiasse o sol, dizendo: "A luz está em mim".
De modo semelhante seria se um homem de erudição em Seu Dia pretendesse ser um
expoente do conhecimento, ou se aquele que possui riquezas fosse ostentar sua afluência,
ou se um homem poderoso asseverasse sua própria autoridade, ou se alguém investido de
grandeza exibisse sua glória. Não, tais homens se tornariam objeto de escárnio de seus
companheiros, e como seriam julgados por Aquele que é o Sol da Verdade! III, 2.




N
ÃO é permissível interrogar Aquele que Deus tornará manifesto, salvo acerca daquilo que
d'Ele seja realmente digno. Pois Sua condição é a da Essência da Revelação divina...
Qualquer evidência de generosidade que seja testemunhada no mundo é apenas uma
imagem de Sua generosidade; e a Seu Ser se deve a existência de cada coisa... Do princípio
ao fim é o Bayán o repositório de todos os Seus atributos, e o tesouro tanto de Seu fogo
como de Sua luz. Caso alguém deseje fazer perguntas, isto lhe é permitido fazer só por
escrito, para que ele possa derivar de Sua resposta escrita ampla compreensão, e esta
resposta possa servir de sinal vindo de seu Bem-Amado. Que ninguém pergunte, entretanto,
qualquer coisa que se possa provar indigna de Sua elevada posição. Por exemplo, fosse uma
pessoa indagar de um mercador de rubis o preço de palha, quão ignorante ele se mostraria,
e quão inaceitável. Igualmente inaceitáveis seriam as perguntas das mais prestigiosas
pessoas do mundo em Sua presença, com exceção de tais palavras como Ele próprio
pronunciasse acerca de Si Próprio no Dia de Sua manifestação.
Parece-Me que Eu possa imaginar aqueles que incentivados pelas próprias
concepções ilusórias, Lhe escrevem, fazendo perguntas sobre aquilo que foi revelado no
Bayán, e Ele lhes responderia com palavras não Suas próprias, e sim, divinamente
inspiradas, dizendo: "Verdadeiramente, verdadeiramente, sou Deus; nenhum Deus há,
senão Eu. Chamei à existência todas as coisas criadas. Tenho levantado Mensageiros
divinos no passado e a Eles feito descerem Livros. Acautelai-vos para que outro não
adoreis, senão a Deus, Aquele que é Meu Senhor e vosso Senhor. É esta, realmente, a
verdade indubitável. Igual será para Mim, no entanto; se vós em Mim acreditardes, estareis
providenciando o bem para vossas próprias almas, e se vós não acreditardes em Mim, nem
naquilo que Deus a Mim revelou, estareis permitindo que sejais excluídos como se fosse
por um véu. Pois, em verdade, tenho estado independente de vós em tempos idos, e haverei
de continuar a ser independente doravante. Convém, portanto, ó criaturas de Deus, que vos
ajudeis a vós próprias e acrediteis nos Versículos por Mim revelados..." III, 13.




O
BAYÁN haverá de constituir a infalível balança de Deus até o Dia da Ressurreição, o qual
é Dia d'Aquele que Deus tornará manifesto. Quem agir de conformidade com aquilo que
nele está revelado, habitará no Paraíso, à sombra de Sua afirmação, e será incluído entre as
mais sublimes Letras na presença de Deus, enquanto aqueles que se desviarem, ainda que
seja tanto quanto a ponta de um grão de cevada, serão relegados ao fogo e reunidos à
sombra da negação. Esta verdade se expôs igualmente ao Alcorão, onde, em numerosas
instâncias, Deus estabeleceu que qualquer um que fizesse um juízo contrário aos limites por
Ele fixados, seria julgado um infiel...
Quão poucos, neste dias, são aqueles que se conformam ao padrão estabelecido no
Alcorão. Não, em parte nenhuma são eles encontrados, salvo tais como Deus haja
determinado. Se houvesse, porém, tal pessoa, seus íntegros atos de nenhum proveito lhe
seriam, se ela não seguisse o padrão revelado no Bayán; assim mesmo como os atos pios
dos monges cristãos não lhes valiam, desde que no tempo de Apóstolo de Deus - que as
bênçãos de Deus sobre Ele repousem - eles se contentavam com o padrão exposto no
Evangelho.
Se o padrão divino estabelecido no Alcorão tivesse sido observado verdadeiramente,
juízos adversos não teriam sido pronunciados contra Aquele que é a Árvore da Verdade
divina. Assim como se tem revelado: "Quase poderiam os céus se rachar e a terra fender-se
e as montanhas cair em fragmentos."66 E, no entanto, muito mais duros ainda do que
aquelas montanhas, devem ser esses corações que se não deixaram comover! Em verdade,
nenhum paraíso é mais glorioso, aos olhos de Deus, do que o alcance a Seu beneplácito. II,
6.




A
O SOL, pode ser comparado o Deus Uno e Verdadeiro e a um espelho, quem n'Ele crê.
Logo que se coloca o espelho diante do sol, ele reflete sua luz. O descrente assemelha-se a
uma pedra. Não importa por quanto tempo a pedra se exponha ao brilho do sol, não poderá
ela refletir o sol. Assim aquele que crê oferece a vida como sacrifício, enquanto quem não
crê faz contra Deus o que ele comete. Em verdade, se Deus assim deseja, Ele é potente para
transformar a pedra em espelho, mas a própria pessoa permanece conformada com seu
estado. Tivesse ela desejado se tornar um cristal, Deus a teria feito assumir a forma de
cristal. Pois naquele Dia, qualquer a causa que leve o crente a acreditar n'Ele, será também
acessível ao descrente. Quando este, porém, se deixa ser envolvido por véus, a mesma
causa o exclui, como se fosse por um véu. Assim, como está claramente óbvio hoje, aqueles
que a Deus, o Verdadeiro, dirigiram as faces, n'Ele acreditaram por causa do Bayán,
enquanto, por causa deste, os que estão velados se privaram.




A
FIRMO pela santíssima Essência de Deus - enaltecido e glorificado seja Ele - que, no Dia
da aparição d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, mil exames minuciosos do
Bayán não poderão igualar ao exame minucioso de um só versículo a ser revelado por
Aquele que Deus haverá de tornar manifesto.
Pondera tu um pouco e observa que tudo no islã tem sua origem última e final no
Livro de Deus. Considera, do mesmo modo, o Dia da Revelação d'Aquele que Deus haverá
de tornar manifesto, Aquele em Cujas mãos está a fonte de provas, e não te deixes ser d'Ele
excluído por considerações erradas, pois acima de tais considerações está Ele
imensuravelmente enaltecido, porquanto toda prova procede do Livro de Deus, o qual é, em
si próprio, o supremo testemunho, sendo que a todos os homens falta o poder de produzir
igual. Se miríades de homens de erudição, versados em lógica, na ciência da gramática, em
direito, na jurisprudência e em outras matérias semelhantes, se afastassem do Livro de
Deus, seriam ainda pronunciados descrentes. Assim o fruto está dentro do próprio
testemunho supremo e não nas coisas daí derivadas. E sabe tu com toda certeza que cada
letra revelada no Bayán visa somente a evocar submissão Àquele que Deus tornará
manifesto, pois Ele foi Quem revelou o Bayán, antes de Sua Própria manifestação. V, 8.




N
ESTA Revelação, o Senhor do universo dignou-se conferir ao Ponto do Bayán Suas
poderosas palavras e Seus sinais resplendentes, ordenando-os como Seu inigualável
testemunho para todas as coisas criadas. Fossem todas as pessoas que habitam na terra se
ajuntar, não poderiam produzir um versículo sequer, semelhante àqueles que Deus fez
manarem da língua do Ponto do Bayán. Em verdade, fosse qualquer criatura vivente fazer
pausa para meditar, perceberia, sem a menor dúvida, que estes versículos não são obra do
homem e sim, devem ser atribuídos somente ao Deus Uno, o Incomparável, que os faz
manarem da língua de quem quer que Ele deseje e que os não revelou, nem revelará, salvo
através do Ponto Focal da Vontade Primaz de Deus. É Aquele através de Cujas
dispensações Mensageiros divinos se levantam e Livros celestiais são enviados. Tivessem
seres humanos podido realizar esse ato, certamente alguém haveria produzido pelo menos
um versículo no período de mil e duzentos e setenta anos transcorridos desde a Revelação
do Alcorão até a do Bayán. Todos os homens, entretanto, se têm provado incapazes, não
conseguindo, em absoluto, fazer isso, embora se esforçassem, com seu veemente poder,
para extinguir a chama da Palavra de Deus. II, 1.




T
U vês como é vasto o número de pessoas que todo ano vai em peregrinação a Meca e se
ocupa em percorrer a seu redor, enquanto Ele, através da potência de Cuja Palavra o ka´bah
(o santuário em Meca) se tornou o objeto de adoração, se vê abandonado nesta montanha.
Ele outro não é, senão o Próprio Apóstolo de Deus, desde que se pode assemelhar ao sol a
Revelação de Deus. Ainda que nasça inumeráveis vezes, há apenas um sol, do qual depende
a vida de todas as coisas. É claro e evidente que tem sido o objeto de todas as Revelações
anteriores pavimentar o caminho para o advento de Maomé, o Apóstolo de Deus. E essas,
inclusive a Revelação Maometana, tiveram, por sua vez, como objetivo, a Revelação
proclamada pelo Qá´im. O propósito que baseia esta Revelação, bem como aquelas que a
precederam, foi, outrossim, o de anunciar o advento da Fé d´Aquele que Deus tornará
manifesto. E esta Fé – a Fé d´Aquele que Deus tornará manifesto – por sua vez, juntamente
com todas as Revelações anteriores , tem como seu objetivo a Manifestação destinada a
sucede-la. E esta última, não menos que todas as Revelações precedentes, prepara o
caminho para a Revelação que ainda há de seguir. O processo do nascer e do pôr do Sol da
Verdade continuará assim, indefinidamente – processo esse que não teve começo e não terá
fim.
Bem-aventurado aquele que, em cada Era, reconhece o Desígnio de Deus para
aquela Era, e deste não se priva por estar dirigindo o olhar para as coisas do passado. IV,
12.




A
SUBSTÂNCIA deste capítulo é que por Dia da Ressurreição se entende o Dia do
aparecimento da Árvore da Realidade divina, mas não se vê que qualquer um dos
seguidores do islã xiita tenha compreendido o que significa o Dia da Ressurreição; antes,
têm eles, em suas fantasia, imaginado uma coisa que, para Deus, nenhuma realidade tem.
Aos olhos de Deus e de acordo com o uso dos iniciados nos mistérios divinos, o significado
do Dia da Ressurreição é este, que desde o tempo do aparecimento d´Aquele que é a Árvore
da Realidade divina, em qualquer período e sob qualquer nome, até o momento em que Ele
desaparece, é o Dia da Ressurreição.
Por exemplo, desde o início da missão de Jesus – que sobre Ele esteja paz – até o
dia de Sua ascensão, foi a Ressurreição de Moisés. Pois durante esse período a Revelação
de Deus resplandeceu com o aparecimento dessa Realidade divina, Quem por Sua Palavra
recompensou cada um que acreditava em Moisés e por Sua Palavra puniu cada um que não
acreditava, porquanto o Testemunho de Deus para esse Dia foi aquilo que Ele solenemente
afirmara no Evangelho. E desde o início da Revelação do Apóstolo de Deus – que sobre Ele
estejam as bênçãos de Deus – até o dia de Sua ascensão, foi a Ressurreição de Jesus – sobre
Ele esteja paz – na qual a Árvore da Realidade divina apareceu na pessoa de Maomé,
recompensando por Sua Palavra cada um que era crente em Jesus, e por Sua Palavra
punindo cada um que n´Ele não acreditava. E desde o momento em que apareceu a Árvore
do Bayán, até que desapareça, é a Ressurreição do Apóstolo de Deus, como é divinamente
predito no Alcorão, o início da qual foi quando haviam passado duas horas e onze minutos
na véspera do dia cinco de Jamádíyu´l-Avval, 1260 A.H.67, que é o ano de 1270 da
Declaração da Missão de Maomé. Foi este o começo do Dia da Ressurreição do Alcorão, e
até o desaparecimento da Árvore da Realidade divina é a Ressurreição do Alcorão. A etapa
da perfeição de cada coisa é alcançada quando ocorre uma ressurreição. A perfeição da
religião do islã foi consumada no início desta Revelação; e desde o nascer desta Revelação
até o pôr, os frutos da Árvore do Islã, quaisquer que sejam, se tornarão evidentes. A
Ressurreição do Bayán ocorrerá no tempo do aparecimento d´Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto. Pois hoje o Bayán está na condição da semente; no início da manifestação
d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, sua perfeição final aparecerá. Ele é
manifestado a fim de colher os frutos das árvores que Ele plantou; assim mesmo como a
Revelação do Qá´im (Aquele que se levanta), um descendente de Maomé – sobre Ele
repousem as bênçãos de Deus – é exatamente como a Revelação do próprio Apóstolo de
Deus (Maomé). Ele não aparece, salvo com o fim de colher dos versículos alcorânicos que
Ele (Maomé) semeou nos corações dos homens, os frutos do isl㠖 frutos esses que não
podem ser colhidos, senão através da lealdade a Ele (o Qá´im) e da fé n´Ele depositada. No
tempo presente, porém, apenas efeitos adversos se têm manifestado; pois, se bem que Ele
tenha aparecido no centro do coração do islã e todos o professem por causa da relação que
com Ele (o Qá´im) lhes foi concedida, eles injustamente, entretanto, O têm relegado à
Montanha de Mákú, e isso, embora no Alcorão o advento do Dia da Ressurreição tenha
sido prometido a todos por Deus. Pois nesse Dia, todos os homens serão levados diante de
Deus e atingirão Sua presença, o que significa que aparecerão diante d´Aquele que é a
Árvore da Realidade divina e atingirão à Sua presença, já que não é possível aparecer
diante da Santíssima Essência de Deus, nem concebível é tentar com Ele se reunir. O que é
viável com referência ao aparecimento diante d´Ele, e ao encontro com Ele, é o alcance da
Árvore Primaz. II, 7.




J
AMAIS a evidência que Deus expõe poderá ser comparada com as evidências produzidas
por qualquer dos povos e raças da terra e, sem a menor sombra de dúvida, evidência alguma
é exposta por Deus, a não ser através d´Aquele que é designado Seu Testemunho supremo.
Além disso, a prova dos versículos revelados, só e por si, demonstra concludentemente a
completa incapacidade de todas as coisas criadas na terra, pois é uma prova que de Deus
procedeu e há de durar até o Dia da Ressurreição.
E se alguém refletir sobre o aparecimento desta Árvore, ele haverá de testemunhar,
sem dúvida, a sublimidade da Causa de Deus. Pois se uma pessoa que tenha vivido apenas
vinte e quatro anos e que esteja destituída daquelas ciências nas quais todos estão versados,
recita agora versículos desse modo, sem refletir ou hesitar, escreve mil versículos de
orações no espaço de cinco horas, sem pausa da pena, e produz comentários e tratados
eruditos sobre temas tão elevados como a verdadeira compreensão de Deus e da unicidade
de Seu Ser, de uma maneira – segundo confessam os doutos e filósofos - que excede seu
poder de compreensão, então não há dúvida de que tudo o que tem sido manifestado é de
inspiração divina. Apesar de se haverem dedicado ao estudo durante toda a vida, quanto se
esmeram esses sacerdotes quando escrevem uma simples linha no árabe! Após esses
esforços, entretanto, resultam apenas palavras indignas de menção. Todas essas coisas são
como uma prova para o povo; se assim não fosse, a religião de Deus é demasiado potente e
gloriosa para que alguém a compreendesse de outro modo, senão por si própria; antes, é
através dela que se entende tudo mais. II, 1.




L
OUVOR a Deus por haver Ele nos possibilitado conhecer Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto no Dia da Ressurreição, de modo que possamos derivar do fruto de nossa
existência algum benefício e não ser impedidos de atingir a presença de Deus. Pois, em
verdade, é este o objetivo de nossa criação e o propósito único que baseia todo e qualquer
ato virtuoso que possamos realizar. Tal é a graça que Deus nos conferiu; verdadeiramente,
Ele é todo-Generoso, o Benévolo. Sabe tu, que conseguirás assim fazer se acreditares com
fé inabalável. Deus que tu não podes, entretanto, atingir o estado da fé inabalável, em
conseqüência dos véus de teus desejos egoísta que se interpõem, te demorarás no fogo,
embora não o percebas. No Dia de Sua manifestação, a menos que n'Ele, verdadeiramente,
acredites, nada te poderá salvar do fogo, ainda que realizes todo ato íntegro. Se a verdade tu
abraçares, tudo de bom e digno será para ti assentado no Livro de Deus e, em virtude disso,
te regozijarás no altíssimo Paraíso até a Ressurreição seguinte.
Considera tu com a devida atenção, pois o caminho é muito estreito, ainda que seja
mais espaçoso do que os céus e a terra e aquilo que entre eles se encontra. Por exemplo, se
todos os que esperavam o cumprimento da promessa de Jesus tivessem tido certeza da
manifestação de Maomé, o Apóstolo de Deus, nenhum deles se haveria desviado das
palavras de Jesus. Assim também, na Revelação do Ponto do Bayán, se todos tivessem
certeza de que era aquele mesmo Prometido Mihdí (Alguém que é guiado) que o Apóstolo
de Deus predisse, nenhum dos crentes no Alcorão se desviaria das palavras do Apóstolo de
Deus. Outrossim, na Revelação d'Aquele que Deus deverá tornar manifesto, vê tu a mesma
coisa; pois se todos estivessem certos de ser Ele o mesmo, "Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto", predito pelo Ponto do Bayán, nenhum deles se desviaria. IX, 3.




E
M Nome de Deus, o Mais Excelso, o Santíssimo. Todo louvor e glória condizem com a
sagrada e gloriosa corte do Senhor soberano, Aquele que desde sempre habita e para todo o
sempre continuará a habitar dentro do mistério de Sua Própria Essência divina, Aquele que
desde tempos imemoriais permanece e para sempre haverá de permanecer dentro de Sua
transcendente eternidade, exaltado além do alcance e do conhecimento de todos os seres
criados. O sinal de Sua inigualável Revelação, assim como foi por Ele criado e assim como
Ele o gravou na realidade de todos os seres, não é outro, senão a incapacidade deles de
conhecê-Lo. A luz por Ele irradiada sobre todas as coisas não é outra, senão o esplendor de
Seu Próprio Ser. Ele Mesmo esteve, em todos os tempos, imensuravelmente exaltado acima
de qualquer associação com Suas criaturas. Ele de tal maneira formou a criação inteira que
todos os seres, em virtude de seus poderes inatos, possam dar testemunho diante de Deus,
no Dia da Ressurreição, de que Ele nenhum companheiro tem, nem igual, e está santificado
acima de qualquer semelhança, similitude ou comparação. Ele sempre tem sido, e sempre
será, Uno e incomparável na transcendente glória de Seu Ser divino, e desde sempre é
indescritivelmente poderoso na sublimidade de Seu soberano domínio. Ninguém pode
jamais reconhecê-Lo de um modo digno, nem conseguirá qualquer homem, em tempo
algum, compreendê-Lo de uma maneira adequada e própria, pois qualquer realidade à qual
é aplicável o termo "ser" foi criada pela Vontade soberana do Todo-Poderoso, Quem sobre
ela irradiou o esplendor de Seu Próprio Ser, brilhando de Sua augustíssima posição. Ele,
além disso, tem depositado dentro da realidade de todas as coisas criadas o emblema de Seu
reconhecimento, de modo que cada um possa saber com certeza que Ele é o Princípio e o
Fim, o Manifesto e o Oculto, o Criador e o Sustentador, o Todo-Poderoso e o Onisciente,
Quem ouve e percebe todas as coisas, Aquele que é invencível em Seu poder, que se ergue,
supremo, em Sua Própria identidade, Aquele que vivifica e faz esmorecer, o Onipotente, o
Inatingível, o Excelso, o Altíssimo. Toda revelação de Sua Essência divina assinala a
sublimidade de Sua glória, a elevação de Sua santidade, a inacessível altura de Sua
unicidade e a exaltação de Sua majestade e potência. Seu princípio não teve outro princípio,
senão Sua Própria primazia, e Seu fim conhece, salvo Sua Própria ulterioridade. I, 1.




A
REVELAÇÃO da Realidade Divina é, desde sempre, idêntica a sua ocultação, bem como
sua ocultação é idêntica a sua revelação. O que se entende pela "Revelação de Deus" é a
Árvore da Verdade divina, pela qual nenhum outro é simbolizado, senão Ele, e é esta
Árvore Divina que já fez e fará levantarem-se Mensageiros, que tem revelado e sempre há
de revelar Escrituras. De eternidade à eternidade, esta Árvore da Verdade divina tem
servido e sempre servirá como trono da revelação e da ocultação de Deus entre Suas
criaturas e, em cada era, se torna manifesta através de quem quer que Ele deseje. No tempo
da revelação do Alcorão, vindicou Ele Seu poder transcendente pelo advento de Maomé e,
na ocasião da revelação do Bayán, demonstrou Sua soberana grandeza com o aparecimento
do Ponto do Bayán, e, quando resplandecer Aquele que Deus haverá de tornar manifesto,
será por Seu intermédio que sustentará a verdade de Sua Fé, assim como Lhe aprouver,
com aquilo que Lhe aprouver e para aquilo que Lhe aprouver. Ele está com todas as coisas,
mas nada está com Ele. Não está Ele dentro de uma coisa, nem acima dela, nem de seu
lado. Qualquer referência ao fato de que Ele se encontra estabelecido no trono, significa
estar o Expoente de Sua Revelação estabelecido no assento de autoridade transcendente...
Desde sempre, Ele existe e para sempre continuará a existir. Ele sempre esteve e
sempre haverá de permanecer inescrutável a todos os homens, porquanto tudo, a não ser
Ele, tem sido e há de ser sempre criado através da potência de Seu mando. Exaltado é Ele
acima de toda menção ou louvor, e santificado além de toda palavra de elogio ou de
comparação. Nenhuma coisa criada O compreende, enquanto Ele, em verdade, compreende
todas as coisas. Ainda quando se diz "nenhuma coisa criada O compreende", isso se refere
ao Espelho de Sua Revelação, ou seja, Àquele que Deus haverá de tornar manifesto. Ele,
em verdade, é demasiado sublime e excelso para que a Ele qualquer um se refira. II, 8.





4

EXCERTOS DO DALÁ'IL-I-SAB'IH

(As Sete Provas)




T
U perguntaste sobre os fundamentos da religião e seus preceitos: Sabe tu que primeiro e
proeminente na religião é o conhecimento de Deus. Isto atinge sua consumação quando se
reconhece Sua unidade divina, a qual, por sua vez, atinge cumprimento na aclamação de
que Seu sagrado e excelso Santuário, Sede de Sua transcendente majestade, está santificado
acima de todo e qualquer atributo. E sabe tu que, neste mundo da existência, o
conhecimento de Deus jamais será atingido, salvo através do conhecimento d'Aquele que é
o Alvorecer da Realidade divina.




D
EUS Benévolo! Dentro dos domínios do islã, há presentemente sete poderosos soberanos
que governam o mundo. Nenhum deles foi informado de Sua Manifestação (a do Báb) e, se
informado, n´Ele nenhum acreditou. Quem sabe – podem deixar este mundo inferior cheios
de desejos e sem terem percebido que aquilo que esperavam já se realizara. Foi o que
aconteceu com os monarcas que se prendiam firmemente ao Evangelho. Aguardavam a
vinda do Profeta de Deus (Maomé) e, quando Ele apareceu, deixaram de reconhece-Lo. Vê
que grandes somas esses soberanos despendem, sem sequer a menor intenção de nomear
um oficial incumbido da tarefa de lhes tornar conhecido em seus próprios reinos o
Manifestante de Deus! Assim teriam cumprido o propósito para que foram criados. Todos
os seus desejos têm estado e ainda estão fixados em deixar atrás de si nomes ilustres.




P
ONDERA tu, outrossim, a Era do Apóstolo de Deus, a qual durou mil e duzentos e setenta
anos68, até o alvorecer da manifestação do Bayán. Ele ensinou todos a esperarem o advento
do Prometido Qá´im. Todos os atos que começaram com Maomé na Era Islâmica deveriam
atingir sua consumação através do aparecimento do Qá´im. Deus O tornou manifesto,
investido da prova da qual foi investido o Apóstolo de Deus, a fim de que nenhum dos
crentes no Alcorão nutrisse dúvidas sobre a validade de Sua Causa, pois está inscrito no
Alcorão, que ninguém, a não ser Deus, tem capacidade para revelar versículos. Durante o
período de 1270 anos, nenhum dentre os seguidores do Alcorão jamais testemunhou a vinda
de uma pessoa com provas concludentes. Agora o Senhor Sempiterno tornou manifesto e
investiu de testemunho supremo este Prometido, há muito esperado, que veio de um lugar
inimaginável e era uma pessoa cujo conhecimento não se considerava de valor algum. Sua
idade não é mais de vinte e cinco anos, mas Sua glória é tal, que nenhum dos eruditos entre
o povo do islã pode rivalizar, desde que a glória do homem consiste em seu conhecimento.
Vê os eruditos que são honrados em virtude de sua capacidade de compreender os Escritos
Sagrados, e a tal grau Deus os exaltou que diz, a eles se referindo: "Ninguém sabe o que
isso significa, a não ser Deus e os bem aprofundados em conhecimento"69. Como é
estranho, pois, este jovem de vinte e cinco anos, sem instrução, ser escolhido para revelar
Seus versículos de uma maneira tão espantosa. Se os sacerdotes muçulmanos têm motivo
de orgulho por compreenderem o significado dos Escritos Sagrados , a glória d´Ele está em
revelar os Escritos, para que nenhum deles hesite em crer nas Suas Palavras. De tal grau
são a grandeza e o poder celestiais n´Ele revelados por Deus, que, se fosse Sua Vontade e
nada Lhe interrompesse, Ele poderia, dentro do espaço de cinco dias e noites, revelar o
equivalente do Alcorão, o qual se fez descer em vinte e três anos. Pondera tu, e reflete. Já
apareceu, em tempos anteriores, alguém comparável, ou é esta característica estritamente a
Ele confinada?




C
ONSIDERA tu os múltiplos favores que o Prometido concedeu e as efusões de Sua
generosidade que atingiram a congregação dos seguidores do islã para capacita-los a
alcançar a salvação. De fato, observa como Aquele que representa a origem da criação,
Aquele que é o Expoente do versículo: "Eu, em verdade absoluta, sou Deus", se identificou
como a Porta (Báb) para o advento do prometido Qá´im, descendente de Maomé e, em Seu
primeiro Livro, ordenou fossem observadas as leis do Alcorão, de modo que o povo não
fosse tomado de perturbação por causa de um novo Livro e uma Revelação nova, e sim,
considerasse a Fé d´Ele como semelhante à sua própria, e, porventura, não se desviasse da
Verdade, desprezando aquilo para que havia sido chamado à existência.




P
ERMITE que Eu te exponha alguns argumentos racionais. Se alguém deseja abraçar hoje a
Fé Islâmica, lhe seria prova concludente o testemunho de Deus? Se tu sustentas que não o
seria, então como é que Deus o punirá após a morte e, enquanto ele viver, o veredito de
"descrente" lhe será pronunciado? Se afirmares ser concludente o testemunho, como
provarás isso? Se tua asserção se baseia naquilo que tens ouvido dizer, então meras
palavras não são aceitáveis como testemunho irrefutável; mas se julgas ser o Alcorão o
testemunho, isso seria uma prova poderosa e evidente.
Considera agora a Revelação do Bayán. Se os seguidores do Alcorão tivessem
aplicado a si próprios provas semelhantes às provas que elas apresentam para os descrentes
no islã, nem sequer uma só alma teria permanecido privada da Verdade e, no Dia da
Ressurreição, todos haveriam atingido a salvação.
Se um cristão argüisse, "Como posso julgar o Alcorão um testemunho, quando não
o posso compreender?", tal argumento não seria aceitável. Outrossim, desdenhosamente o
povo do Alcorão comenta: "Não podemos compreender a eloqüência dos versículos no
Bayán; como podemos considera-lo um testemunho?" A qualquer um que pronuncie tais
palavras, dize: "Ó tu que não foste instruído! Por qual prova abraçaste tu a Religião do Islã?
Será o profeta, em quem nunca fixaste teus olhos? Serão os milagres que tu jamais
presenciaste? Se aceitaste o islã inconscientemente, por que fizeste isso? Mas se abraçaste a
Fé através de teu reconhecimento do Alcorão como o testemunho, por haveres ouvido os
eruditos e os fiéis expressarem sua incapacidade diante desse Livro, ou se, ao ouvires os
versículos divinos e, em virtude de teu amor espontâneo pela Verdadeira Palavra de Deus,
respondeste em espírito de completa humildade e submissão – espírito esse, que é um dos
mais poderosos sinais do verdadeiro amor e compreensão – então tais provas têm sido e
sempre serão consideradas sãs".




O
RECONHECIMENTO d´Aquele que é o Portador da Verdade divina não é outro, senão o
reconhecimento de Deus, nem amor a Ele é outro, senão amor a Deus. Afirmo, entretanto,
pela sublime Essência de Deus – enaltecido e glorificado seja Ele – não desejei que minha
identidade fosse conhecida pelos homens, e dei instruções para que fosse ocultado Meu
nome, porquanto Eu estava plenamente cônscio da incapacidade dessas pessoas que não são
outras, senão aquelas que – referindo-se a alguém nada menor em importância do que o
Apóstolo de Deus – incomparável que Ele, desde sempre, é – comentaram: "Ele,
certamente, é lunático"70. Se agora pretendem ser diferentes daquele povo, seus atos dão
testemunho da falsidade de suas asserções. O que Deus testifica nada é, senão aquilo que
Seu Testemunho supremo testifica. Fossem todos os povos do mundo atestar uma coisa,
enquanto Ele atestasse outra, o testemunho d´Ele será considerado o testemunho de Deus,
enquanto tudo mais, que não seja Ele, tem sido e sempre será como nada; pois é através de
Seu poder que uma coisa assume existência.
Considera o grau de adesão desse povo em assuntos de fé. Quando eles tratam de
seus próprios interesses, bem se contentam com o testemunho de duas testemunhas justas,
e, no entanto, apesar do testemunho de tantos homens de integridade, eles hesitam em
acreditar n´Aquele que é o Portador da Verdade divina.




A
S evidências que o povo, em sua vã fantasia, exigiu do Apóstolo de Deus, foram pela maior
parte rejeitadas no Alcorão, assim mesmo como na Sura dos Filhos de Israel (Sura XVII)
foi revelado: "E dizem, de modo algum em ti acreditaremos, antes de fazeres jorrar da terra
para nós uma fonte, ou de teres um jardim de palmeiras e trepadeiras e fazeres rios
emanarem de seu meio em abundância; ou antes de deixares tu cair sobre nós o céu em
pedaços, assim como tens anunciado; ou de trazeres Deus e os anjos para atestarem por ti,
ou de teres uma casa de ouro, ou de ascenderes ao céu; nem acreditaremos em tua ascensão
antes de mandares descer a nós um livro que possamos ler. Dize, louvado seja meu Senhor!
Serei Eu mais que um homem, um apóstolo?"
Agora, sê justo! Os árabes pronunciaram tais palavras, e agora, incentivado por teu
desejo, tu exiges ainda outras coisas? Qual a diferença entre ti e eles? Se ponderares um
pouco, há de se tornar evidente que incumbe a um servo humilde aquiescer em qualquer
prova que Deus tenha determinado e não seguir sua própria vã fantasia. Se fossem
satisfeitos os desejos do povo, não restaria na terra nenhum descrente. Pois uma vez que o
Apóstolo de Deus lhes tivesse cumprido os desejos, eles, sem hesitação, teriam abraçado
Sua Fé. Que Deus te salve, se, de acordo com teu desejo egoísta, buscares alguma
evidência; cumpre-te, antes, sustentar a prova infalível que Deus designou. O objeto de tua
crença em Deus não é senão assegurar-te de Seu beneplácito. Como, pois, buscas como
prova de tua fé algo que tem sido e é contrário a Seu beneplácito?




L
IVRA-TE de todo apego que não seja Deus, enriquece-te em Deus, dispensando tudo, salvo
Ele, e recita tu esta oração:
Dize: Deus é suficiente para todas as coisas acima de todas as coisas, e nada nos céus e na
terra ou em qualquer coisa que entre eles se encontre, a não ser Deus, teu Senhor, é
suficiente. Em verdade, Ele, em Si, é o Conhecedor, o Sustentáculo, o Todo-Poderoso.
Não penses ser uma vã fantasia o poder todo-suficiente de Deus. É essa fé genuína
que tu nutres pelo Manifestante de Deus em cada Era. É tal fé que basta, acima de todas as
coisas que existem na terra, enquanto que nenhuma coisa criada na terra, a não ser a fé, te
seria suficiente. Se não és crente, a Árvore da Verdade divina te condenará à extinção. Se
és crente, tua fé te será suficiente, acima de todas as coisas que na terra existem, ainda que
tu nada possuas.




E
M uma tradição se encontra registrado que não mais de setenta pessoas dentre a inteira
congregação dos cristãos abraçaram a Fé do Apóstolo de Deus. A culpa cai sobre seus
doutores, pois se estes tivessem acreditado, teriam sido seguidos pela maioria de seus
conterrâneos. Vê, então, o que sucedeu! Os eruditos da cristandade são considerados
eruditos em virtude de haverem salvaguardado o ensinamento de Cristo, e, no entanto,
considera como, por causa deles próprios, os homens deixaram de aceitar a Fé e atingir a
salvação! É teu desejo, ainda, seguir suas pegadas? Os seguidores de Jesus submeteram-se
aos clérigos a fim de serem salvos no Dia da Ressurreição e, como resultado dessa
obediência, entraram, afinal, no fogo, e, no Dia em que apareceu o Apóstolo de Deus, eles
se excluíram do reconhecimento de Sua exaltada Pessoa. Desejas tu seguir tais sacerdotes?
Não, por Deus, não sejas um sacerdote sem discernimento, nem um seguidor que
disso careça, pois ambos haverão de perecer no Dia da Ressurreição. Antes, incumbe-te ser
um sacerdote que discerne, ou andar com percepção no caminho de Deus, obedecendo a um
verdadeiro dirigente de religião.
Em toda nação tu vês inúmeros dirigentes espirituais destituídos de verdadeiro
discernimento e entre todo povo encontras miríades de aderentes que carecem da mesma
característica. Pondera por algum tempo em teu coração, tem compaixão de ti próprio e não
desvies tua atenção das provas e evidências. Não busques, entretanto, provas e evidências
segundo tua vã fantasia; antes, baseia tuas provas naquilo que Deus determinou. Sabe tu,
além disso, que nem o fato de ser um homem de erudição, nem o de ser um seguidor, é, em
si, origem de glória. Se és homem de erudição, teu conhecimento só se torna uma honra - e
se és um seguidor, tua adesão aos dirigentes só se torna uma honra - quando estão de
acordo com o beneplácito de Deus. E acautela-te para que não consideres o beneplácito de
Deus uma vã fantasia; é o mesmo que o beneplácito de Seu Mensageiro. Considera tu os
seguidores de Jesus. Ansiosamente buscavam eles o beneplácito de Deus, mas nenhum
deles atingiu o beneplácito de Seu Apóstolo - que é idêntico ao beneplácito de Deus - salvo
aqueles que abraçaram Sua Fé.




T
UA carta foi perscrutada. Fosse a verdade desta Revelação plenamente demonstrada com
provas elaboradas, todos os pergaminhos que existem no céu e na terra seriam insuficientes
para contê-las.
A substância, entretanto, a essência do assunto, é esta, que não pode haver dúvida
de que desde sempre Deus está investido da independente soberania de Seu excelso Ser, e
para sempre permanecerá inacessível na majestade transcendente de Sua santa Essência.
Nenhuma criatura jamais O reconheceu de um modo que seja com Seu reconhecimento
condizente, nem qualquer ser criado jamais O louvou de um modo digno de Seu louvor.
Enaltecido é Ele acima de todo nome e santificado acima de toda comparação. Através
d'Ele se tornam conhecidas todas as coisas, enquanto elevada demais é Sua Realidade para
ser conhecida por qualquer um, senão por Ele. O processo de Sua criação nenhum começo
teve, nem fim poderá ter, pois, de outro modo, implicaria a cessação de Sua graça
celestial. Deus tem levantado Profetas e já revelou Livros tão numerosos como as criaturas
do mundo, e assim continuará Ele a fazer para todo o sempre.
Se estás navegando sobre o mar dos Nomes de Deus, os quais se refletem em todas
as coisas, sabe tu que Ele é demasiadamente excelso e santificado para ser conhecido
através de Suas criaturas, ou de ser por Seus servos descrito. Tudo o que tu contemplas foi
chamado à existência através da operação de Sua Vontade. Como pode essa coisa criada,
pois, ser uma expressão de Sua Unicidade essencial? A existência de Deus, em si, atesta
Sua Própria Unicidade, enquanto cada coisa criada, por sua própria natureza, dá evidência
de haver sido formada por Deus. Tal é a prova de consumada sabedoria, na estimativa dos
que navegam sobre o oceano da Verdade divina.
Se, porém, estás navegando sobre o mar da criação, sabe tu que Aquele que é a
Primeira Lembrança, que é a Vontade Primaz de Deus, pode ser comparado ao sol. Deus O
criou através da potência de Sua grandeza e, desde o princípio que não tem princípio, O fez
manifestar-se em cada Era, através do irresistível poder de Seu mando e, até o fim que não
conhece fim, Deus continuará a manifestá-Lo, segundo o beneplácito de Seu Propósito
invencível.
E sabe tu que Ele, em verdade, se assemelha ao sol. Ainda que o sol continue a
nascer até o fim que não tem fim, não terá havido, entretanto, nem haverá, mais de um sol;
e fosse seu ocaso se repetir para sempre, ainda assim, não terá havido, nem haverá jamais,
senão um único sol. É essa Vontade Primaz que aparece resplandecente em cada Profeta e
se expressa em cada Livro revelado. Não conhece início, desde que o Primeiro deriva d'Ele
sua primazia; nem conhece fim, desde que o Último a Ela deve sua ulterioridade.
No tempo do Primeiro Manifestante, a Vontade Primaz apareceu em Adão; no dia
de Noé, se tornou conhecida em Noé; no dia de Abraão, n'Ele; e assim no dia de Moisés, no
dia de Jesus, no dia de Maomé, o Apóstolo de Deus, no dia do "Ponto de Bayán", no dia
d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, e no dia d'Aquele que aparecerá depois
d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto. Daí o significado interior das palavras
pronunciadas pelo Apóstolo de Deus: "Eu sou todos os Profetas", pois aquilo que em cada
um d'Eles resplandece, tem sido e para sempre continuará a ser um só e o mesmo sol.




5

EXCERTOS DO KITÁB-I-ASMÁ'

(O Livro dos Nomes)



Ó
VÓS que estais investidos do Bayán! Não vos denuncieis uns aos outros, antes de o Sol da
eternidade antiga se irradiar acima do horizonte de Sua sublimidade. Nós vos criamos de
uma só árvore e vos fizemos assim como as folhas e os frutos da mesma árvore, para que
vos possais tornar, porventura, fonte de conforto, uns aos outros. Não considereis uns aos
outros, senão como a vós mesmos considerais, a fim de que nenhum sentimento de aversão
prevaleça entre vós, de tal modo que vos possa excluir d´Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto, no Dia da Ressurreição. A vós todos compete ser um só povo indivisível; assim
deveríeis voltar Àquele que Deus haverá de tornar manifesto.
Os que se privaram desta Ressurreição por causa de seus ódios mútuos, ou por
considerarem a si próprios como tendo razão e os outros como errados, foram castigados no
Dia da Ressurreição em conseqüência desses ódios evidenciados durante sua noite71. Assim
se privaram da contemplação do semblante de Deus, e isso não por outra causa, senão por
suas mútuas denúncias.
Ó vós que estais investidos do Bayán! Deveríeis agir de tal maneira como a Deus,
vosso Senhor, aprouvesse, vindo assim a merecer o beneplácito d´Aquele que Deus haverá
de tornar manifesto. Não façais de vossa religião meio de proveito material, despendendo
vossa vida com vaidades e assim herdando, no Dia da Ressurreição, o que possa desagradar
Àquele que Deus haverá de tornar manifesto, enquanto vós, contudo, pensais estar certo
aquilo que fazeis. Se, entretanto, demonstrardes piedade em vossa Fé, Deus seguramente
vos nutrirá dos tesouros de Sua graça celestial.
Sede sinceros em vossa lealdade Àquele que Deus haverá de tornar manifesto, por
amor a Deus, vosso Senhor, para que, porventura, através da devoção à Sua Fé, vos possais
redimir no Dia da Ressurreição. Guardai-vos de permitir, uns aos outros, vos envolverdes
em véus, por causa de quaisquer disputas que entre vós possam surgir, durante vossa noite,
em conseqüência dos problemas encontrados, ou em consideração de tais assuntos como
vossa elevação ou humildade, vossa proximidade ou vosso afastamento.
Assim firmemente vos temos exortado – uma exortação, de fato, apropriada – a fim
de que, porventura, a ela possais aderir tenazmente e por esse meio atingir salvação no Dia
da Ressurreição. Aproxima-se o tempo em que vós estareis em paz convosco mesmos em
vossos lares e eis, terá aparecido Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, e Deus
deseja que a Ele volteis, assim mesmo como Deus vos chamou à existência através do
Ponto Primaz. Vós todos, porém, buscareis guia enquanto seguirdes as insinuações de
vossos próprios desejos. Alguns de vós vos encheis de orgulho por causa de vossa religião,
outros em virtude de vossa erudição. Vós, cada um e todos, aderireis a alguma parte do
Bayán, como meio de auto-glorificação. XVI, 1972.




D
EUS está santificado acima de Seus servos, e nunca há qualquer relação direta entre Ele e
uma coisa criada, enquanto vós todos surgistes a Seu mando. Verdadeiramente, é Ele vosso
Senhor e vosso Deus, vosso Mestre e vosso Rei. Ele ordena vossos movimentos a Seu
mando, em todas as horas do dia e da noite.
Dize, Aquele que Deus haverá de tornar manifesto é, em verdade, o Véu Primaz de
Deus. Acima desse Véu nada podeis encontrar, senão Deus, enquanto embaixo podeis
discernir todas as coisas que de Deus emanam. É Ele o Invisível, o Inatingível, o Excelso, o
Mais Amado.
Se a Deus buscais, cumpre-vos buscar Aquele que Deus haverá de tornar manifesto,
e se alimentais o desejo de habitar na Arca dos Nomes, sereis distinguidos como guias que
conduzem Àquele que Deus haverá de tornar manifesto – se apenas n´Ele acreditasses.
Verdadeiramente, fazei, então, de vossos corações, os alvoreceres de Seus Nomes excelsos,
assim como registrados no Livro, e podereis, assim mesmo como espelhos postos diante do
sol, receber esclarecimento. XVI, 17.




S
E uma pessoa vindicar uma causa e aduzir suas provas, então aqueles que desejam repudia-
la são obrigados a apresentar provas semelhantes. Se em fazer isso forem bem sucedidos, as
palavras da pessoa serão provadas vãs, e eles prevalecerão; de outro modo, nem essas
palavras haverão de cessar, nem as provas por ela avançadas se tornarão nulas. Eu vos
admoesto, ó vós investidos do Bayán, se queríeis afirmar vossa ascendência, não
confronteis com nenhuma alma, a menos que possais dar provas similares à prova por ela
aduzida, pois a Verdade há de ser firmemente estabelecida, enquanto é certo que tudo mais
há de perecer.
Quão numerosas as pessoas que se ocuparam em contendas com Maomé, o
Apóstolo de Deus, e foram, afinal, reduzidas ao nada, desde que lhes faltava o poder de
aduzir provas semelhantes àquela que Deus a Ele fizera descer. Tivessem sido humildes e
modesta, e compreendido a natureza das provas das quais Ele estava investido, nunca O
haveria desafiado. Elas, porém, se consideravam a si próprias as campeãs de sua própria
religião. Deus as apreendeu, portanto, de acordo com seus méritos e vindicou a Verdade
através do poder da Verdade. É o que percebeis claramente hoje na revelação Maometana.
Qual o homem entre vós que possa desafiar os excelsos Tronos da realidade em
cada Era, enquanto d'Eles depende inteiramente toda a existência? Em verdade, Deus tem
eliminado todos os que Lhe fizeram oposição desde o princípio que não tem princípio até o
tempo presente, e Ele, de um modo concludente, tem demonstrado a Verdade através do
poder da Verdade. É Ele, deveras, o Todo-Poderoso, o Onipotente, O de Sumo Poder.
XVII, 11.




Ó
VÓS que estais investidos investidos do Bayán! Sede vigilantes no Dia da Ressurreição,
pois nesse Dia havereis de crer firmemente no Váhid do Bayán, embora de modo algum
possa isso vos beneficiar - assim mesmo como vossa religião passada provou não ser de
proveito algum - salvo se abraçardes a Causa d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto
e acreditardes naquilo que Ele ordenar. Acautelai-vos bem, pois, para que vos não excluais
d'Aquele que é o Manancial de todos os Mensageiros e todas as Escrituras, enquanto
segurando-vos a algumas partes dos ensinamentos que emanaram dessas fontes. XVII, 15.




C
ONSIDERA tu como, no tempo do aparecimento de cada Revelação, os que abrem seus
corações ao Autor dessa Revelação reconhecem a Verdade, enquanto os corações daqueles
que não puderam apreender a Verdade se tornaram estreitos por haverem d'Ele se excluído.
Um coração aberto, contudo, é conferido por Deus a ambos, igualmente. Deus não deseja
estreitar o coração de qualquer um, nem sequer de uma formiga, quanto menos o coração
de uma criatura superior, a não ser quando esta se deixa envolver-se em véus - pois Deus é
o Criador de todas as coisas.
Fosses tu abrir o coração de uma só alma, ajudando-a a abraçar a Causa d'Aquele
que Deus haverá de tornar manifesto, teu mais íntimo ser se tornaria pleno de inspirações
daquele Nome augusto. Incumbe-te, pois, realizar essa tarefa nos Dias de Ressurreição,
desde que a maioria das pessoas é incapaz e, fosses tu lhe abrir os corações e afugentar as
dúvidas, obteriam acesso à Fé de Deus. Manifesta tu esse atributo, portanto, o mais que
puderes, nos dias d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto. Pois, verdadeiramente, se
abrires o coração de uma pessoa por Sua causa, isso te será melhor do que qualquer ato
virtuoso, desde que atos são secundários à fé n'Ele e certeza em Sua Realidade. XVII, 15.




A
TENTAI para que considereis cuidadosamente as palavras de cada alma e então aderi
firmemente às provas que atestam a verdade. Se não puderes descobrir a verdade nas
palavras de uma pessoa, não as façais motivo de contenda, desde que vos é proibido no
Bayán entrar em vãs disputas e controvérsias, para que talvez, no Dia da Ressurreição, não
vos ocupeis em argumentos, nem disputeis com Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto. XVII, 16.




N
O Dia da Ressurreição, quando a vós vier Aquele que Deus tornará manifesto, investido de
provas concludentes, havereis de considerar Sua Causa como destituída de verdade, se bem
que Deus no Bayán vos haja certificado de que nenhuma semelhança existe entre a Causa
d´Aquele que Deus tornará manifesto e a causa dos outros. Como pode qualquer um, senão
Deus, revelar tal versículo que assombra toda a humanidade? Dizei, grande é Deus! Que, a
não ser Aquele que Deus tornará manifesto, pode espontaneamente recitar versículos que
procedam de Seu Senhor – façanha essa que nenhum mortal jamais poderá esperar realizar?
De modo algum pode a Verdade confundir-se com qualquer outra coisa, além de si
própria. Oxalá pudésseis vós ponderar Sua prova! Nem pode o erro se confundir com a
Verdade – se apenas refletirdes sobre o testemunho de Deus, o Verdadeiro.
Como é grande o número dos que falsamente têm pretendido estabelecer uma causa
dentro do islã, e vós lhes seguistes as pegadas sem haverdes testemunhado uma prova
sequer. Que evidência podeis vós, então, aduzir na presença de vosso Senhor – se apenas
meditardes um pouco?
Atentai bem, em vossa noite73, para que não sejais causa de tristeza para qualquer
alma, podendo ou não nela descobrir provas, para que no Dia da Ressurreição, porventura,
não entristeçais Aquele em Cujas mãos estão todas as provas. E quando não discerneis em
uma pessoa o testemunho de Deus, ela, deveras, não conseguirá manifestar o poder da
Verdade; e para tratar com ela, Deus é suficiente. Verdadeiramente, por nenhum motivo
deveis entristecer qualquer pessoa, pois por Deus, com toda certeza, será ela submetida à
prova e julgada. Cumpre-vos aderirdes ao testemunho de vossa própria Fé e observardes os
preceitos estabelecidos no Bayán.
É como no caso de um homem que delineia um pomar e ali planta toda espécie de
árvore frutífera. Ao aproximar-se o tempo de sua vinda – a vinda do senhor – vós tereis
tomado posse do pomar em seu nome e, quando ele vier, em pessoa, será por vós excluído
de seu pomar.
Nós, em verdade, temos plantado a Árvore do Alcorão e provido seu Pomar de toda
espécie de fruta, da qual todos vós tendes participado. Quando Nós, então, viemos tomar
posse daquilo que havíamos plantado, fingistes não conhecer Aquele que é o seu Senhor.
Que não Nos sejais causa de tristeza, nem Nos excluais desse Pomar que a Nós
pertence, embora sejamos independentes de tudo o que vós possuís. Além disso, a nenhum
de vós tornaremos legítima essa propriedade, nem se fosse na medida de um grão de
mostarda. Em verdade, o Juiz somos Nós.
Nós já plantamos o Jardim do Bayán em nome d´Aquele que Deus tornará
manifesto e vos concedemos permissão para ali viverdes até o tempo de Sua manifestação;
então, desde o momento em que for inaugurada a Causa d´Aquele que Deus tornará
manifesto, Nós vos proibimos todas as coisas que considerais vossas próprias, a não ser
que, com a permissão de vosso Senhor, possais delas recuperar a posse. XVIII, 3.




Ó
VÓS a quem é dado o Bayán! Sede vigilantes, nos dias d´Aquele que Deus tornará
manifesto, para que – enquanto pensando que buscais o beneplácito de Deus – vós não
estejais, em realidade, persistindo naquilo que somente Lhe poderia desagradar, assim
como fizeram aqueles que viveram nos dias do Ponto Primaz, aos quais não ocorreu jamais
que estavam buscando coisas contrárias àquilo que Deus designara. D´Ele se excluíram
como se fosse por um véu, não podendo observar aquilo que Deus desejara que eles, como
verdadeiros crentes, cumprissem. Não refletiram sobre as pessoas que viveram nos dias de
Maomé, as quais da mesma maneira acreditaram que estavam buscando o beneplácito de
Deus, enquanto, na realidade, disse se haviam privado, uma vez que não se haviam
assegurado do beneplácito de Maomé. Eles, entretanto, não o compreenderam.
Ó vós que estais investidos do Bayán! Não vos considereis iguais ao povo ao qual
foi dado o Alcorão ou o Evangelho, ou outra Escritura, em tempos passados, desde que
vós, no tempo de Sua manifestação, havereis de vos desviar de Deus mais do que eles se
desviaram. Se, por acaso, vos excluísseis, jamais vos ocorreria que estáveis d´Ele
excluídos. Cumpre-vos considerar como o povo ao qual foi dado o Alcorão se privou da
Verdade, pois vós, de fato, agireis de um modo semelhante, embora pensando que estejais
fazendo bem. Se perceberdes o grau em que vos privais de Deus, desejareis haver perecido
da face da terra e vos haver mergulhado no olvido. Dia virá em que ferventemente querereis
saber o que seria merecedor do beneplácito de Deus, mas, infelizmente, não havereis de
encontrar caminho que a Ele conduza. Vós, assim como camelos que vagueiam sem rumo,
não achareis pasto em que vos possais congregar e unir em uma Causa na qual possais,
seguramente, acreditar. Nesse tempo, haverá Deus de fazer resplandecer o Sol da Verdade e
surgirem os oceanos de Sua generosidade e graça, enquanto vós tereis escolhido gotinhas
de água como o objeto de vossa aspiração e vos privado das copiosas águas em Seus
oceanos.
Se tendes algumas dúvidas a respeito disso, considerai o povo ao qual foi dado o
Evangelho. Não tendo acesso aos apóstolos de Jesus, ele em suas igrejas procuravam
aprazer ao Senhor, esperando aprender o que seria aceitável a Deus, mas aí nenhum
caminho encontraram que a Ele conduzisse. Então, quando Deus manifestou Maomé como
Seu Mensageiro e o Repositório de Seu beneplácito, não cuidaram de vivificar suas almas
através da Fonte de águas da vida que emanavam da presença de seu Senhor, e sim,
continuavam a vagar, agitados, sobre a terra, em busca de uma simples gotinha de água e
acreditando que realizassem atos íntegros. Comportavam-se do mesmo modo como se
comporta atualmente o povo ao qual foi dado o Alcorão.
Ó vós investidos do Bayán! Podeis agir de um modo similar. Atentai, pois, para que
vos não impeçais de atingir a presença d´Aquele que é o Manifestante de Deus, apesar de
haverdes, dia e noite, estado orando para que possais contemplar Seu semblante; e tomai
cuidado para que não sejais privados de atingir o oceano de Seu beneplácito quando,
perplexos, em vão vagardes pela terra em busca de uma gota de água.
Dizei, o testemunho de Deus se cumpriu no Bayán e, através de sua revelação a
graça de Deus atingiu sua mais alta consumação para toda a humanidade. Que nenhum
dentre vós diga haver Deus vos negado a emanação de Suas dádivas, pois seguramente a
misericórdia que Deus mostrou àqueles a quem o Bayán é dado, foi cumprida e consumada
até o Dia da Ressurreição. Oxalá pudésseis vós crer nos sinais de Deus! XVI, 13.




V
ERDADEIRAMENTE, Deus fez que o povo do Bayán fosse chamado à existência através
do poder d´Aquele a Quem foi revelado o Bayán, em preparação para o Dia em que esse
povo voltará a seu Senhor.
As pessoas que prestarão lealdade Àquele que Deus haverá de tornar manifesto são,
deveras, as que compreenderam o significado daquilo que se revelou no Bayán; são elas,
em verdade, as pessoas sinceras, enquanto as que d´Ele se afastam, no tempo de Seu
aparecimento, não terão podido compreender nem sequer uma só letra do Bayán, ainda que
professem fé nele e convicção de qualquer coisa que nele seja revelada, ou lhe observem os
preceitos.
Dizei, toda designação favorável e digna de louvor que se encontra no Bayán refere-
se apenas aos que reconhecem Aquele que Deus haverá de tornar manifesto e acreditam,
com certeza, em Deus e em Seus sagrados Escritos, enquanto toda designação desfavorável
nele contida visa as pessoas que repudiam Aquele que Deus haverá de tornar manifesto,
ainda que se comportem de um modo íntegro dentro dos limites estabelecidos no Bayán.
Dizei, se abraçardes a verdade no Dia da Ressurreição, Deus certamente haverá de vos
perdoar por vossa noite74 e vos conceder Sua clemência.
Quanto aos que tiverem observado fielmente os preceitos no Bayán desde o início
de sua revelação até o Dia em que apareça Aquele que Deus haverá de tornará manifesto,
esses são, em verdade, os companheiros do paraíso de Seu beneplácito, que serão
glorificados na presença de Deus e que habitarão nos pavilhões de Seu jardim celestial. Não
obstante, dentro de menos de uma pequeníssima fração de um instante desde o momento
em que Deus terá revelado Aquele que é o Manifestante de Seu Próprio Ser, a companhia
inteira dos seguidores do Bayán será submetida à prova. XVII, 1.




D
ESDE que tens obedecido fielmente a verdadeira religião de Deus no passado, incumbe-te
doravante seguir Sua verdadeira religião, já que toda religião procede de Deus, o Amparo
no Perigo, O que Subsiste por Si Próprio.
Quem a Maomé, o Apóstolo de Deus, revelou o Alcorão, ordenando na Fé do Islã o
que Lhe aprouvesse, igualmente, da maneira que vos foi prometida, tem revelado o Bayán
Àquele que é vosso Qá´im,75 vosso Guia, vosso Mihdí,76 vosso Senhor, a Quem aclamais
como a manifestação dos mais excelentes títulos de Deus. Em verdade, o equivalente
daquilo que Deus revelou a Maomé durante vinte e três anos foi a Mim revelado no espaço
de dois dias e duas noites. Entretanto, segundo Deus ordenou, nenhuma distinção deve ser
feita entre os dois. Ele, em verdade, tem poder sobre todas as coisas.
Juro pela vida d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto! Minha Revelação é,
na realidade, muito mais deslumbrante do que a de Maomé, o Apóstolo de Deus, se apenas
fizeres uma pausa para refletir sobre os dias de Deus. Vede, como é estranho, uma pessoa
criada entre o povo da Pérsia se por Deus capacitada a proclamar afirmações tão
irrefutáveis que silenciam todo homem de erudição, e, de sua espontânea vontade, revelar
versículos muito mais rapidamente do que se os pudesse anotar. Em verdade, nenhum Deus
há, salvo Ele, o Amparo no Perigo, O que Subsiste por Si Próprio. XVI, 18.




Q
UANTO àqueles que se excluíram da Revelação de Deus, eles, em verdade, não puderam
compreender o significado, nem sequer de uma letra do Alcorão; tão pouco obtiveram a
mais tênue noção da Fé do Islã, pois, de outro modo, de Deus – Quem os trouxe à
existência, Quem os nutriu, os fez morrerem e lhes concedeu vida – não se teriam afastado,
apegando-se a algumas partes de sua religião e pensando que estivessem realizando obras
justas por amor a Deus.
Quão numerosos os versículos revelados a respeito das penosas provações pelas
quais havereis de passar no Dia do Juízo, mas parece que nunca os perscrutastes; e como é
vasto o número de tradições reveladas acerca das tribulações que vos sobrevirão no Dia de
Nossa volta e, no entanto, parece que jamais nelas fixastes vossos olhos.
Passais todos os vossos dias inventando formas e regras para os princípios de vossa
Fé, enquanto o que vos beneficia em tudo isso é compreender o beneplácito de vosso
Senhor e em união vir a conhecer Seu supremo Propósito.
Deus tornou conhecido a vós Seu Próprio Ser, mas vós deixastes de reconhece-Lo; e
a coisa que vos desviará de Deus, no Dia do Juízo, é o caráter ilusório de vossos atos.
Durante vossas vidas inteiras seguis vossa religião, a fim de atrair o beneplácito de Deus e,
no entanto, no Último Dia, vós vos excluís de Deus e vos afastais d´Aquele que é vosso
Prometido. XVII, 2.




Ó
VÓS que estais investidos do Bayán! Sereis submetidos à prova, assim como àqueles a
quem foi dado o Alcorão. Tende compaixão de vós mesmos, pois havereis de testemunhar o
Dia em que Deus terá revelado Aquele que é o Manifestante de Seu Próprio Ser, investido
de provas claras e irrefutáveis, enquanto vós vos apegareis tenazmente às palavras
pronunciadas pelas Testemunhas do Bayán. Naquele Dia continuareis a vaguear, agitados,
como camelos, buscando uma gota da água da vida. Deus fará que oceanos de água vivente
emanem da presença d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, enquanto vós
recusareis com ela saciar vossa sede, embora vos considereis as piedosas testemunhas de
vossa Fé. Não, e ainda outra vez, não! Vós vos desviareis muito mais do que os povos aos
quais foi dado o Evangelho, ou o Alcorão, ou qualquer outra Escritura. Cuidai bem, desde
que a Causa de Deus vos sobrevirá num tempo em que vós todos estareis suplicando e, com
lágrimas, implorando a Deus que venha o Dia de Seu Manifestante; quando Ele vier,
entretanto, tardareis, não vindo a ser dos que se asseguram firmemente em Sua Fé.
Acautelai-vos para que não entristeçais Aquele que é o Supremo Manifestante de
vosso Senhor. Em verdade, bem poderá Ele dispensar a lealdade que Lhe professais. Tomai
cuidado e não causeis desalento a qualquer alma, pois sereis, seguramente, submetidos à
prova. XVII, 2.




D
IZEI, Aquele que Deus haverá de tornar manifesto resgatará, seguramente, os direitos dos
que em verdade acreditam em Deus e em Seus sinais, pois são esses que merecem de Sua
presença um reconhecimento. Dizei, longe está da glória d´Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto, qualquer um assim fazer menção de Seu nome – se ponderais em vossos
corações a Causa de Deus. Dizei, Ele haverá de vindicar a Causa através da potência de Seu
mando e, em virtude de Sua ordem, reduzir ao nada toda perversão da verdade.
Verdadeiramente, Deus é poderoso sobre todas as coisas.
Se desejais distinguir entre a verdade e o erro, considerai quem crê n´Aquele que
Deus haverá de tornar manifesto e quem descrê, no tempo de Seu aparecimento. O primeiro
representa a essência da verdade, assim como se atesta no Livro de Deus, enquanto este
último representa a essência do erro, segundo se atesta nesse mesmo Livro. Temei a Deus,
para que com nada vos identifiqueis, senão com a verdade, desde que fostes exaltados no
Bayán por serdes reconhecidos como os portadores do nome d´Aquele que é a Verdade
eterna.
Dizei, se Aquele que Deus haverá de tornar manifesto fosse pronunciar falso um
piedoso e veraz seguidor do Bayán, vos incumbiria submeter-vos a Seu decreto, já que isso
foi afirmado por Deus no Bayán; verdadeiramente pode Deus converter luz em fogo,
quando quer que Lhe apraza; com toda certeza é Ele potente sobre todas as coisas. E se Ele
declarasse próxima da verdade uma pessoa que vós considerais a ela alheia, não erreis
questionando Sua decisão, em vossas fantasias, pois Aquele que é a Verdade Soberana cria
as coisas através do poder de Seu mando. Verdadeiramente, Deus transmuda o fogo em luz
de acordo com Sua vontade, e Ele é, deveras, potente sobre todas as coisas. Considerai
como a verdade resplandeceu, figurando como verdade, no Primeiro Dia, e o erro se tornou
manifesto como erro; assim, do mesmo modo, havereis vós de distingui-los, um do outro,
no Dia da Ressurreição. XVII, 4.




P
ONDERAI sobre o povo ao qual foi dado o Evangelho. Seus dirigentes religiosos eram
considerados os verdadeiros Guias do Evangelho, mas, ao excluírem-se de Maomé, o
Apóstolo de Deus, se converteram em guias do erro, não obstante haverem eles durante
todas as suas vidas observado fielmente os preceitos de sua religião, a fim de atingirem ao
Paraíso; então, quando Deus lhes tornou conhecido o Paraíso, nele não queriam entrar.
Aqueles a quem é dado o Alcorão têm agido de modo igual. Realizaram seus atos de
devoção por causa de Deus, esperando que Ele lhes possibilitasse unirem-se com os justos
no Paraíso. Quando, porém, as portas do Paraíso se abriram de par em par diante deles,
recusaram entrar. Submeteram-se a entrar no fogo, embora em Deus tivessem estado
buscando refúgio disso.
Dizei, verdadeiramente, o critério pelo qual se distingue entre a verdade e o erro não
aparecerá antes do Dia da Ressurreição. Isso sabereis, se sois dos que amam a Verdade. E
antes do advento do Dia da Ressurreição, a verdade vós havereis de distinguir de tudo mais,
segundo aquilo que no Bayán foi revelado.
Como é vasto o número dos que, no Dia da Ressurreição, haverão de se considerar
certos, enquanto que, pela dispensação da Providência, serão julgados errados, desde que se
excluirão, como se fosse por um véu, d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto,
recusando curvar-se em adoração diante d´Aquele que – assim como é divinamente
ordenado no Livro – é o Objeto de sua criação. XVII, 4.




D
IZEI, vós não podereis reconhecer o Deus Uno e Verdadeiro, nem discernir claramente as
palavras de guia divina, já que buscais e trilhais outro caminho, e não o d´Ele. Sempre ao
saberdes que já apareceu uma Causa nova, deveis procurar a presença de seu autor e
perscrutar seus escritos, a fim de que, porventura, não sejais impedidos de atingir Àquele
que Deus haverá de tornar manifesto, na hora de Sua manifestação. Fosses tu andar no
caminho da verdade, assim como transmitida por aqueles dotados do conhecimento da mais
íntima realidade, Deus, teu Senhor, te redimiria, seguramente, no Dia da Ressurreição. Ele,
em verdade, é potente sobre todas as coisas.
Deus, no Bayán, a todos proíbe que pronunciem julgamento contra qualquer alma,
para evitar que pronunciem sentença contra Deus, seu Senhor, enquanto a si próprios
consideram como sendo dos justos, desde que ninguém sabe como haverá de principiar ou
terminar a Causa de Deus.
Ó vós investidos do Bayán! Se souberdes que uma pessoa pretende promover uma
Causa e tem revelado versículos que parecem não haver sido revelados por outro,
provavelmente, senão por Deus, o Amparo no Perigo, O que Subsiste por Si Próprio, não
pronuncieis sentença contra tal pessoa, para que não pronuncieis, inadvertidamente,
sentença contra Aquele que Deus haverá de tornar manifesto. Dizei, Aquele que Deus
haverá de tornar manifesto é apenas um de vós; Ele se tornará conhecido a vós no Dia da
Ressurreição. Havereis de conhecer a Deus quando o Manifestante de Seu Próprio Ser a vós
se tornar conhecido, para que, porventura, não vos desvieis para longe de Seu Caminho.
Verdadeiramente, Deus fará levantar-se Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto e, depois d´Ele, a Qualquer Um que Lhe apraza, da mesma maneira como fez
levantarem Profetas antes do Ponto do Bayán. Ele, em verdade, tem poder sobre todas as
coisas. XVII, 4.




V
ERDADEIRAMENTE, no Primeiro Dia, abrimos de par em par as portas do Paraíso para
todos os povos do mundo e exclamamos: "Ó vós, todos os seres criados! Esforçai-vos para
obter acesso ao Paraíso, desde que, durante todas as vossas vidas, vos tendes segurado a
atos virtuosos a fim de o alcançardes." É certo que todos os homens anseiam por ali entrar,
mas infelizmente, não podem assim fazer, por causa daquilo que suas mãos cometeram.
Fosses tu, entretanto, adquirir, no âmago de teu coração, uma verdadeira compreensão de
Deus, antes de haver Ele se manifestado, poderias reconhece-Lo, visível e resplendente,
quando Ele se desvelasse diante dos olhos de todos os homens. XVII, 11.




D
IZEI, em virtudes de haverdes vós vos lembrado d´Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto e Lhe louvado o Nome, Deus fará dilatarem-se de júbilo vossos corações – e não
quereis que vossos corações atinjam tão abençoada condição? Na realidade, os corações
dos que verdadeiramente crêem n´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, são mais
vastos do que a expansão do céu e da terra e de qualquer coisa que entre eles esteja.
Nenhum empecilho tem Deus deixado em seus corações, nem que fosse do tamanho de um
grão de mostarda. Ele lhes alegrará os corações, os espíritos, as almas e os corpos, e seus
dias de prosperidade ou adversidade, com a exaltação do nome d´Aquele que é o supremo
Testemunho de Deus e com a promoção da Palavra d´Aquele que é o Alvorecer da glória de
seu Criador.
Verdadeiramente, essas são almas cujo deleite está em se lembrarem de Deus –
d´Aquele que lhes enleva o coração através da fulgência da luz do conhecimento e da
sabedoria. Nada buscam elas, senão a Deus, e freqüentemente se ocupam em Lhe prestar
louvor. Nada desejam, salvo o que Ele deseja, e estão prontas para cumprir o Seu mando.
Seus corações são espelhos que refletem aquilo desejado por Quem Deus haverá de tornar
manifesto. Assim Deus alegrará os corações dos que n´Ele e em Seus sinais
verdadeiramente acreditam e que estão bem convencidos da vida vindoura. Dizei, a vida
vindoura não é outra, senão os dias associados com o advento d´Aquele que Deus tornará
manifesto.
Não reduzais os preceitos de Deus às vossas próprias fantasias; antes, todas as
coisas criadas por Deus, a Seu mando, deveis vós observar com os olhos do espírito, da
mesma maneira como vedes coisas com os olhos de vossos corpos. XVII, 15.




A
REVELAÇÃO divina associada com o advento d´Aquele que é vosso prometido Midhí,
provou ser muito mais admirável do que a Revelação da qual foi investido Maomé, o
Apóstolo de Deus. Oxalá pudésseis ponderar! Em verdade, Deus fez levantar-se Maomé, o
Apóstolo de Deus, dentre o povo da Arábia, após haver ele atingido a idade de quarenta
anos – fato esse, que cada um de vós afirma e sustenta – enquanto Deus fez levantar vosso
Redentor com a idade de vinte e quatro anos; em meio a pessoas entre as quais nenhuma
pode falar ou entender uma palavra de árabe. Assim Deus expõe a glória de Sua Causa e
demonstra a Verdade através da potência de Sua Palavra revelada. Ele é, em verdade, o
Poderoso, o Onipotente, o Amparo no Perigo, o Mais Amado. XVII, 4.




D
IZEI, verdadeiramente, Deus fez que todos os seres criados entrassem na sombra da árvore
da afirmação, salvo aqueles dotados da faculdade da compreensão. É sua a escolha, ou
acreditar em Deus, seu Senhor, n´Ele depositando toda a sua confiança, ou se excluir d´Ele
e recusar crer com certeza em Seus sinais. Esses dois grupos navegam sobre dois mares: o
mar da afirmação e o mar da negação.
Os que em verdade crêem em Deus e em Seus sinais e, em cada Era, obedecem
fielmente aquilo que foi revelado no Livro – esses são, realmente, os que Deus criou dos
frutos do Paraíso de Seu beneplácito e que são dos bem-aventurados. Aqueles, porém, que
se afastam de Deus e de Seus sinais em cada Era, são os que navegam sobre o mar da
negação.
Deus, através da potência de Seu mando, ordenou a Si Próprio a tarefa de assegurar
a ascendência do mar da afirmação e de reduzir ao nada o mar da negação, através do poder
de Sua grandeza. Ele é, em verdade, potente sobre todas as coisas.
Verdadeiramente, incumbe-vos reconhecer vosso Senhor no tempo de Sua
manifestação, para que, porventura, não entreis em negação, e sim, antes que Deus faça
levantar um profeta, vos possais encontrar firmemente estabelecidos sobre o mar da
afirmação. Pois se a vós um profeta vier de Deus e vós deixardes de andar em Seu
Caminho, Deus com isso transformará vossa luz em fogo. Atentai, então, a fim de que,
porventura, através da graça de Deus e de Seus sinais, possais redimir vossas almas. XVIII,
13.




D
IZEI, Deus, em verdade, fará que vossos corações se entreguem à perversidade, se
deixardes de reconhecer Aquele que Deus haverá de tornar manifesto; mas se O
reconhecerdes, Deus haverá de banir de vossos corações a perversidade...
Naquele dia em que, segundo a Vontade de Deus, fostes iniciados no Bayán, sabia
qualquer um de vós quem eram as Letras dos Viventes ou as Testemunhas, ou os
Testemunhos, ou quais os nomes dos crentes? Outrossim, Deus deseja que reconheçais
Aquele que Deus haverá de tornar manifesto no Dia da Ressurreição. Acautelai-vos para
que vos não excluais, como se fosse por um véu, d´Aquele que vos criou, em conseqüência
de vossa consideração por aqueles que foram chamados à existência a mando do Ponto do
Bayán, para a exaltação de Sua palavra. Possuístes vós, antes de haver o Ponto do Bayán
vos chamado à existência, algum traço de identidade, ou – menos provável ainda – um
escrito ou alguma autoridade? Não olheis, pois, para vosso começo – talvez vos possais
salvar no dia de vossa volta. Realmente, não fosse a exaltação do nome do Ponto Primaz,
Deus não teria ordenado para vós as Letras dos Viventes, nem aqueles que são os
Testemunhos de Sua Verdade, nem as Testemunhas de Sua justiça – pudésseis vós atentar
apenas um pouco. Tudo isso é para glorificar a Causa d´Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto, quando Ele aparecer; Oxalá pudésseis ponderar por algum tempo.
Cumpre-vos, pois, voltardes para Deus – assim mesmo como fostes trazidos à
existência – e não pronunciardes tais palavras como "por que?" ou "não", se desejais que
vossa criação dê fruto no tempo de vossa volta. Pois nenhum de vós que nascestes no
Bayán há de obter o fruto de seu começo, a menos que volte para Aquele que Deus haverá
de tornar manifesto. Ele é Quem fez de Deus proceder vosso começo, e a Ele ser vosso
regresso – se apenas soubésseis. XVI, 15.




C
OMO é grande o número de pessoas que se adornam de mantos de seda durante toda a vida,
enquanto vestidas nos trajes do fogo, desde que se despiram das vestes da guia divina e da
retidão; e quão numerosos são aqueles que usam roupas feitas de algodão ou lã grosseira
durante toda a vida e, no entanto, por estarem dotados da vestidura da guia divina e da
retidão, estão adornados realmente com as vestes do Paraíso e se deleitam no beneplácito
de Deus. Melhor seria, em verdade, aos olhos de Deus, fosseis vós combinar os dois,
adornando-vos com a vestimenta da guia divina e da retidão e usando seda fina, se possuís
meios para assim fazer. Se não, ao menos, não vos comporteis impiamente; antes,
demonstrai piedade e virtude...
Não fosse pela razão única de estar Ele presente entre esse povo, não haveríamos
Nós prescrito qualquer lei, nem estabelecido proibição alguma. É somente para a
glorificação de Seu Nome e a exaltação de Sua Causa, que temos enunciado certas leis, a
Nosso mando, ou proibido os atos para os quais temos aversão, de modo que por Seu
intermédio, na hora de Sua manifestação, possais atingir o beneplácito de Deus e vos abster
das coisas que Lhe são abomináveis.
Dizei, verdadeiramente, o beneplácito d´Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto é o beneplácito de Deus, enquanto o desagrado d´Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto não é outro, senão o desagrado de Deus. Evitai vós Seu desagrado e fugi
para o abrigo de Seu beneplácito. Dizei, os guias viventes que a Seu beneplácito conduzem
são os que n´Ele verdadeiramente crêem e que estão bem seguros em sua fé, enquanto as
testemunhas viventes de Seu desagrado são aqueles que, ao ouvirem os versículos de Deus
enviados de Sua presença, ou lerem as palavras divinas por Ele reveladas, não abraçam a Fé
instantaneamente e não atingem a certeza. XVI, 14.





6

EXCERTOS DE VÁRIOS ESCRITOS




D
IZEI, Deus é o Senhor e todos a Ele prestam adoração. Dizei, Deus é o Verdadeiro e todos
a Ele prestam homenagem.
Este é Deus, vosso Senhor, e a Ele todos haverão de regressar. Há alguma dúvida a
respeito de Deus? Ele vos criou, e criou todas as coisas. O Senhor de todos os mundos é
Ele.




D
IZEI, verdadeiramente, qualquer seguidor desta Fé pode, com a permissão de Deus,
prevalecer, por si só, sobre todos os que habitam no céu e na terra e em qualquer coisa que
entre eles esteja; pois, na realidade, sem a menor sombra de dúvida, é esta a Fé una e
verdadeira. Portanto, não receeis, nem vos entristeçais.
Dizei, Deus, segundo aquilo que é revelado n Livro, se incumbiu da tarefa de
assegurar a ascendência de qualquer um dos seguidores da Verdade, sobre e acima de cem
outras almas, e a supremacia de cem crentes sobre mil descrentes, e o domínio de mil dos
fiéis sobre todos os povos e raças da terra; desde que Deus chama à existência o que Ele
deseja, em virtude de Seu mando. Ele, em verdade, é potente sobre todas as coisas.
Dizei, o poder de Deus está nos corações dos que crêem na unidade de Deus e dão
testemunho de que nenhum Deus há, senão Ele, enquanto os corações dos que atribuem
sócios a Deus carecem do poder, estão destituídos de vida nesta terra – seguramente são
mortos.
Aproxima-se o Dia em que Deus tornará vitoriosas as hostes da Verdade, e Ele
purificará toda a terra a tal modo que, dentro do âmbito de Seu conhecimento, nenhuma
alma sequer restará, a menos que creia, verdadeiramente, em Deus, e não adore a outro
Deus, senão a Ele, se curve em Sua adoração, dia e noite, e se inclua entre aqueles que têm
plena convicção.
Dizei, Deus é, com efeito, a Verdade Soberana, Quem é manifestamente Supremo
sobre Seus servos; Ele é o Amparo no Perigo, O que Subsiste por Si Próprio.




D
EUS testifica que nenhum outro Deus há, senão Ele. D´Ele são os reinos nos céu e na terra
e em tudo o que entre eles existe. Elevado está Ele acima da compreensão de todas as
coisas e inescrutável é Ele à mente de todo ser criado; ninguém poderá penetrar na
unicidade de Seu Ser ou desvendar a natureza de Sua Existência. Nenhum companheiro ou
semelhante, nenhuma similitude ou igual, jamais poderá a Ele associar-se. Prestai-Lhe,
pois, louvor e glorificai-O; testemunhai a santidade e a unicidade de Seu Ser e magnificai
Sua grandeza e majestade com admirável glorificação. Isso vos há de possibilitar acesso ao
altíssimo Paraíso. Oxalá tivésseis fé firme na revelação dos sinais de Deus.
É este o Livro divinamente inscrito. É a Epístola estendida. Dizei, este é, em
verdade, o Templo Freqüentado, a Folha fragrante, a Árvore da Revelação divina, o Oceano
que surge, as Palavras que jaziam ocultas, a Luz acima de toda luz... Na realidade, toda luz
é gerada por Deus, através do poder de Seu mando. Ele é, em verdade, a Luz no reino do
céu e da terra e daquilo que entre eles existe. Através do resplendor de Sua Luz, Deus
concede iluminação a vossos corações e torna firmes vossos passos, para que vós,
porventura, a Ele presteis louvor.
Dizei, é este, com toda certeza, o Jardim de Repouso, o mais sublime Ponto de
adoração, a Árvore além da qual não há passagem, o abençoado Loto, o Mais Poderoso
Sinal, o mais belo Semblante e a Face mais formosa.




D
ESDE o começo que não tem começo, têm todos os homens se curvado em adoração diante
d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, e eles continuarão a assim fazer até o fim
para o qual não há fim. Como é estranho, então, que, no tempo de Seu aparecimento, vós
prestais homenagem, dia e noite, àquilo que o Ponto do Bayán vos ordenou e, no entanto,
deixais de adorar Aquele que Deus haverá de tornar manifesto.




C
ONSAGRA Tu a Ele, ó Meu Deus, esta Árvore inteira, a fim de que dela se revelem todos
os frutos ali criados por Deus, para Aquele por Cujo intermédio Deus se dignou revelar
tudo o que Lhe apraz. Por Tua glória! Não tenho desejado que esta Árvore produzisse
jamais um ramo, uma folha ou um fruto que deixasse de se curvar diante d´Ele, no dia de
Sua Ressurreição, ou recusasse Te louvar através d´Ele, de modo condigno com a glória de
Sua Revelação toda-gloriosa, e com a sublimidade de Sua mais sublime Ocultação. E fosses
Tu ver, ó Meu Deus, algum ramo, folha ou fruto sobre Mim, que tivesse deixado de se
curvar diante d´Ele, no dia de Sua Revelação, corta-o desta Árvore, ó Meu Deus, pois não é
de Mim, nem a Mim haverá de regressar.




E
LE – glorificada seja Sua menção – assemelha-se ao sol. Fossem inúmeros espelhos
colocados em sua frente, cada um, segundo sua capacidade, refletiria o esplendor desse sol,
e se, diante dele, nenhum fosse colocado, o sol continuaria ainda a nascer e se pôr, e só os
espelhos seriam velados de sua luz. Eu, verdadeiramente, não faltei a Meu dever de
admoestar esse povo e planejar meios pelos quais se volva a Deus, seu Senhor, e acredite
em Deus, seu Criador. Se, no dia de Sua Revelação, todos os que estão na terra Lhe
prestarem lealdade, Meu mais íntimo ser regozijar-se-á, por haverem todos atingido o ápice
de sua existência e sido apresentados face a face a seu Bem-Amado, e por haverem
reconhecido, no mais pleno grau atingível no mundo da existência, o esplendor d´Aquele
que é o Desejo de seus corações. De outro modo, Minha alma, em verdade, se entristecerá.
Verdadeiramente, tenho nutrido todas as coisas para esse fim. Como poderá, pois, alguém
se velar d´Ele? Por isso, tenho invocado a Deus e continuarei a invocá-Lo. Ele, em verdade,
está próximo, pronto para atender.




A
GLÓRIA d´Aquele que Deus haverá de tornar manifesto está imensuravelmente acima de
qualquer outra glória, e Sua majestade está muito além de qualquer outra majestade. Sua
beleza excede a todas as demais personificações de beleza, e Sua magnificência é
imensamente superior a todas as outras manifestações de magnificência. Toda luz
empalidece na presença do resplendor de Sua luz, e todos os outros expoentes da
misericórdia falham diante dos sinais de Sua misericórdia. Qualquer outra perfeição é como
inexistente à face de Sua consumada perfeição, e qualquer outra demonstração de grandeza
como nada é, diante de Sua grandeza absoluta. Seus nomes são superiores a todos os
demais nomes. Seu beneplácito prevalece sobre qualquer outra expressão de beneplácito.
Sua preeminente exalação está muito além do alcance de todos os demais símbolos da
exaltação. O esplendor de Sua aparição ultrapassa em muito o de qualquer outra aparição.
Sua ocultação divina é muito mais profunda do que qualquer outra ocultação. Sua
sublimidade está imensuravelmente acima de qualquer outra sublimidade. Nenhuma outra
evidência de favor pode igualar a Seu benévolo favor. Seu poder transcende todo poder.
Sua soberania é invencível diante de toda e qualquer outra soberania. Seu domínio celestial
está exaltado muito além de qualquer outro domínio. Seu conhecimento abrange todas as
coisas criadas, e Seu consumado poder se estende sobre todos os seres.




T
ODOS os homens procedem de Deus e a Ele todos haverão de voltar. Todos terão de
aparecer perante Ele para o julgamento. É Ele o Senhor do Dia da Ressurreição, da
Regeneração e do Juízo, e Sua Palavra revelada é a Balança.

A morte verdadeira realiza-se quando uma pessoa morre para si mesmo no tempo de
sua Revelação, de tal modo que nada busca, senão a Ele.

A verdadeira ressurreição dos sepulcros significa ressuscitar-se de acordo com Sua
Vontade, através do poder de Suas palavras.

O paraíso é o alcance de Seu beneplácito, e o eterno fogo infernal é Seu justo
julgamento.

O Dia em que Ele se revela é o Dia da Ressurreição, o qual durará tanto quanto Ele
ordenar.

Tudo Lhe pertence e é por Ele moldado. Todos, além d'Ele são Suas criaturas.





Em Nome de Deus, o Excelso, o Altíssimo


V
ERDADEIRAMENTE sou Deus, nenhum Deus há além de Mim, e, a não ser Eu, tudo mais
é apenas Minha criação. Dizei, adorai a Mim, pois, ó vós, Minhas criaturas.
Eu Te chamei à existência, Te tenho nutrido, protegido e amado, Te fiz levantar e
benevolamente Te escolhi para ser a manifestação de Meu Próprio Ser, a fim de que possas
recitar Meus versículos, segundo foi por Mim ordenado, e a qualquer um que Eu tenha
criado, Tu possas chamar à Minha Religião, a qual não é outra, senão este glorioso e
exaltado Caminho.
Todas as coisas criadas tenho Eu moldado por Tua causa e, em virtude de Minha
Vontade, Te fiz o soberano Governante sobre todo o gênero humano. Tenho decretado,
além disso, que quem quer que abrace Minha religião, há de acreditar em Minha unidade, e
Eu tenho ligado essa crença com a lembrança de Ti e, depois de Ti, com a lembrança
daqueles que Tu, com Minha permissão, fizeste as "Letras dos Viventes", e de qualquer
coisa que, no Bayán, tenha sido revelada, oriunda de Minha religião. É isso, em verdade, o
que possibilitará aos sinceros entre Meus servos acesso ao Paraíso celestial.
Verdadeiramente, o sol é apenas um sinal vindo de Minha presença, de modo que os
verdadeiros crentes entre Meus servos possam discernir em seu nascer o albor de cada Era.
Em verdade tenho Eu Te criado através de Ti Próprio e, então, a Meu próprio
mando, tenho moldado todas as coisas através do poder criador de Tua Palavra. Somos
Todo-Poderoso. Eu Te designei o Princípio e o Fim, o Visível e o Oculto.
Verdadeiramente, somos Nós o Onisciente.
Pessoa alguma jamais foi, nem será - a não ser Tu - investida da dignidade de
profeta, nem qualquer Livro Sagrado foi ou será revelado a outro, senão a Ti. Tal é o
decreto ordenado por Aquele que é o Onipresente, o Mais Amado.
O Bayán, em verdade, é Nossa prova concludente para todas as coisas criadas e,
diante da revelação de seus versículos, todos os povos do mundo carecem de poder; encerra
a consumação de todas as Escrituras, quer sejam do passado ou do futuro, assim mesmo
como Tu és o Repositório de todas as Nossas provas neste Dia. A quem quer que
desejemos, concedemos acesso aos jardins de Nosso mais sublime e santo Paraíso. Assim a
Revelação Divina é inaugurada em cada Era, Nenhuma religião, realmente, haveremos Nós
jamais de inaugurar, a menos que seja renovada nos dias vindouros. É esta uma promessa
que solenemente fizemos. Nós, em verdade, somos supremo sobre todas as coisas...




Ele é Deus, o Senhor Soberano, o Todo-Glorioso.


D
IZEI: Louvado seja Deus, Quem benevolamente permitiu que qualquer um que Ele quisesse
Lhe adorasse. Nenhum Deus há, em verdade, senão Ele. Seus são os mais excelentes
títulos. Ele é Quem faz cumprir-se Sua Palavra, assim como Lhe apraz, e é Quem guia
aqueles que receberam iluminação e buscam o caminho da retidão.
Tu deves temer a Deus, teu Senhor, e fazer menção de Seu Nome durante o dia e o
anoitecer. Não sigas as sugestões dos infiéis, para que não sejas incluído entre os expoentes
de vãs fantasias. Obedece fielmente ao Ponto Primaz, Aquele que é o próprio Senhor, e sê
tu dos justos. Que nada te faça agitar-te penosamente, nem as coisas destinadas a acontecer
nesta Causa te perturbem. Esforça-te fervorosamente por amor a Deus e anda tu no
caminho da retidão. Se encontrares com os descrentes, deposita tua inteira confiança em
Deus, teu Senhor, dizendo: Suficiente para mim é Deus, nos reinos tanto deste mundo,
como do vindouro.
Aproxima-se o Dia em que Deus haverá de reunir os fiéis. Em verdade, não há outro
Deus, senão Ele.
Que a paz de Deus esteja com aqueles que foram guiados do modo certo, através do
poder da guia divina.




Ele é Deus, o Supremo Governante, a Verdade Soberana,
Aquele Cujo auxílio é por todos implorado.


G
LORIFICADO é Ele, a Quem pertence o domínio dos céus e da terra, em Cuja mão está o
reino de todas as coisas criadas e a Quem todos haverão de voltar. Ele é Quem estabelece a
medida designada para toda e qualquer coisa e revela, em Seu Livro Sagrado, Suas
generosas dádivas e bênçãos, em benefício dos que oferecem gratidão por Sua Causa.
Dizei, esta vida terrena há de terminar e cada um haverá de expirar e voltar a meu Senhor
Deus, Quem recompensará com as mais preciosas dádivas as ações dos que suportam com
paciência. Verdadeiramente, teu Deus designa a medida de todas as coisas criadas, assim
como Ele deseja, em virtude Seu mando; e aqueles que se conformam ao beneplácito de
vosso Senhor estão, deveras, entre os bem-aventurados.
Teu Senhor jamais no passado fez levantar-se um profeta que deixasse de convocar
o povo a Seu Senhor, e hoje, em verdade, é semelhante aos tempos antigos - fosseis vós
ponderar sobre os versículos por Deus revelados.
Quando Deus mandou Seu Profeta Maomé, neste dia, a terminação do ciclo
profético estava preordenada no conhecimento de Deus. Sim, realizou-se, de fato, essa
promessa, e o decreto de Deus se cumpriu, assim como foi por Ele ordenado. Seguramente,
estamos hoje vivendo nos Dias de Deus. Estes são os dias gloriosos - em dias iguais a estes
o sol no passado jamais nasceu. São estes os dias que os povos de tempos idos esperavam
com ansiedade. Que vos sucedeu, pois, para tornar-vos profundamente adormecidos? São
estes os dias em que Deus fez brilhar resplendente o sol da Verdade. Que foi, pois, que vos
fez guardar silêncio? Estes são os dias designados que vós com anelo aguardáveis no
passado - os dias do advento da justiça divina. Rendei agradecimentos a Deus, ó vós,
assembléia dos crentes.
Não permitais que os atos dos que rejeitam a Verdade vos excluam, como se fosse
por um véu. Tais pessoas têm autoridade sobre vossos corpos somente, não havendo Deus
lhes concedido poder sobre vossos espíritos, vossas almas e vossos corações. Temei a
Deus, a fim de que convosco, por ventura, tudo esteja bem. Todas as coisas foram criadas
em vosso benefício, e em benefício de nenhuma outra coisa foi ordenada vossa criação.
Temei a Deus e atentai para que a forma e o vestuário não vos impeçam de O reconhecer.
Rendei a Deus graças - quiçá possa Ele vos tratar com misericórdia.
Esta vida mortal há, certamente, de perecer; é inevitável que seus prazeres se
esvaiam e, dentro em breve, a Deus havereis de voltar, angustiados com dores de remorso,
porque depois de pouco tempo sereis despertados de vosso sono e logo vos encontrareis na
presença de Deus, e sereis interrogados sobre vossas ações.
Dizei, como vos atreveis a negar flagrantemente os versículos enviados do céu e da
justiça e, não obstante, ledes os Livros de Deus que outrora foram revelados? Como é que
repudiais o encontro com vosso Senhor que vos foi determinado anteriormente e, neste
Dia, deixais de Lhe atender a advertência? Na realidade, por haverdes aderido às formas e
vos deixado ser incentivados por vossos desejos egoístas, vós vos tendes privado do
beneplácito de vosso Senhor, excetuando-se aqueles que seu Senhor dotou de conhecimento
e que, neste Dia, Lhe rendem graças pela bênção de serem identificados com a verdadeira
Fé de Deus. Anunciai a Mensagem, pois, àqueles que manifestam virtude, e ensinai-lhes os
caminhos do Deus Uno e Verdadeiro, para que possam, porventura, compreender.
Detém tua língua de expressar o que talvez te entristeça, e a Deus implora tu
misericórdia. Ele, em verdade, conhece plenamente os retos, pois se associa com aqueles de
Seus servos que n'Ele realmente acreditam, e Ele não está inconsciente das ações dos
malfeitores, desde que nada, em absoluto, quer esteja nos céus ou na terra, pode escapar a
Seu conhecimento.
Estes versículos, claros e concludentes, são um sinal da misericórdia de teu Senhor e
fonte de guia para toda a humanidade. São uma luz para quem neles acredita e um fogo de
tormento aflitivo para aqueles que se afastam e os rejeitam.




Ó
TU que és a eleita entre as mulheres!
Ele é Deus; glorificado é o esplendor de Sua luz.
Os versículos nesta Epístola são revelados para aquela que acreditou nos sinais de seu
Senhor e é considerada uma daquelas que Lhe são inteiramente devotadas. Dá tu
testemunho de que, em verdade, nenhum Deus há, senão Ele, Quem é tanto meu Deus,
como teu, e testifica tu que, além d'Ele, não existe outro Deus. Ele é o Generoso, o
Onipotente.
Rende tu agradecimentos a Deus, pois Ele benevolamente te ajudou neste Dia, a ti
revelou os versículos claros desta Epístola, e te incluiu entre as mulheres que acreditaram
nos sinais de Deus, O tomaram como seu guardião e são das pessoas gratas. Deus, em
verdade, breve haverá de retribuir a ti e aos que acreditaram em Seus sinais, com uma
recompensa excelente vinda de Sua presença. Seguramente, nenhum Deus há, salvo Ele, O
que Tudo Possui, o Mais Generoso. As revelações de Sua graça atingem todas as coisas
criadas; Ele é o Clemente, o Compassivo.




D
EUS testifica que nenhum outro Deus há, senão Ele, o Todo-Poderoso, o Mais Amado.
Fixai vosso olhar n'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto no Dia da Ressurreição, e
acreditai firmemente, então, naquilo que Ele do alto envia.
Dizei, Deus tem indisputável triunfo sobre todos os vitoriosos. Não há no céu, na
terra, ou naquilo que entre eles existe, quem possa frustrar a transcendente supremacia de
Seu triunfo. Ele chama à existência qualquer coisa que Ele queira, através da potência de
Seu mando. Verdadeiramente, Deus é o mais poderoso Sustentáculo, o Auxiliador e o
Defensor.




Q
UANDO o Sol de Bahá brilhar resplendente acima do horizonte da eternidade, vos
incumbirá apresentar-vos diante de Seu Trono. Acautelai-vos para que não permaneçais
sentados em Sua presença, nem façais perguntas sem Sua permissão. Temei vós a Deus, ó
assembléia dos Espelhos.
Deveis Lhe pedir os admiráveis sinais de Seu favor, para que Ele, benevolamente,
vos revele o que Ele quiser e desejar, desde que, nesse Dia, todas as revelações da graça
divina haverão de circundar o Assento de Sua glória e emanar de Sua presença - pudésseis
vós apenas compreendê-Lo.
Cumpre-vos permanecerdes silenciosos diante de seu Trono, pois, em verdade, de
todas as coisas criadas entre o céu e a terra, nada, nesse Dia, será julgado mais digno do que
observar silêncio. Além disso, tomai muito cuidado para não serdes incluídos entre aqueles
do passado que estavam investidos de conhecimentos e, no entanto, por causa de sua
erudição, se tornaram orgulhosos diante de Deus, o Transcendente, O que subsiste por Si
Próprio, desde que é Ele Quem, nesse Dia, é a Suma Sabedoria, o Onisciente, a Fonte de
todo o saber, muito acima daqueles imbuídos de erudição; e Ele é o Potente, o
Predominante, o Senhor de poder, em face dos que exercem poder; e Ele é o Grande, o
Mais Augusto, o Mais Glorioso, diante daqueles que demonstram glória; e, nesse Dia, é Ele
Quem é o Sublime, o Altíssimo, a Fonte de exaltação muito acima daqueles de grau
elevado; e Ele é o Todo-Poderoso, o Manancial de glória e grandeza, muito acima da
pompa dos poderosos; e Ele é o Onipotente, o Supremo Governante, o Senhor do juízo,
transcendendo todos aqueles investidos de autoridade; e Ele é o Generoso, o Mais
Benévolo, a Essência da graça, Quem se ergue supremo em face daqueles que mostram
benevolência; e Ele é Quem ordena, o Supremo Portador de autoridade e poder,
inconcebivelmente alto acima dos que possuem domínio terreno; e Ele é o Mais Excelente,
o Insuperável, o Preeminente, à face de todo homem capaz.
Vós - cada um e todos - fostes chamados à existência a fim de buscardes Sua
presença e atingirdes aquela condição excelsa e gloriosa. Em verdade, Ele fará descer do
céu de Sua misericórdia o que vos beneficie; e qualquer coisa que Ele benevolamente
conceda, vos capacitará a dispensar toda a humanidade. Verdadeiramente, nesse Dia, a
erudição dos eruditos de nada valerá, nem as realizações dos expoentes do saber, nem a
pompa dos altamente honrados, nem o poder dos grandes, nem a lembrança dos devotos,
nem as ações dos homens de retidão, nem a genuflexão de quem se ajoelha em adoração,
nem seu ato de se prostrar, ou o de se dirigir ao Qiblih, nem a honra dos honrados, nem o
parentesco dos de alta linhagem, nem a nobreza dos de descendência nobre, nem o discurso
dos dotados de eloqüência, nem os títulos dos proeminentes - nenhuma dessas coisas haverá
de lhes valer, desde que tudo isso e qualquer coisa mais que tenhais conhecido ou
compreendido foram criados por Sua palavra de comando "Sê", e é. Verdadeiramente, se
for Sua Vontade, Ele, com certeza absoluta, poderá efetivar por uma palavra Sua a
ressurreição de todas as coisas criadas. Ele está, em verdade, acima e além de tudo isso; Ele
é o Predominante, o Todo-Poderoso, o Onipotente.
Acautelai-vos, ó assembléia de Espelhos, para que, nesse Dia, títulos não vos
tornem vangloriosos. Sabei com toda certeza que vós, juntamente com todos aqueles que se
encontram acima ou abaixo de vós, fostes criados para esse Dia. Temei a Deus e não
cometais o que possa entristecer Seu coração, nem sejais dos que se desviaram. Ele
aparecerá, porventura, investido do poder da Verdade, enquanto vós estiverdes
profundamente adormecidos em vossos leitos, ou talvez Seus mensageiros tragam d'Ele
Epístolas gloriosas e resplendentes, enquanto d'Ele vos afastardes com desdém, contra Ele
pronunciando sentença - tal sentença como jamais contra vós mesmos pronunciaríeis - e
dizendo, "Isso não provém de Deus, o Predominante, O que Existe por Si Próprio".
Glória a Ti, ó meu Deus! Bem sabes Tu que tenho proclamado Tua Palavra e não
falhado na missão da qual Tu me incumbiste. Eu Te suplico que guardes o povo do Bayán
nesse Dia, para que não pronuncie censura contra Ti, nem com Teus sinais contenda.
Protege-o, então, ó meu Deus, através do poder de Tua grandeza, a qual abrange toda a
humanidade.




Ele é o Todo-Poderoso


G
LÓRIA seja dada Àquele que é o Senhor de todos os que estão nos céus e na terra; Ele é o
Sapientíssimo, o Onisciente. Ele é Quem chama à existência qualquer coisa que Lhe apraza,
a Seu mando; é Ele, em verdade, o Clemente, o Criador. Dizei, verdadeiramente, Ele
executa Seus desígnios; a quem Ele deseja, torna vitorioso, através do poder de Suas hostes;
nenhum outro Deus há, senão Ele, o Grande, o Sábio. O reino da terra e do céu Lhe
pertence, e Ele é o Senhor de poder e glória. Os que em Deus têm acreditado e em Seus
sinais, são, realmente, os seguidores da verdade e haverão de habitar nos jardins de deleite,
enquanto aqueles que desacreditaram em Deus e rejeitaram o que Ele revelou, serão os
habitantes do fogo, onde haverão de permanecer para sempre. Dizei, a maior parte do povo
tem repudiado Deus abertamente e seguido os rebeldes malfeitores. Tais pessoas se
parecem com aquelas que as precederam, apoiando todo opressor hostil. Em verdade,
nenhum Deus há, salvo Deus; o reino do céu e da terra Lhe pertence e Ele é o
Misericordioso, o Onisciente. Deus testifica que não há outro Deus, senão Ele, e Quem fala
a mando de Seu Senhor é apenas o Primeiro a adorá-Lo. Ele é o incomparável Criador,
Quem criou os céus e a terra e o que entre eles se encontra, e todos cumprem Seu
imperativo. É Ele Cuja graça abrange todos os que estão nos céus, na terra, ou em outra
parte, e todos aquiescem a Seu mando.




C
ONVÉM aguardardes o Dia da aparição d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto. Na
realidade, Meu objetivo em plantar a Árvore do Bayán, outro não foi, senão o de vos
capacitar a Me reconhecer. Eu Próprio sou, em verdade, o primeiro a curvar-se diante de
Deus e n'Ele acreditar. Não permitais, pois, que vosso reconhecimento se torne infrutífero,
desde que o Bayán, não obstante a sublimidade de sua posição, presta lealdade Àquele que
Deus haverá de tornar manifesto, e é Ele que é mais digno de ser aclamado como a Sede da
Realidade divina, embora Ele seja, em verdade, Eu, e Eu seja Ele. Entretanto, quando a
Árvore do Bayán atingir seu mais alto desenvolvimento, Nós a curvaremos como sinal de
adoração para com seu Senhor, Quem aparecerá na pessoa d'Aquele que Deus haverá de
tornar manifesto. Talvez vos seja concedido o privilégio de glorificar Deus de um modo
condigno com Seu augusto Ser.
Em verdade fostes vós chamados à existência através do poder do Ponto do Bayán,
enquanto o Próprio Ponto se resigna à Vontade d'Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto, se enaltece de Sua transcendente sublimidade, é sustentado pelas evidências de
Sua grandeza, glorificado por Sua majestosa unidade, adornado por Sua bela unicidade,
fortalecido por Seu domínio eterno e investido de autoridade através de Sua infindável
soberania. Como poderiam eles, então, sendo apenas as criaturas do Ponto, ser justificados
em dizer "por que" o "por que razão"?
Ó congregação do Bayán e todos os que nela estão! Reconhecei os limites sobre vós
impostos, pois tal Personagem como o próprio Ponto do Bayán acreditou n'Aquele que
Deus haverá de tornar manifesto, antes de serem criadas todas as coisas. Nisso,
verdadeiramente, Eu Me glorio diante de todos os que estão no reino do céu e da terra. Não
vos deixeis ser excluídos de Deus, como se fosse por um véu, após haver Ele se revelado.
Pois tudo o que tem sido exaltado no Bayán é apenas como um anel em Minha mão, e Eu
Mesmo sou, em verdade, apenas como um anel na mão d'Aquele que Deus haverá de tornar
manifesto - glorificada seja Sua menção! Ele o vira do modo que Lhe apraz, para qualquer
coisa que Lhe apraza e através de qualquer coisa que Ele deseje.
Ele, em verdade, é o Amparo no Perigo, o Altíssimo.















7

ORAÇÕES E MEDITAÇÕES



Em Nome de Deus, o Senhor de imponente majestade,
o Predominante.


S
ANTIFICADO seja o Senhor, em Cuja mão está a fonte do domínio. Qualquer coisa que
Ele queira, Ele cria por Sua Palavra de mando "Sê", e é. D'Ele até agora tem sido o poder
da autoridade e assim doravante haverá de permanecer. Ele concede vitória a qualquer um
que Lhe apraza, pela potência de Seu imperativo. Em verdade é Ele o Poderoso, o
Onipotente. A Ele pertencem toda glória e majestade nos reinos da Revelação e da Criação
e daquilo que entre eles se encontra. Ele, em verdade, é o Potente, o Todo-Glorioso. Desde
sempre é Ele a Fonte de indômita força, e assim haverá Ele de permanecer para todo o
sempre. Ele, deveras, é o Senhor de grandeza e poder. Todos os reinos do céu e da terra, e
tudo o que entre eles existe, a Deus pertencem, e Seu poder é supremo sobre todas as
coisas. Todos os tesouros da terra e do céu e tudo o que entre eles há, são Seus, e Sua
proteção se estende sobre todas as coisas. É Ele o Criador dos céus e da terra e de tudo o
que entre eles existe, e Ele, verdadeiramente, é Testemunha sobre todas as coisas. É Ele o
Senhor do Juízo para todos os que habitam nos céus e na terra e aquilo que entre eles existe,
e Deus é, deveras, veloz em julgar. Ele determina a medida designada a todos os que estão
nos céus e na terra e qualquer coisa que entre eles esteja. Verdadeiramente, Ele é o
Supremo Protetor. Em Suas mãos segura Ele as chaves do céu e da terra e de tudo entre
eles. De Sua própria vontade concede Ele dádivas, através do poder de Seu mando. Em
verdade, a todos Sua graça abrange, e Ele é o Onisciente.
Dizei: Deus me é suficiente; é Ele Quem segura em Suas mãos o reino de todas as
coisas. Através do poder de Suas hostes do céu e da terra e de tudo o que entre eles há, Ele
protege qualquer um entre Seus servos que Ele queira. Deus, em verdade, vigia sobre todas
as coisas.
Imensuravelmente enaltecido és Tu, ó Senhor! Protege-nos daquilo que está em
nossa frente e atrás de nós, acima de nossas cabeças, à nossa direita, à nossa esquerda,
abaixo de nossos pés e por todos os outros lados onde estamos expostos. Em verdade, é
infalível Tua proteção, sobre todas as coisas77.




F
AZE descerem Tuas bênçãos, ó meu Deus, sobre a Árvore do Bayán, sobre sua raiz e seu
ramo, seus rebentos, suas folhas, seus frutos, e sobre qualquer coisa que esta árvore possa
produzir ou abrigar. Faze-a, então, se transformar em um Pergaminho magnífico a ser
oferecido à presença d'Aquele que Tu tornarás manifesto no Dia do Juízo, para que Ele,
benevolamente, permita que a inteira companhia dos seguidores do Bayán seja ressuscitada,
e para que Ele possa, por Sua generosidade, inaugurar uma nova criação.
Na realidade, todos são apenas pobres à face de Tua terna misericórdia e servos
humildes diante dos sinais de Tua benevolência. Eu Te imploro, por Tua generosidade, ó
meu Deus, e pelos eflúvios de Tua misericórdia e Tuas dádivas, ó meu Senhor, e pelas
evidências de Teus favores celestiais e Tua graça, ó meu Mais Amado, que vigies sobre
Aquele que Deus haverá de tornar manifesto, a fim de que jamais um traço de desalento O
possa tocar.




I
MENSURAVELMENTE glorificado e enaltecido és Tu. Como posso Eu fazer menção de
Ti, ó Tu, o Bem-Amado da criação inteira; e como posso Eu reconhecer Tua pretensão, ó
Tu, a Quem toda coisa criada reverencia. O mais sublime grau ao qual a percepção humana
se pode elevar, e a máxima altura que as mentes e almas dos homens podem escalar, são
apenas sinais criados através da potência de Teu mando e símbolos manifestados mediante
o poder de Tua Revelação. Longe esteja de Tua glória que qualquer outro, senão Tu, faça
menção de Ti ou procure expressar Teu louvor. A própria essência de cada realidade dá
testemunho de sua exclusão dos recintos da corte de Tua proximidade, e a quinta-essência
de todo ser atesta seu insucesso em atingir Tua santa Presença. Imensuravelmente
glorificado e enaltecido és Tu! O que, tão somente, a Ti convém é a menção apropriada
feita por Teu Próprio Ser, e aquilo que, tão somente, é digno de Ti, é o hino de louvor que
Tua Própria Essência expressa...
Através da revelação de Tua graça, ó Senhor, Tu Me chamaste à existência em uma
noite como esta78, e eis, estou agora solitário e abandonado em uma montanha. Louvor e
graças sejam prestados a Ti por qualquer coisa que esteja de acordo com Teu beneplácito,
dentro do império do céu e da terra. E Tua é toda a soberania, estendendo-se além do mais
longínquo âmbito dos reinos da Revelação e da Criação.
Tu Me criaste, ó Senhor, por Teu benévolo favor e Me protegeste, por Tua bondade,
na escuridão do ventre materno e Me nutriste, por Tua benevolência, com sangue
vivificador. Após Me haveres moldado na mais bela forma, por Tua terna providência e,
havendo aperfeiçoado Minha criação com a excelente obra de Tuas mãos, e em Meu corpo
insuflado Teu Espírito, através de Tua infinita misericórdia e pela revelação de Tua unidade
transcendente, Tu Me fizeste emergir do mundo da ocultação para o mundo visível, nu, sem
conhecimento de qualquer coisa ou o poder de algo realizar. Tu, então, Me nutriste com
leite refrescante e, nos braços de Meus pais, com evidente compaixão, Me fizeste crescer
até que, por Tua graça, Me permitisse conhecer as realidades de Tua Revelação e Me
informaste do caminho reto de Tua Fé, assim como Teu Livro o expõe. E quando atingi
plena maturidade, Tu Me fizeste prestar lealdade à Tua inacessível Lembrança e Me
habilitaste a avançar para a posição designada, onde Me educaste através das sutis
operações da obra de Tuas mãos e Me nutriste naquela terra com Tuas mais benévolas dá
divas. Ao realizar-se o que fora preordenado em Teu Livro, Tu, por Tua bondade, Me
fizeste alcançar Teus santos recintos e, por Tua terna misericórdia, permitiste que Eu
Habitasse na corte da amorosa associação, até que ali discerni o que eu percebia dos claros
sinais de Tua clemência, as irrefutáveis evidências de Tua unidade, os esplendores
fulgentes de Tua majestade, a fonte de Tua suprema unicidade, as alturas de Tua soberania
transcendentes, as provas de seres Tu o Incomparável, as manifestações de Tua excelsa
glória, o asilo de Tua santidade, e qualquer coisa que a todos, menos a Ti, seja inescrutável.




V
ERDADEIRAMENTE, sou Teu servo, ó meu Deus, e Tua criatura pobre, suplicante,
desprezível. Alcancei Tua porta, em busca de Teu amparo. Nenhum contentamento tenho
achado, salvo em Teu amor, nenhuma exultação, exceto em Tua lembrança, nenhum fervor,
senão em obediência a Ti, nenhum Júbilo, a não ser em Tua proximidade, nem
tranqüilidade, salvo em reunião Contigo, embora eu esteja consciente de que todas as coisas
criadas estão excluídas de Tua sublime Essência, e à criação inteira é negado acesso a Teu
mais íntimo Ser. Todas as vezes que tento aproximar-me de Ti, nada em mim percebo,
senão os sinais de Tua graça, e nada contemplo em meu ser, salvo as revelações de Tua
benevolência. Como pode alguém que é apenas Tua criatura buscar reunião Contigo e
atingir Tua presença, visto que nenhuma coisa poderá Te compreender? Como é possível
um humilde servo Te reconhecer e Teu louvor celebrar, não obstante haveres Tu lhe
destinado as revelações de Teu domínio e os admiráveis testemunhos de Tua soberania?
Assim toda coisa criada dá testemunho de estar excluída do santuário de Tua presença, em
virtude das limitações impostas sobre sua mais íntima realidade. É indisputável, entretanto,
que a influência de Tua atração tem sido desde sempre inerente à realidade de Tua obra,
embora aquilo que condiz com a sagrada corte de Tua Providência esteja elevado além do
alcance da criação inteira. Isso indica, ó meu Deus, minha completa incapacidade de Te
louvar, e me mostra ser impotente, em absoluto, para prestar a Ti agradecimentos e, quanto
mais, para atingir o reconhecimento de Tua unidade divina ou conseguir alcançar os claros
sinais de Teu louvor, Tua santidade e Tua glória. Não - afirmo por Teu poder - por nada
anseio, senão Teu próprio Ser, e a nenhum outro busco, salvo a Ti.




M
AGNIFICADO seja Teu Nome, ó Deus. A Ti, em verdade, pertencem os Reinos da Criação
e da Revelação, e verdadeiramente, em nosso Senhor temos depositado toda a nossa
confiança. Todo louvor a Ti, ó Deus; és o Criador dos céus e da terra e daquilo que entre
eles está e, em verdade, és Tu o Governante supremo; és Quem nos criou, o Sapientíssimo.
Glorificado és Tu, ó Senhor! Tu, seguramente, reunirás a humanidade para o Dia que, sem
a menor dúvida, há de vir - o Dia em que cada um haverá de se apresentar diante de Ti e em
Ti encontrar vida. É este o Dia do Deus Uno e Verdadeiro - o Dia que Tu farás aparecer,
assim como a Ti agradar, através do poder de Teu mando.
Tu és o Soberano, o admirável Criador, o Poderoso, o Mais Amado.




L
OUVADO seja Teu Nome, ó Deus. És, em verdade, nosso Senhor; estás ciente de tudo o
que está nos céus e na terra. Faze descer sobre nós, pois, um sinal de Tua misericórdia.
Verdadeiramente, Tu és inexcedível entre aqueles que mostram misericórdia. Todo louvor a
Ti, ó Senhor. Ordena para nós, de Tua presença, o que possa confortar os corações dos
sinceros entre Teus servos. Glorificado és Tu, ó Deus; és o Criador dos céus e da terra e
daquilo que entre eles há. És o Senhor soberano, o Santíssimo, o Onipotente, a Suma
Sabedoria. Magnificado seja Teu Nome, ó Deus! Faze descer de Tua presença, sobre
aqueles que acreditaram em Deus e em Seus sinais, um poderoso auxílio que os capacite a
prevalecer sobre a humanidade em geral.




G
LÓRIA a Ti, ó Deus. Como posso de Ti fazer menção, quando Tu estás santificado acima
do louvor de toda a humanidade? Magnificado seja Teu Nome, ó Deus. Tu és o Rei, a
Verdade Eterna; sabes o que está nos céus e na terra, e a Ti devem todos voltar. Mandaste
descer Tua Revelação, divinamente ordenada, segundo uma medida clara. Louvado és, ó
Senhor! A Teu mando, tornas vitorioso a quem Tu desejas, através das hostes do céu e da
terra e de tudo o que entre eles existe. Tu és o Soberano, a Verdade Eterna, o Senhor de
invencível poder.
Glorificado és, ó Senhor. Em todos os tempos, perdoas Tu os pecados daqueles
entre Teus servos que imploram Teu perdão. Purifica-nos dos pecados - a mim e aos que
buscam Tua clemência ao alvorecer, que a Ti oram durante o dia e à noite e por outro não
anseiam, senão por Deus, que ofertam qualquer coisa que Deus, por Sua graça, lhes tenha
concedido, que celebram Teu louvor de manhã e ao anoitecer e em seus deveres não faltam.




L
OUVOR a Ti, ó Senhor! Perdoa-nos os pecados, tem misericórdia de nós e capacita-nos a
voltar a Ti. Não permitas que de coisa alguma dependamos, senão de Ti, e concede-nos, por
Tua generosidade, o que amas e desejas e o que realmente Te convém. Exalta Tu a
condição dos que têm verdadeiramente acreditado, e perdoa-lhes, com Tua benévola
clemência. Em verdade és Tu o Amparo no Perigo, O que Subsiste por Si Próprio.




Ó
DEUS, nosso Senhor! Através de Tua graça, protege-nos de qualquer coisa que Te seja
repugnante e concede-nos o que de Ti for digno. Dota-nos de maior quinhão de Tua graça e
abençoa-nos. Perdoa-nos as coisas que temos feito e purifica-nos dos pecados e, com Tua
benévola clemência, sê Tu indulgente para nós. Em verdade, és o Excelso, O que Subsiste
por Si Próprio.
Tua terna providência tem abrangido todas as coisas criadas, nos céus e na terra, e
Tua clemência tem superado toda a criação. A Ti pertence a soberania; em Tua mão se
encontram os Reinos da Criação e da Revelação; em Tua mão direita, seguras Tu todas as
coisas criadas e em Teu poder estão as medidas determinadas do perdão. Tu perdoas a
quem quer que desejes entre Teus servos. Em verdade és Tu a Eterna Clemência, O de todo
amor. Nada, em absoluto, escapa a Teu conhecimento e nada há que de Ti esteja oculto.
Ó Deus, nosso Senhor! Protege-nos através da potência de Tua grandeza, e
possibilita-nos entrar em Teu admirável oceano que surge, e concede-nos o que de Ti for
digno.
Tu és o Governante Soberano, o Grande Realizador, o Excelso, O de todo amor.




G
LÓRIA a Ti, ó Senhor meu Deus! Nada, em absoluto, escapa a Teu conhecimento, nem há
coisa alguma que de Ti possa evadir-se ou que possa frustrar Teu Desígnio, quer nos céus
ou na terra, do passado ou do futuro.
Tu vês o Paraíso e seus habitantes. Contemplas o reino abaixo e aqueles que ali
habitam. Todos são apenas Teus servos, seguros dentro de Tua mão.
Ó Senhor! Torna vitoriosos Teus servos pacientes, em Teus dias, concedendo-lhes
um triunfo digno, por haverem desejado o martírio em Teu caminho. Faze sobre eles descer
o que traga conforto às suas mentes, lhes regozije os seres interiores, conceda confiança a
seus corações e tranqüilidade a seus corpos e, às suas almas, possibilite ascender à presença
de Deus, o Excelso, e atingir o supremo Paraíso e tais recintos de glória como Tu destinaste
aos homens de verdadeiro conhecimento e virtude. Tu, verdadeiramente, conheces todas as
coisas, enquanto nós nada mais somos do que Teus servos, Teus escravos, Teus cativos e
pobres. A nenhum Senhor, senão a Ti, invocamos, ó Deus nosso Senhor, nem bênçãos ou
graça imploramos de qualquer outro, senão de Ti, ó Tu que és o Deus de misericórdia para
este mundo e o vindouro. Somos apenas as personificações da pobreza, do simples nada, do
desamparo e da perdição, enquanto todo o Teu Ser demonstra riqueza, independência,
glória, majestade e graça infinita.
Converte nossa recompensa, ó Senhor, naquilo que de Ti for realmente digno, do
bem deste mundo e do vindouro, e das múltiplas graças que do alto se estendem à terra em
baixo.
Verdadeiramente, Tu és nosso Senhor e o Senhor de todas as coisas. Em Tuas mãos
nos rendemos, ansiando pelas coisas que a Ti pertencem.




G
LORIFICADO seja Teu Nome, ó Senhor! Em quem deverei refugiar-me, enquanto fores
Tu, em verdade, meu Deus e meu Bem-Amado; a quem deverei me volver em busca de
abrigo, enquanto Tu fores meu Senhor e meu Possuidor; e para quem deverei fugir,
enquanto Tu, em verdade, fores meu Mestre e meu Santuário; e a quem implorar, enquanto
Tu, em verdade, fores meu Tesouro e o Alvo de meu desejo; e através de quem suplicar
diante de Ti, enquanto fores Tu, em verdade, minha mais alta aspiração e meu desejo
supremo? Frustrou-se toda esperança, restando só o anelo por Tua graça celestial, e toda
porta está vedada, salvo aquela que leva ao manancial de Tuas bênçãos.
Ó meu Senhor, eu Te suplico, por Teu esplendor, o mais fulgente, diante de cujo
brilho todas as almas humildemente se curvam e prostram em adoração por amor a ti -
esplendor esse, que de tal forma se irradia que o fogo se converte em luz, os mortos
ressuscitam e toda dificuldade se transforma em facilidade. Imploro-Te por esse grande,
esse admirável esplendor e pela glória de Tua exaltada soberania, ó Tu que és o Senhor de
indômito poder, que, através de Tua generosidade, nos transformes naquilo por Ti Mesmo
possuído e nos ajudes a tornar-nos fontes de Tua luz e benevolamente nos concedas o que
for digno da majestade de Teu transcendente domínio. Pois a Ti ergui as mãos, ó Senhor, e
em Ti, ó Senhor, encontrei apoio que me ampara, e resignei-me, ó Senhor, a Ti, e em Ti
depositei toda a minha confiança, ó Senhor, e por Ti, ó Senhor, sou fortalecido.
Verdadeiramente, nenhum poder, nem força há, senão em Ti.




T
U, ó Meu Deus, está ciente de que, desde o dia em que Me chamaste à existência - da água
de Teu amor - até que atingi a idade de quinze anos, residi na terra que testemunhou Meu
nascimento (Xiráz). Então Tu Me possibilitaste ir ao porto de mar (Búshihr), onde, durante
cinco anos, estive trabalhando em comércio com as belas dádivas de Teu reino, ocupando-
Me naquilo com que Me favoreceste, através da admirável essência de Tua bondade. Daí
segui à Terra Santa (Karbilá), onde Me demorei por um ano, regressando depois ao lugar de
Meu nascimento, onde tive a experiência de perceber a revelação de Tuas sublimes dádivas
e as evidências de Tua infinita graça. Dou-Te louvor por todas as Tuas belas dádivas e
rendo a Ti graças por todos os Teus favores. Então, com a idade de vinte e cinco anos,
segui à Tua Casa sagrada (Meca) e até Meu regresso ao lugar onde nasci, um ano havia
passado. Demorei-me ali pacientemente no caminho de Teu amor, testemunhando as
evidências de Tuas múltiplas graças e de Tua benevolência, até que ordenaste que Eu
partisse em Tua direção, em busca de Tua presença. Assim, de lá, parti, com Tua
permissão, passando seis meses na terra de Sád (Isfáhán) e sete meses na Primeira
Montanha (Mákú), onde Tu fizeste chover sobre Mim o que convém à glória de Tuas
bênçãos celestiais e condiz com a sublimidade de Tuas benévolas dádivas e graças. Agora,
em Meu trigésimo ano, Tu Me vês, ó Meu Deus, nesta Penosa Montanha (Chihríq), onde há
um ano inteiro resido.
Louvor seja dado a Ti, ó Meu Senhor, por todos os tempos, passados e futuros; e a
Ti, ó Meu Deus, sejam dadas graças, sob todas as condições, quer do passado ou do futuro.
As dádivas que Tu Me concedeste alcançaram sua mais plena medida, e as bênçãos que Te
dignaste a Mim conferir, já atingiram sua consumação. Eu nada testemunho agora, salvo as
múltiplas evidências de Tua graça e benevolência, Tua generosidade e bondosos favores,
Tua munificência e sublimidade, Tua soberania e Teu poder, Teu esplendor e Tua glória, e
o que condiz com a santa corte de Teu transcendente domínio e majestade, e é próprio dos
gloriosos recintos de Tua eternidade e exaltação.





E
STOU ciente, ó Senhor, de que em Tua presença minhas transgressões me cobriram de
vergonha a face, fazendo curvarem-se as costas diante de Ti, e se interpuseram entre mim e
Teu belo semblante, me cercaram em todas as direções e, de todos os lados, me impediram
de obter acesso às revelações de Teu poder celestial.
Ó Senhor! Se Tu não me perdoas, quem há, pois, que me possa mostrar clemência, e
se Tu não me tens misericórdia, quem pode me tratar com compaixão? Glória a Ti! Tu me
criaste quando eu não existia, e me nutriste enquanto eu carecia de qualquer compreensão.
Louvor a Ti, pois de Ti procede toda evidência de generosidade e, dos tesouros de Teu
decreto emana todo sinal de graça.




S
UPLICO-TE que me perdoes, ó meu Senhor, toda menção, salvo a menção de Ti, e todo
louvor, a não ser o louvor de Ti, e todo deleite que não seja o deleite em Tua proximidade,
e qualquer outro prazer, senão o prazer de comunhão Contigo, e qualquer alegria que não
seja a alegria de Teu amor e Teu beneplácito, e todas as coisas a mim pertencentes que a Ti
não tem relação, ó Tu que és o Senhor dos senhores, Aquele que provê os meios e descerra
as portas.




C
OMO, ó Senhor, posso Eu Te louvar pelas evidências de Teu esplendor grandioso e por
Teus admiráveis e dulcíssimos sabores que Tu Me concedeste nesta fortaleza, em tal
medida que nada nos céus ou na terra possa com eles ser comparado? Tu me vigiaste no
coração desta montanha, onde estou cercado de montanhas por todos os lados. Uma está
pendente acima de Mim; há outras à Minha direita e à Minha esquerda e ainda outra se
ergue em Minha frente. Glória a Ti; nenhum Deus há, salvo Tu. Quantas vezes tenho Eu
visto rochas arremessarem-se da montanha em Minha direção, e delas Tu Me protegeste,
preservando-Me na cidadela de Tua Unidade divina.
Glorificado e excelso és Tu, e a Ti seja rendido louvor por qualquer coisa que Tu
ames e desejes, e a Ti sejam dadas graças por aquilo que Tu tens decretado e preordenado.
Desde tempos imemoriais fazes descer Tua terna misericórdia, e o processo de Tua criação
tem sido e sempre é incessante. A obra de Tuas mãos não é semelhante à obra de qualquer
outro, além de Ti, e para Tuas belas dádivas não há paralelo entre as dádivas de outro,
senão de Ti próprio.
Louvor a Ti, ó Meu Bem-Amado, e magnificado seja Teu Nome. Sempre, desde a
hora em que pus os pés nesta fortaleza, até o momento em que dela terei partido, Eu Te
vejo estabelecido em Teu assento de glória e majestade, fazendo descerem sobre Mim os
múltiplos sinais de Teu generoso favor e graça. Tu vês que Minha morada outra não é,
senão o coração das montanhas e em Minha Pessoa nada discernes, a não ser as evidências
de humilhação e solidão.
Louvado seja Teu Nome; a Ti rendo graças por toda instância de Teu inescrutável
Decreto e ofereço Meu louvor por todo sinal de Tuas tribulações. Tendo permitido que Eu
fosse relegado à prisão, Tu a transformaste em um jardim de Paraíso para Mim e a fizeste
tornar-se um aposento da corte de infindável associação amorosa.
Quão numerosos os versículos que, do alto, Tu a Mim enviaste, e as orações que Me
ouviste a Ti oferecer. Quão diversas as revelações que por Meu intermédio Tu chamaste à
existência, e as experiências que em Mim testemunhaste.
Magnificado seja Teu Nome. Múltiplas provações foram impotentes para Me
impedir de a Ti render graças, e Minhas faltas não Me puderam deter de louvar Tuas
virtudes. Os infiéis haviam planejado tornar Minha morada a morada da desgraça e
humilhação, mas Tu Me glorificaste por Minha lembrança de Ti, Me exaltaste por Meu
louvor a Ti e benevolamente Me amparaste através das revelações de Tua unicidade e a
Mim conferiste uma grande honra através dos fulgentes esplendores de Tua eternidade
antiga. Ao fogo, Tua ordem é: "Sê tu um bálsamo para aliviar Meu Servo", e à prisão: "Sê
tu uma sede de terna compaixão para Meu Servo, como sinal oriundo de Minha presença".
Sim, afirmo por Tua glória; para Mim, a prisão provou ser nada menos que o mais
deleitável jardim de Paraíso, servindo como o mais nobre lugar do reino nas alturas.
Louvado e glorificado és Tu. Quantas vezes adversidades desciam sobre Mim e Tu
as suavizavas e afastavas, através de Teu benévolo favor; e quão freqüentemente eram
motins contra Mim incitados pelo povo, e Tu os acalmavas por Tua terna misericórdia.
Quão numerosas as ocasiões em que os Nimrods ateavam fogos com que me queimar, mas
deles fazias Tu um bálsamo para Mim; e quão múltiplos os momentos em que os infiéis
decretavam Minha humilhação, e Tu os convertias naquilo que para Mim era sinal de
honra...
Verdadeiramente és Tu a mais alta aspiração de cada um que com sinceridade
busca, e o Alvo do desejo dos que por Ti anseiam. És Aquele disposto a atender ao
chamado dos que reconhecem Tua Unidade divina, e Aquele diante de Quem os
pusilânimes mostram temor. És o Auxiliador dos necessitados, és o Libertador dos cativos,
és Quem rebaixa os opressores, és Aquele por Quem os malfeitores são destruídos, és o
Deus de todos os homens, o Senhor de todas as coisas criadas. Teus são os reinos da
Criação e da Revelação, ó Tu que és o Senhor de todos os mundos.
Ó Tu, o Todo-Suficiente! Em toda dificuldade que possa sobre Mim descer, Tu Me
és suficiente, bem como em toda aflição que possa tornar grande diante de mim. Em Minha
solidão és Meu Companheiro único, em meu isolamento, és o Deleite de Meu coração e em
Minha morada és Aquele a quem Eu mais amo. Nenhum Deus há, senão Tu!
Não há de se entristecer aquele para quem Tu és suficiente, nem jamais perecer
aquele que Tua proteges; qualquer um por Ti amparado, jamais sofrerá humilhação; e
aquele a quem Tu diriges Teu olhar, não será afastado de Ti jamais.
Inscreve para nós, então, qualquer coisa que seja de Ti, e perdoa-nos por aquilo que
somos. Verdadeiramente és Tu o Senhor de poder e glória, o Senhor de todos os mundos.
"Longe esteja a glória de Teu Senhor - o Senhor de toda grandeza - daquilo que Lhe
imputam, e paz esteja sobre Seus Apóstolos, e louvor a Deus, o Senhor de todos os
mundos."79




G
LÓRIA a Ti, ó Deus! És o Deus que existiu antes de todas as coisas, que existirá após todas
as coisas e que perdurará além de todas as coisas. Tu és o Deus que conhece todas as coisas
e sobre todas as coisas é supremo. És o Deus que com misericórdia trata todas as coisas,
que julga entre todas as coisas, e Cuja visão a tudo abrange. Tu és Deus, meu Senhor; Tu
estás ciente de minha posição, Tu testemunhas meu ser interior, bem como o exterior.
Concede Teu perdão a mim e aos crentes que responderam a Teu Chamado. Sê Tu
meu amparo suficiente contra a maldade de qualquer um que queira a mim infligir tristeza
ou que a mim deseje mal. Em verdade és o Senhor de todas as coisas criadas. És para todos
suficiente, enquanto ninguém pode, sem Ti, ser suficiente a si próprio.




I
MPLORO-TE, pelo esplendor da luz de Tua face gloriosa, pela majestade de Tua
antiquíssima grandeza e pelo poder de Tua soberania transcendente, que nos ordenes, neste
momento, a plena medida daquilo que é bom e condigno, e nos destines toda porção dos
eflúvios de Tua graça. Pois ao concederes dádivas, não sofres prejuízo, nem Tua riqueza
diminui, ao contrário Tu favores.
Glorificado és Tu, ó Senhor! Na realidade, sou eu pobre, enquanto Tu, em verdade,
és rico; sou eu, deveras, humilde, enquanto Tu és, em verdade, grande; realmente sou eu
incapaz, enquanto Tu és, em verdade, poderoso; eu, na realidade, estou rebaixado, enquanto
Tu, em verdade, és o Mais Enaltecido; eu, deveras, estou aflito, enquanto, verdadeiramente,
Tu és o Senhor de grandeza.




O
RDENA Tu para mim, ó Senhor, todas as coisas boas que criaste, ou que criarás, e protege-
me de qualquer mal que Tu abomines dentre as coisas que tens causado ou causarás a
existir. Em verdade, Teu conhecimento abrange todas as coisas. Louvado sejas Tu!
Verdadeiramente, nenhum Deus há além de Ti, e nada, em absoluto, nos céus ou na terra e
em tudo o que entre eles existe, jamais poderá frustrar Teu Desígnio. Em verdade, potente
és Tu sobre todas as coisas.
Longe esteja da sublimidade de teu Ser, ó meu Deus, que alguém busque Tua
benevolência ou Teu favor. Longe esteja de Tua transcendente glória que alguém suplique a
Ti as evidências de Tuas dádivas e de Tua terna misericórdia. Elevado demais és Tu, para
que qualquer alma implore a revelação de Tua benévola providência e amoroso cuidado, e
demasiadamente santificada é Tua glória, para que alguém Te peça os eflúvios de Tuas
bênçãos e de Tua generosidade e graça celestiais. Em todo o Teu reino do céu e da terra, o
qual é dotado de múltiplas graças, és Tu imensuravelmente glorificado acima de tudo a que
se pudesse atribuir qualquer identidade.
Tudo o que Te peço, ó meu Deus - antes que minha alma deixe meu corpo - é que
me tornes capaz de atingir Teu beneplácito, ainda que me fosse concedido por um momento
mais minúsculo que a infinitésima fração de um grão de mostarda. Pois se a alma partir
enquanto eu estiver favorecido com Teu beneplácito, então estarei livre de toda
preocupação ou ansiedade; mas se ela me abandonar enquanto eu for objeto de Teu
desagrado, então, ainda que eu tivesse realizado todas as boas ações, nenhum me seria de
proveito, e tivesse eu obtido toda honra e glória, nenhuma serviria para me exaltar.
Suplico-Te fervorosamente, pois, ó meu Deus, que por Tua graça me concedas Teu
beneplácito quando me fizeres a Ti ascender e entrar em Tua santa presença, já que Tu,
desde sempre, és o Deus de imensa generosidade para com o povo de Teu reino, e o Senhor
que concede as mais excelentes dádivas a todos os que habitam no céu excelso de Tua
onipotência.




Q
UÃO numerosas as almas revivificadas que foram expostas a deplorável humilhação em
Teu Caminho por haverem exaltado Tua Palavra e glorificado Tua Unidade divina! Quão
profuso o sangue que foi derramado por causa de Tua Fé, a fim de vindicar a autenticidade
de Tua Missão divina e celebrar Teu louvor! Como eram vastas as possessões injustamente
apreendidas no Caminho de Teu amor, para que se afirmasse o sublime grau de Tua
santidade e se louvasse Teu Nome glorioso! Quantos foram os pés que pisaram o pó a fim
de magnificar Tua santa Palavra e exaltar Tua glória! Quão inumeráveis as vozes que se
levantaram em lamento e os corações que se atemorizaram, as penosas tribulações que
nenhum outro, senão Tu, pode avaliar, e as adversidades e aflições que permanecem
inescrutáveis a todos, menos a Ti Próprio; tudo isso, ó meu Deus, para estabelecer o
sublime grau de Tua santidade e demonstrar o caráter transcendente de Tua glória.
Esses decretos foram por Ti ordenados, de modo que todas as coisas criadas
pudessem dar testemunho de não haverem sido trazidas à existência por outra causa, senão
Teu amor. Tu lhes tens negado as coisas que trazem tranqüilidade a seus corações, para que
soubessem, com toda certeza, que qualquer coisa associada com Teu santo Ser é muito
superior e exaltada acima de tudo mais que lhes pudesse satisfazer, desde que Teu indômito
poder abrange todas as coisas e nada poderá jamais frustrá-lo.
Tu, em verdade, fizeste realizarem-se esses momentosos eventos para que as
pessoas dotadas de percepção pudessem prontamente reconhecer que foram por Ti
decretados a fim de demonstrar o sublime grau de Tua Unidade divina e afirmar a exaltação
de Tua santidade.




G
LÓRIA a Ti, ó Senhor! Embora Tu faças que uma pessoa seja destituída de todas as
possessões terrenas e, desde o princípio de sua vida até sua ascensão a Ti, seja reduzida à
pobreza, mediante a operação de Teu decreto, se, apesar disso, Tu a tivesses feito proceder
da Árvore de Teu amor, essa graça lhe seria, em verdade, muito melhor do que todas as
coisas que Tu criaste no céu e na terra e qualquer coisa que entre eles exista, desde que
herdará o lar celestial, através da revelação de Teus favores, e participará das belas dádivas
que Tu ali proveste, pois as coisas que estão Contigo são inesgotáveis. É esta, em verdade,
Tua bênção que, segundo o beneplácito de Tua Vontade, conferes àqueles que trilham a
vereda de Teu amor.
Como são numerosas as pessoas que em tempos anteriores sofreram morte por amor
a Ti, e de cujos nomes agora todos os homens se orgulham; e quão vasto o número daqueles
a quem Tu possibilitaste a aquisição de fortunas terrenas, as quais eles acumularam,
enquanto se privaram de Tua verdade e, nesta era, vieram a ser olvidados. Um castigo
penoso é seu, e uma punição temível lhes cabe.
Ó Senhor! Provê o rápido crescimento da Árvore de Tua Unidade divina; rega-a,
então, ó Senhor, com as águas que fluem de Teu beneplácito, e faze-a, diante das
revelações de Tua certeza divina, dar tais frutos como Tu desejas para Tua glorificação e
exaltação, Teu louvor e agradecimento; faze-a magnificar Teu Nome, exaltar a unidade de
Tua Essência e a Ti oferecer adoração, desde que tudo isso está em Tuas mãos e não nas
mãos de qualquer outro.
Grande é a bem-aventurança daqueles cujo sangue Tu escolheste para regar a
Árvore de Tua afirmação e assim exaltar Tua santa e imutável Palavra.
Ordena para mim, ó meu Senhor, e para aqueles que em Ti acreditam, o que melhor
se afigura para nós, em Tua estimativa, assim como exposto no Livro-Mater, pois em Tua
mão seguras Tu as medidas determinadas de todas as coisas.
Tuas belas dádivas chovem incessantemente sobre aqueles que nutrem Teu amor, e
os sinais admiráveis de Tuas graças celestiais são conferidos amplamente aos que
reconhecem Tua Unidade divina. Entregamos a Teu cuidado qualquer coisa que Tu nos
tenhas destinado, e Te imploramos que nos concedas todo o bem que Teu conhecimento
abraça.
Protege-me, ó meu Senhor, de todo mal que Tua onisciência percebe, desde que não
há poder ou força, senão em Ti, nem triunfo, salvo aquele oriundo de Tua presença, e Teu,
tão somente, é o mando. Qualquer coisa que Deus tenha decretado, já se realizou, e aquilo
que Ele não decretou, não haverá de ser.
Não há poder, nem força, salvo em Deus, o Excelso, o Mais Poderoso.




Ó
SENHOR! Permite que todos os povos da terra obtenham acesso ao Paraíso de Tua Fé, de
modo que nenhum ser criado permaneça além dos limites de Teu beneplácito.
Desde tempos imemoriais, Tu és potente para fazer o que Te apraz e transcendes qualquer
coisa que desejes.




C
ONCEDE-ME, ó meu Deus, a plena medida de Teu amor e Tua aprovação e, pelas atrações
de Tua luz resplendente, extasia nossos corações, ó Tu que és a Evidência Suprema e o
Todo-Glorificado. Faze descerem sobre mim, como sinal de Tua graça, Tuas brisas
vitalizadoras, durante o dia e à noite, ó Senhor de generosidade.
Nenhum ato tenho realizado, ó meu Deus, para merecer contemplar Tua face e sei
com toda certeza, que, fosse eu viver tanto tempo quanto durar o mundo, não conseguiria
realizar um ato que merecesse esse favor, desde que a condição de servo jamais haverá de
atingir acesso a Teus santos recintos, a menos que Tua generosidade me possa alcançar, e
Tua terna misericórdia e Tua benevolência venham a me abranger.
Todo louvor seja dado a Ti, ó Tu, além do Qual não há outro Deus. Benevolamente
concede-me o poder de a Ti ascender; permite que me seja conferida a honra de habitar em
Tua proximidade, e Contigo, tão somente, ter comunhão. Nenhum Deus há, salvo Tu.
Em verdade, se desejasses conferir uma bênção a um servo, Tu apagarias do reino
de seu coração toda referência ou disposição, exceto Tua própria menção, e se Tu
ordenasses mal para um servo, por causa daquilo que suas mãos injustamente cometeram
diante de Tua face, Tu o provarias com os benefícios deste mundo e do vindouro, para que
ele com estes se preocupasse e se esquecesse de Tua lembrança.




G
LÓRIA a Ti, ó Senhor, Tu que trouxeste á existência todas as coisas criadas, através do
poder do Teu mando.
Ó Senhor! Ajuda àqueles que a tudo, menos a Ti, renunciaram, e concede-lhes uma
grande vitória. Faze descer sobre eles, ó Senhor, a assembléia dos anjos no céus e na terra e
tudo o que entre eles está, para auxiliar Teus servos, socorrê-los e fortalecê-los, para
capacitá-los a alcançar êxito, para sustentá-los, investi-los de glória, lhes conferir honra e
exaltação, enriquecê-los e fazê-los triunfarem com um triunfo admirável.
Tu és seu Senhor, o Senhor dos céus e da terra, o Senhor de todos os mundos.
Fortalece esta Fé, ó Senhor, através do poder desses servos, e faze-os prevalecerem sobre
todos os povos do mundo, pois eles, em verdade, são Teus servos que se desprenderam de
tudo, menos de Ti, e Tu, deveras, és o Protetor dos verdadeiros crentes.
Permite Tu, ó Senhor, que seus corações, através da lealdade a esta, Tua Fé
inviolável, se possam tornar mais fortes do que qualquer outra coisa, nos céus e na terra e
naquilo que entre eles se encontra, e fortalece suas mãos, ó Senhor, com os sinais de Teu
admirável poder, a fim de que possam manifestar Teu poder diante dos olhos de toda a
humanidade.




Ó
SENHOR! A Ti recorro para refúgio e a todos os Teus sinais dirijo meu coração.
Ó Senhor! Esteja eu viajando o em casa, quer esteja ocupado em meu trabalho ou em
qualquer atividade, em Ti deposito minha inteira confiança.
Concede-me, então, Teu auxílio suficiente, de modo que me tornes independente de
todas as coisas, ó Tu que és inexcedível em Tua misericórdia!
Confere-me meu quinhão, ó Senhor, como Te aprouver, e faze que me contente com
qualquer coisa que Tu me tenhas ordenado.
Tua é a autoridade absoluta do comando.




Ó
SENHOR! Tu és Quem remove toda angústia, Quem dissipa toda aflição. És Aquele que
afasta toda tristeza e liberta todo escravo, o Redentor de todas as almas. Ó Senhor! Concede
redenção, por Tua misericórdia, e inclui-me no número daqueles servos Teus que atingiram
a salvação.




P
OR toda a eternidade tens Tu sido, ó Senhor, e para sempre haverás de permanecer, o Deus
Uno e Verdadeiro, enquanto todos, salvo Tu, estão necessitados e pobres. Havendo me
segurado tenazmente à Tua Corda, ó meu Deus, desliguei-me de toda a humanidade e,
tendo dirigido a face à morada de Tua terna misericórdia, eu me afastei de todas as coisas
criadas. Inspira-me benevolamente, ó meu Deus, através de Tua graça e generosidade, Tua
majestade e glória, e Teu domínio e Tua grandeza, pois a ninguém poderoso e onisciente
posso eu encontrar, senão a Ti. Protege-me, ó meu Deus, pela potência de Tua glória, que é
suficiente para tudo e que a tudo transcende, e pelas hostes dos céus e da terra, desde que
em ninguém posso eu depositar minha inteira confiança, senão em Ti, e nenhum refúgio há,
senão Tu.
Tu és Deus, meu Senhor. Conheces minhas necessidades, vês meu estado, e estás
bem ciente daquilo que me sucedeu, por causa de Teu decreto, e dos sofrimentos terrenos
que tenho suportado, com Tua permissão, e como sinal de Tua generosidade e Teu favor.




Q
UE sobre Ti, ó meu Deus, repousem a glória das glórias e a mais resplendente luz. Tua
majestade é tão transcendente que nenhuma imaginação humana a pode alcançar e Teu
consumado poder é tão sublime que as aves dos corações e mentes dos homens jamais
poderão atingir suas alturas. Todos os seres reconhecem sua incapacidade para Te louvar de
um modo condizente com Tua posição. Imensuravelmente elevado és Tu. Ninguém pode
glorificar Teu Ser, nem sondar as evidências de Tua graça, assim como existe em Tua mas
íntima Essência, desde que Tu, tão somente, Te conheces assim como Tu és em Ti Próprio.
Dou louvor a Ti, ó Senhor nosso Deus, pela graça de haveres Tu chamado à
existência o reino da criação e invenção - louvor esse, que brilha, resplandecente, através da
potência de Tua inspiração, a qual nenhum outro, senão Tu, pode, de um modo digno,
apreciar. Glorifico-Te, ainda mais, e a Ti rendo graças - assim como condiz com Tua
augusta presença e com a glória de Tua predominante majestade - por esta bênção sublime,
este admirável sinal que está manifesto em Teus reinos da Revelação e da Criação.
Toda glória seja dada a Ti. Imensuravelmente exaltado é aquilo que de Ti é digno.
Em verdade, ninguém jamais compreendeu, de um modo adequado, a excelsitude de Tua
posição, nem qualquer um, senão Tu, jamais Te reconheceu como a Ti convém. Estás
manifesto através dos eflúvios de Tua generosidade, enquanto ninguém, senão Tu, pode
sondar a sublimidade de Tua Revelação.
Magnificado seja Teu nome. Será que algo, senão Tu, tenha uma existência
independente, para que possa dar uma sugestão de Tua natureza, e que alguém, salvo Tu,
possua qualquer traço de identidade pelo qual eu Te possa reconhecer? Tudo o que é
conhecido deve sua fama ao esplendor de Teu Nome, o Mais Manifesto, e cada objeto é
profundamente comovido pela influência vibrante que emana de Tua invencível Vontade.
Tu estás mais perto de todas as coisas do que todas as coisas entre si estão.
Alvo de louvor e glória és Tu. Exaltada demais é Tua sublimidade para que a Ti as
mãos daqueles dotados de compreensão atinjam, e demasiada é Tua insondável profundeza
para que dela possam emanar os rios das mentes e percepções dos homens.





Em Nome de Deus, o Compassivo, o Misericordioso.


T
ODO louvor a Deus, Que era Sempre-Existente antes de serem chamadas à existência as
coisas criadas, quando nenhum outro havia, senão Ele. Ele é Quem tem sido o Sempre-
Presente, enquanto não existia ainda elemento algum de Sua criação. Em verdade, as almas
daqueles dotados de compreensão não podem entender a menor manifestação de Seus
atributos, e as mentes dos que reconheceram Sua unidade são incapazes de perceber o mais
insignificante sinal de Sua onipotência.
Santificado és Tu, ó Senhor meu Deus. As línguas dos homens falham ao tentarem
louvar a obra gloriosa de Tuas mãos - quanto mais falhariam para exaltar a majestade de
Teu transcendente poder; e desde que a compreensão humana se confunde penosamente ao
tentar sondar o mistério de um só objeto de Tua criação, como poderá qualquer um atingir,
alguma vez, o reconhecimento de Teu Próprio Ser?
Eu vim a conhecer-Te por haveres Tu me feito saber que és incognoscível a todos,
salvo a Ti Próprio. Vim a saber - pela criação que Tu formaste da simples existência - que o
caminho que leva a atingir à compreensão de Tua Essência está vedado a todos. És Deus, e
salvo Tu, não há nenhum outro Deus. Ninguém, a não ser Tu Próprio, pode compreender
Tua natureza. Estás sem igual ou companheiro. Desde sempre estás só, sem nenhum outro
além de Ti e, para todo o sempre, continuarás a ser o mesmo, ao passo que nenhuma coisa
criada haverá de se aproximar jamais de Tua excelsa posição.
Todos os homens, ó meu Deus, confessam sua incapacidade de Te reconhecer assim
como Tu a Teu Próprio Ser conheces; o impulso gerador por Ti liberado está manifesto na
criação inteira e todos os seres que Tu formaste são apenas expressões de Teus admiráveis
sinais. Magnificado seja Teu Nome; és imensuravelmente exaltado acima dos esforços de
qualquer um entre Tuas criaturas para atingir Teu reconhecimento, assim como de Ti é
próprio e digno.
Louvor seja dado a Ti! O modo como Tu chamaste tua criação da inexistência para
a existência impede todas as coisas criadas de Te reconhecerem, e a maneira como formaste
as criaturas, com as limitações que lhes foram impostas, proclama serem simplesmente
nada, perante as revelações de Teus atributos.
Excelso és Tu, ó meu Deus! Toda a humanidade carece de poder para celebrar Tua
glória, e são falhas as mentes dos homens para a Ti darem louvor. Dou testemunho em Tua
presença, ó meu Deus, que Te tornas conhecido através de Teus admiráveis símbolos e és
reconhecido através das revelações de Teus sinais. O fato de haveres Tu nos trazido à
existência me leva a confessar diante de Ti que estás imensuravelmente enaltecido acima
de nosso louvor e, em virtude das qualidades das quais dotaste nossos próprios seres,
testifico a Ti que és transcendente além de nossa compreensão.
Permite que eu me eleve às mais nobres alturas, ao me aproximar de Ti, e ajuda-me
a entrar em Tua presença, através da fragrância de Tua santidade. Assim podem todos os
obstáculos ser dissolvidos pela luz do êxtase e todo o afastamento de Ti se dissipar, em
virtude de haver eu atingido a sede da reunião, e assim os véus sutis que me têm impedido
de entrar em Tua mansão de glória podem a tal ponto se rarefazer que eu possa obter acesso
à Tua presença e próximo de Ti vir a habitar, e possa expressar as palavras de louvor com
as quais descreveste a mim Teu Próprio Ser, dando testemunho de que és Deus, que
nenhum Deus há, senão Tu – Uno, Incomparável, Sempre-Presente – que Tu não geras,
nem és gerado, não tens descendentes, nem companheiro, que não há quem proteja contra
humilhação, a não ser Tu, e que Tu és o Senhor de todos os mundos. Dou testemunho
também de que todos, além de Ti, são apenas Tuas criaturas, as quais estão seguras em
Tuas mãos. Ninguém é favorecido com meios, nem vive em necessidade, a menos que isso
esteja de acordo com Tua Vontade. És o Rei dos dias sempiternos e o supremo Governante.
Tua grandeza é potente sobre todas as coisas e por Tua Vontade existem todas as coisas
criadas. Toda a humanidade reconhece sua humilde servitude e confessa suas faltas, e nada
há que não celebre Teu louvor.
Suplico-Te, ó meu Deus – pela glória de Teu Semblante misericordioso e pela
majestade de Teu antiqüíssimo Nome – que não me prives da fragrância vitalizadora das
evidências de Teus Dias – Dias esses que Tu Próprio tens inaugurado e feito aparecer.







Tu és Deus; nenhum Deus há, salvo Tu.


A
LVO de louvor e glória és Tu, ó Senhor meu Deus! És supremo sobre o reino da existência
e Teu poder abrange todas as coisas criadas. Tu seguras o reino da criação dentro de Tuas
mãos e chamas à existência, de acordo com Teu beneplácito.
Todo louvor a Ti, ó Senhor meu Deus! Suplico-Te – por aquelas almas que esperam
ansiosas à Tua porta e por aqueles santos seres que atingiram a corte de Tua presença –
lança sobre nós o olhar de Tua terna compaixão e contempla-nos com os olhos de Tua
amorosa providência. Faze nossas almas inflamarem-se com o fogo de Teu terno afeto e dá-
nos de beber das águas viventes de Tua generosidade. Que nos mantenhas firmes no
caminho de Teu ardente amor e nos capacites a permanecer dentro dos recintos de Tua
santidade. Verdadeiramente és Tu Quem Dá, o Mais Generoso, o Onisciente, O de Tudo
Informado.
Glorificado és Tu, ó meu Deus! Invoco-Te, por Teu Nome, o Mais Grandioso,
através do qual os segredos guardados por Deus, o Excelso, foram divulgados e os povos de
todas as nações convergiram para o centro focal da fé e certeza, através do qual Tuas
palavras luminosas emanaram para vivificar toda a humanidade e a essência de todo o
conhecimento foi revelada, mediante aquela Personificação da generosidade. Que minha
vida, meu mais íntimo ser, minha alma e meu corpo sejam oferecidos em holocausto pelo
pó enobrecido pelos Seus pés.
Peço-Te fervorosamente, Ó Senhor meu Deus – por Teu Nome, o Mais Glorioso,
pelo qual Tua soberania se estabeleceu e os sinais de Tua grandeza foram tornados
manifestos, através do qual os oceanos da vida e do santo êxtase surgiram para revivificar
os ossos decompostos de todas as Tuas criaturas e animar os membros daqueles que
abraçaram Tua Causa – peço-Te fervorosamente que, por Tua graça, nos ordenes o bem
deste mundo e do vindouro, nos possibilites acesso à corte de Tua misericórdia e
benevolência e acendas em nossos corações o fogo do júbilo e do êxtase, de tal modo que
os corações de todos os homens sejam assim atraídos.
Em verdade, és Tu o Onipotente, o Protetor, o Todo-Poderoso, O Que Subsiste por
Si Próprio.




G
LÓRIA a Ti, ó Senhor meu Deus! Peço-te que perdoes a mim e àqueles que apoiam Tua Fé.
Em verdade és Tu o Senhor soberano, o Clemente, o Mais Generoso. Ó meu Deus! Permite
que sejam admitidos á Tua Causa os servos Teus que estão privados de conhecimentos,
pois, uma vez sabendo de Ti, eles dão testemunho da verdade do Dia do Juízo e não
disputam as revelações de Tua generosidade. Faze sobre eles descerem os sinais de Tua
graça e concede-lhes, onde quer que residam, um generoso quinhão daquilo que ordenaste
para os pios entre Teus servos. Tu és, em verdade, o Supremo Governante, o Todo-
Generoso, o mais Benévolo.
Ó meu Deus! Que os eflúvios de Tua generosidade e de Tuas bênçãos desçam sobre
as casas cujos ocupantes tenham abraçado Tua Fé, como sinal de Tua graça e indício de
benevolência de Tua presença. Em verdade, não há quem Te supere em conceder perdão.
Se alguém fosse negada Tua graça, como poderia ele ser contado no número dos seguidores
da Fé, em Teu Dia?
Abençoa, ó meu Deus, a mim e àqueles que em Teus sinais virão a acreditar, no Dia
determinado, e àqueles que nutrem meu amor em seus corações - amor esse que neles Tu és
o Senhor da justiça, o Excelso.




I
MENSURAVELMENTE elevado és Tu, ó meu Deus, acima dos esforços de todos os seres
e todas as coisas criadas para Te louvarem e reconhecerem. Nenhuma criatura jamais Te
poderá compreender de um modo condizente com a realidade de Teu santo Ser, nem poderá
jamais um servo Te adorar de uma maneira digna de Tua incognoscível Essência. Louvor a
ti; demasiado alto é Teu excelso Ser, para que qualquer referência de Tuas criaturas
obtenha acesso à Tua presença.
Sempre que eu me elevava a Tua santa atmosfera, é meu Deus, e atingia o mais
íntimo espírito de oração a Ti, era induzido a reconhecer que Tu és inatingível e que
nenhuma menção de Ti poderá jamais alcançar Tua corte transcendente. Volvo-me, pois,
para Teus Bem-amados - Aqueles a Quem Tu benevolamente conferiste Tua própria
posição, a fim de que manifestassem Teu amor e Teu verdadeiro conhecimento. Abençoa-
Lhes, então, ó meu Deus, com toda distinção e todas as belas dádivas que, segundo Teu
conhecimento, estiverem dentro do domínio de Teu poder.
Ó meu Deus, meu Senhor e meu Mestre! Afirmo, por Teu poder e Tua glória, que
Tu somente, e nenhum outro, além de Ti, és o Desejo culminante de todos os homens, e que
Tu somente e nenhum outro, salvo Tu, és o Objeto de adoração. Ó meu Deus! As veredas
de Tua glória inacessível me incentivaram a expressar estas palavras, e os caminhos de
Tuas inatingíveis alturas me guiaram a fazer estas alusões. Excelso és Tu, ó meu Deus! As
evidências de Tua Revelação estão demasiado manifestas para que eu precise de me referir
a outrem, senão a Ti Próprio, e o amor que eu por Ti nutro é muito mais doce a meu gosto
do que o conhecimento de todas as coisas, e me livra da necessidade de buscar o
conhecimento possuído por qualquer outro, em vez de Teu conhecimento.
Todo louvor a Ti, ó meu Senhor. Verdadeiramente, em Ti acredito, assim como Tu
és, em Ti Próprio; e de Ti, assim como és, em Ti Próprio, peço perdão para mim mesmo e
para toda a humanidade.
Ó meu Deus! Fugi, em absoluto, à Tua face e prostrei-me diante de Ti, e nenhum
poder tenho eu sobre qualquer coisa em Tua santa presença. Fosses Tu me castigar com
Teu poder, serias justo, seguramente, em Teu decreto; e fosses Tu me conferir toda bela
dádiva, serias, em verdade, generosíssimo e benévolo. Em verdade, Tu independes de todos
os povos do mundo.
Tenho buscado reunião Contigo, ó meu Mestre, sem, entretanto, conseguir atingi-la,
a não ser conhecendo o desprendimento de tudo, salvo de Ti. Tenho ansiado por Teu amor,
mas falhado em meu esforço por encontrá-lo, a não ser pela renúncia a tudo, menos a Ti
Próprio. Ardentemente tenho desejado Te adorar, sem, no entanto, poder atingir Tua
adoração, a não ser amando àqueles que nutrem Teu amor. A ninguém reconheço, ó meu
Deus, exceto a Ti. És incomparável e nenhum companheiro tens. Tu, somente, conheces
nossas faltas - conhecimento esse, por nenhum outro possuído. Imploro Teu perdão por
qualquer coisa que a Ti desagrade.
Invoco-Te em todos os tempos com a língua de Tua inspiração, dizendo: "Tu és, em
verdade, O que a tudo possui, o Incomparável. Nenhum Deus há, senão Tu.
Imensuravelmente enaltecido e longe estás acima das descrições dos que com arrogância a
Ti designam companheiros."




T
ODA majestade e glória a Ti, ó meu Deus, e todo domínio e luz e grandeza e esplendor.
Conferes soberania a quem Tu determinas e a negas a quem Tu desejas. Nenhum Deus há,
senão Tu, O que a tudo possui, o Excelso. És Aquele que do nada cria o universo e todos os
que nele habitam. Nada há que seja digno de Ti, a não ser Tu Próprio, enquanto todos,
salvo Tu, são como proscritos em Tua santa presença, e como nada, quando comparados
com a glória de Teu Próprio Ser.
Longe esteja de mim exaltar Tuas virtudes, salvo por aquilo que Tu próprio
exaltaste em Teu poderoso Livro, onde dizes: "Nenhuma visão O abrange, mas Ele abrange
toda a visão. Ele é o Sutil, Quem a tudo percebe."80 Glória a Ti, ó meu Deus! Em verdade,
nenhuma visão ou mente, por mais aguçada ou discriminadora que seja, poderá jamais
compreender a natureza do mais insignificante de Teus sinais. Verdadeiramente, Tu és
Deus; nenhum Deus há, senão Tu. Dou testemunho de seres Tu Próprio, tão somente, a
expressão única de Teus atributos; testifico que o louvor de ninguém, a não ser de Ti,
poderá jamais atingir Tua santa corte, nem poderão Teus atributos jamais por outro ser
sondados, senão por Ti Próprio.
Glória a Ti! Enaltecido és acima da descrição de qualquer outro, senão de Ti
Próprio, desde que está além da concepção humana magnificar condignamente Tuas
virtudes, ou compreender a mais íntima realidade de Tua Essência. Longe esteja de Tua
glória que Tuas criaturas Te descrevam ou qualquer um além de Ti venha a conhecer-Te.
Vim a conhecer-Te, ó meu Deus, por haveres Tu Te tornado conhecido a mim, pois se a
mim não Te tivesses revelado, eu não Te teria conhecido. Eu a Ti presto adoração, em
virtude de haveres Tu me chamado a Ti, pois se não fosse isso, adoração a Ti eu não teria
prestado. Louvado és, ó meu Deus! Minhas transgressões tornaram-se volumosas, e meus
pecados assumiram lastimáveis proporções. Quão vergonhosa, em Tua santa presença,
minha condição se mostrará. Não Te tenho podido conhecer no grau em que Tu a mim Te
revelaste; não Te tenho podido prestar uma devoção digna de Teu chamado; falhei em Te
obedecer, por não haver trilhado a senda de Teu amor, da maneira como Tu me inspiraste.
Teu poder dá-me testemunho, ó meu Deus; o que de Ti é digno é muito maior e
mais exaltado do que aquilo que qualquer ser possa tentar realizar. Verdadeiramente, nada
Te poderá jamais compreender do modo que de Ti é digno, nem poderá uma criatura servil
Te adorar assim como convém a Tua adoração. Tão perfeita e compreensiva é Tua prova, ó
meu Deus, que sua íntima essência transcende a descrição de qualquer alma, e tão
abundantes são os eflúvios de Tuas dádivas, que nenhuma faculdade lhes pode avaliar o
infinito alcance.
Ó meu Deus! Ó meu Mestre! Imploro-Te - por Tuas múltiplas graças e pelos pilares
que sustentam Teu trono de glória - tem Tu compaixão dessas pessoas humildes às quais
falta o poder de suportar as coisas desagradáveis desta vida efêmera e, quanto mais,
suportar Teu castigo na vida vindoura - castigo esse, que é ordenado por Tua justiça, é
incitado por Tua ira e para sempre continuará a existir.
Suplico-Te - por Ti mesmo, ó meu Deus, meu Senhor e meu Mestre - que por mim
intercedas. De Tua justiça, fugi para Tua misericórdia. Como meu refúgio, Te busco, bem
como àqueles que de Teu caminho não se desviam, nem sequer por um volver de olhos -
aqueles por cuja causa Tu formaste a criação, como sinal de Tua graça e generosidade.




Ó
MEU Deus! Ninguém há, senão Tu, para me aliviar a angústia da alma, e Tu és minha
mais alta aspiração, ó meu Deus. Meu coração com nenhum outro se une, senão Contigo e
com aqueles a quem Tu amas. Declaro solenemente ser para Ti, tanto minha vida, como
minha morte. Em verdade és Tu incomparável, e nenhum companheiro tens.
Ó meu Senhor! Suplico Teu perdão por eu haver de Ti me excluído. Por Tua glória
e majestade, falhei em Te reconhecer e adorar condignamente, enquanto a mim Te tornas
conhecido e me chamas à lembrança de um modo condizente com Tua posição. Lastimável
aflição me sobrevirá, ó meu Senhor, fosses Tu me apreender por minhas más ações e
ofensas. Não conheço outro auxiliador, salvo Tu. A não ser Tu, nenhum refúgio tenho, para
onde fugir. Dentre Tuas criaturas, nenhuma pode atrever-se a interceder Contigo sem Tua
permissão. Seguro-me a Teu amor, diante de Tua corte e, cumprindo Teu mando, peço
ardentemente a Ti, do modo que condiga com Tua glória. Suplico-Te que atendas a meu
apelo, assim como Tu me prometeste. Verdadeiramente, és Deus; nenhum Deus há, senão
Tu. Só e sem auxílio, independes Tu de todas as coisas criadas. A devoção dos que Te
amam não pode a Ti trazer proveito, nem podem as más ações dos infiéis Te lesar. Em
verdade és Tu meu Deus, Aquele que jamais faltará à Sua promessa.
Ó meu Deus! Eu Te imploro pelas evidências de Teu favor - permite que eu me
aproxime das sublimes alturas de Tua santa presença e protege-me de me inclinar para as
alusões sutis de algo que não seja de Ti. Guia meus passos, ó meu Deus, para aquilo que Te
apraza e Te seja aceitável. Por Teu poder, abriga-me da fúria de Tua ira e de Teu castigo e
impede-me de entrar em moradas que Tu não aprovas.




Ó
MEU DEUS! Falhei em meu dever de Te conhecer de um modo condizente com Tua
glória, e de Te temer assim como é próprio de minha condição. Como posso eu, quando
neste estado, de Ti fazer menção, e como posso a Ti dirigir a face, quando tenho faltado em
meu dever de Te adorar?
Tu não me chamaste à existência a fim de demonstrar a potência de Tua grandeza, a
qual está inequivocamente manifesta e evidente; pois Tu és Deus, Quem sempre existiu,
quando nada ainda havia. Antes, Tu nos criaste, através de Teu transcendente poder, para
que, por Tua graça, uma simples menção fosse feita de nós diante da esplendorosa
manifestação de Tua Lembrança.
Nenhum conhecimento tenho de Ti, ó meu Deus, a não ser aquele que Tu me
ensinaste, mediante o qual eu reconhecesse Teu Próprio Ser - conhecimento esse, que
reflete apenas minhas falhas e meus pecados. Aqui estou, pois, ó meu Deus, inteiramente
consagrado a Ti, dispondo-me a fazer o que Tu desejas. Com humildade me lanço diante
das revelações de Tua misericórdia, confessando que és Deus, que nenhum Deus há, senão
Tu, que és incomparável, sem associado algum, e que nada há que Te seja semelhante.
Disso, Tu Próprio dás testemunho, assim como bem condiz com Tua glória.




Ele é Deus, o Soberano Governante, o Sempiterno,
Aquele Cujo auxílio é implorado por todos os homens.


A
LVO de louvor e glória és Tu, ó Senhor! Tanto o mundo existente, como as almas dos
homens dão testemunho de que Tu és transcendente acima das revelações da obra de Tuas
mãos, e os portadores de Teus nomes e atributos proclamam que és imensuravelmente
exaltado acima de qualquer louvor que os habitantes dos domínios da criação e da invenção
possam a Ti render. Todas as aparências e realidades indicam a unicidade de Tua Essência,
e todas as evidências e todos os sinais refletem a verdade de que Tu és Deus e não há para
Ti nenhum igual ou associado em todos os reinos do céu e da terra.
Imensamente enaltecido e santificado és Tu, ó Senhor! Teu Ser divino atesta que és
inescrutável a todos os que habitam em Teu reino da existência, e Tua mais íntima Essência
proclama que estás muito acima da descrição dos que revelam Tua glória.
Os sinais revelados pelas sagradas essências e as palavras expressas pelas realidades
excelsas e as alusões manifestadas pelas entidades etéreas - todos proclamam que Tu estás
imensuravelmente exaltado acima do alcance das personificações do reino da existência, e
todos afirmam com solenidade que estás imensamente enaltecido acima da descrição
daqueles envoltos nos véus da fantasia.
Louvor a Ti, ó Senhor! Teu Ser divino é testemunho seguro da unicidade de Tua
mais íntima Essência, e Tua divindade suprema dá testemunho da unidade de Teu Ser, e as
realidades de todas as coisas criadas atestam que nenhum laço de intercurso Te liga a
qualquer coisa no reino da criação que Tu formaste.
Todo homem de percepção que tem escalado as nobres alturas do desprendimento, e
todo homem de eloqüência que tem atingido a mais sublime posição, dão testemunho de
que Tu és Deus, o Incomparável, que nenhum associado tens designado para Ti Próprio no
reino da criação, e que ninguém há no reino da invenção que a Ti seja comparável. Homens
de sabedoria, que tinham apenas uma noção da revelação de Tua glória, conceberam uma
semelhança de Ti de acordo com seu próprio entendimento, e homens de erudição, que
haviam conseguido apenas um vislumbre das múltiplas evidências de Tua benevolência e
glória, inventaram para Ti associados, segundo suas próprias imaginações.
Glorificado, imensuravelmente glorificado és Tu, ó Senhor! Todo homem de
percepção tem se desviado para longe em sua tentativa de Te reconhecer, e todo homem de
consumada erudição está gravemente perplexo em sua busca de Ti. Toda evidência é
inadequada em face de Tua Essência incognoscível e toda luz recua e se põe abaixo do
horizonte, ao confrontar-se com apenas um tênue reflexo do deslumbrante esplendor de Tua
grandeza.
Dota-me, ó meu Senhor, de Tuas generosas graças e benévolas dádivas e concede-
me o que for próprio da sublimidade de Tua glória. Ajuda-me, ó meu Senhor, a ganhar uma
vitória notável. Abre Tu diante de mim a porta do êxito infalível, e faze aproximarem-se as
coisas que prometeste. Tu és, em verdade, potente sobre todas as coisas. Refresca meu
coração, ó meu Deus, com as águas viventes de Teu amor e dá-me uma poção, ó meu
Mestre, do cálice de Tua terna misericórdia. Possa eu habitar, ó meu Senhor, dentro dos
aposentos de Tua glória e permite-me emergir, ó meu Deus, da treva na qual tua
obscuridade divina se amortalha. Possibilita-me participar de todo bem que Tu concedeste
Àquele que é o Ponto e aos que são os expoentes de Sua Causa, e ordena para mim o que
Te convier e que com Tua posição for realmente condigno. Por Tua graça, perdoa-me pelas
coisas que tenho cometido em Tua santa presença e não me dirijas o olhar da justiça, mas
sim, salva-me através de Tua graça, trata-me com Tua misericórdia e de acordo com teus
generosos favores, assim como é digno de Tua glória.
Tu és a Eterna Clemência, o Todo-Glorioso; és Quem concede favores e dádivas, o
Senhor de graça abundante. Verdadeiramente, nenhum Deus há, senão Tu. És Quem a tudo
possui, o Altíssimo.
Santificado és Tu, ó Senhor, Tu a Quem todos rendem graças. Qualquer coisa que
de Ti eu possa afirmar, nada mais seria que um crime abominável diante de Ti, e qualquer
menção que de Ti eu possa desejar fazer, seria a essência da transgressão, e não importa
qual seja o louvor com que eu Te possa glorificar, não passaria de simples blasfêmia.
Ninguém, senão Tu, jamais pôde, nem poderá sondar Teu mistério, e pessoa alguma tem
conseguido, nem conseguirá, em qualquer tempo, desvelar Tua Essência.
Magnificado és! Nenhum Deus há, salvo Tu. És, em verdade, o Governante
Supremo, o Amparo no Perigo, o Altíssimo, o Incomparável, o Onipotente, o Todo-
Poderoso. Verdadeiramente, és grande em Tua proeza, o Senhor de transcendente glória e
majestade.
Protege Tu, ó Deus, a quem memorizar esta oração e a recitar durante o dia e à
noite. Em verdade, Tu és Deus, o Senhor da criação, o Todo-Suficiente. És fiel à Tua
promessa e fazes qualquer coisa que Te apraza. És Aquele que em Suas mãos segura os
domínios da terra e do céu. Em verdade és Tu o Todo-Poderoso, o Inatingível, o Amparo
no Perigo, o Predominante.




Ó
MEU Deus, meu Senhor e meu Mestre! Desliguei-me de meus parentes e procurei, através
de Ti, tornar-me independente de todos os que habitam na terra, e sempre pronto para
receber o que a Teus olhos for louvável. Confere-me um bem que me torne independente de
tudo, menos de Ti, e concede-me um quinhão mais amplo de Teus ilimitados favores. Em
verdade és Tu o Senhor de graça abundante.




E
U Te adjuro pelo Teu poder, ó meu Deus! Não deixes nenhum mal me sobrevir em tempos
de provações e, em momentos de inadvertência, guia meus passos no caminho certo,
através de Tua inspiração. Tu és Deus; potente és para fazer o que desejas. Ninguém Te
pode resistir à Vontade ou frustrar o Desígnio.




T
UA clemência peço, ó meu Deus, e perdão imploro da maneira que Tu desejas que Teus
servos a Ti se dirijam. Peço-Te que nos purifiques de nossos pecados, assim como convém
à Tua dignidade de Senhor, e que perdoes a mim, a meus pais e àqueles que, segundo Tua
estimativa, entraram na morada de Teu amor, de um modo digno de Tua transcendente
soberania e condizente com a glória de Teu poder celestial.
Ó meu Deus! Tu inspiraste minha alma a oferecer a Ti sua súplica, e se não fosses
Tu, e não Te invocaria. Louvado e glorificado és; eu Te dou louvor porquanto Te revelaste
a mim, e Te imploro que me perdoes, pois faltei em meu dever de Te conhecer e deixei de
andar na vereda de Teu amor.




L
OUVADO seja Teu Nome, ó Senhor nosso Deus! Tu és, em verdade, o Conhecedor de
coisas não percebidas. Ordena para nós um bem que possa ser medido por Teu
conhecimento, o qual a tudo abrange. És o Senhor soberano, o Todo-Poderoso, o Mais
Amado.
Todo louvor a Ti, ó Senhor! Buscaremos Tua graça, no Dia designado, e nossa
inteira confiança haveremos de depositar em Ti, ó Tu que és nosso Senhor. Glorificado és,
ó Deus! Concede-nos o que é bom e próprio, a fim de podermos dispensar tudo, salvo Tu.
Em verdade és Tu o Senhor de todos os mundos.
Ó Deus! Recompensa aqueles que tudo suportam com paciência em Teus dias, e
fortalece seus corações para que andem sem desvios no caminho da Verdade. Concede,
pois, tão belas dádivas que lhes facilitem acesso a Teu abençoado Paraíso. Excelso és Tu, ó
Senhor Deus. Faze Tuas bênçãos celestiais descerem sobre lares habitados por aqueles que
tenham em Ti acreditado. Tu és, deveras, inexcedível em mandar descerem bênçãos
divinas. Manda avançarem, ó Deus, hostes que possam tornar vitoriosos Teus servos fiéis.
As coisas criadas, Tu, através do poder de Teu decreto, moldas assim como Te apraz. Tu
és, em verdade, o Soberano, o Criador, a Suma Sabedoria.
Dize: Deus, verdadeiramente, é Quem cria todas as coisas; dá sustento em
abundância a quem quer que Ele deseje. É Ele o Criador, a Origem de todos os seres; é
Quem forma, Quem faz, o Todo-Poderoso, a Suma Sabedoria. Ele é o Portador dos mais
excelentes títulos, em todos os céus e toda a terra e qualquer coisa que entre eles esteja.
Todos Lhe cumprem o imperativo, e todos os habitantes da terra e do céu Lhe celebram o
louvor, e a Ele haverão todos de regressar.




A
TRAVÉS de Tua Revelação, ó meu Deus, Tu me capacitaste a Te conhecer e, pela
irradiação de Teu fulgente esplendor, me inspiraste com Tua lembrança. Tu és Aquele mais
próximo de mim, sem coisa alguma entre Ti e mim, e és Aquele Cujo poder nada em
absoluto haverá de frustrar. Longe esteja, pois, de Tua Essência, que as mais fortes aves das
almas dos homens, ou das imaginações humanas, em tempo algum escalem suas alturas, e
demasiado enaltecido está Teu santo Ser, para que os mais elevados sentimentos dos
homens de compreensão a Ti atinjam. Nunca, desde toda a eternidade, pessoa alguma
compreendeu Teu Próprio Ser, e para todo o sempre haverás Tu de permanecer o que és
desde tempos imemoriais, sem nenhum outro, senão Tu.
Magnificado seja Teu Nome! Tu és o Mais Amado, Quem me capacitou a Te
conhecer, e és O de todo renome - Tu que benevolamente me favoreceste com Teu amor.
És o Ancião dos Dias, a Quem pessoa alguma jamais poderá descrever pelas evidências de
Tua glória e majestade, e Tu és o Poderoso que ninguém jamais poderá compreender
através das revelações de Tua grandiosidade e beleza, desde que as expressões de majestade
e magnificência e os atributos de domínio e beleza são apenas os sinais de Tua Vontade
divina e os fulgentes reflexos de Tua soberania, os quais, em virtude de sua própria
essência e natureza, proclamam que o caminho está vedado, e dão testemunho de que a
senda está inacessivelmente além do alcance dos homens.













Em Nome de Teu Senhor, o Criador, o Soberano, o
Todo-Suficiente, o Excelso, Aquele Cujo auxílio é
implorado por todos os homens.


D
IZE: Ó meu Deus! Ó Tu que és o Criador dos céus e da terra, ó Senhor do Reino! Bem
conheces Tu os segredos de meu coração, enquanto Teu Ser é inescrutável a todos, salvo a
Ti Próprio. Vês qualquer coisa que seja de mim, enquanto isto nenhum outro pode fazer,
senão Tu. Concede-me, através de Tua graça, o que me capacite a dispensar tudo, menos a
Ti, e para mim destina o que me faça independente de todos, salvo de Ti. Permite que eu
colha os benefícios de minha vida neste mundo e no vindouro. Abre Tu diante de minha
face, os portais de Tua graça e benevolamente me confere Tua terna misericórdia e Tuas
dádivas.
Ó Tu que és o Senhor de graça abundante! Possa Teu amparo celestial cercar
aqueles que Te amam, e confere-nos os favores e as dádivas que Tu possuis. Que Tu nos
sejas suficiente em todas as coisas; perdoa nossos pecados e tem misericórdia de nós. Tu és
nosso Senhor e o Senhor de todas as coisas criadas. A ninguém invocamos, senão a Ti, e
nada pedimos, senão Teus favores. És o Senhor de generosidade e graça, invencível em Teu
poder e o mais hábil em Teus desígnios. Nenhum Deus há, salvo Tu, O que a tudo possui, o
Excelso.
Confere Tuas bênçãos, ó meu Senhor, aos Mensageiros, aos homens santos e aos
retos. Verdadeiramente, Tu és Deus, o Inigualável, o Predominante.




G
LORIFICADO és Tu, ó Senhor, meu Deus! És, em verdade, o Rei dos reis. Conferes
soberania a quem quer que desejes, e dela privas qualquer um que Tu queiras. Exaltas a
quem quer que desejes e rebaixas a qualquer um que Tu queiras. Tornas vitorioso quem
quer que desejes e humilhas qualquer um que Tu queiras. Concedes riqueza a quem quer
que desejes e reduzes à pobreza qualquer um que Tu queiras. Fazes que quem quer que
desejes prevaleça sobre qualquer um que Tu queiras. Em Tuas mãos seguras o império de
todas as coisas criadas e, através da potência de Teu mando soberano, chamas à existência a
quem quer que Tu desejes. Em verdade és Tu o Onisciente, o Onipotente, o Senhor de
poder.




L
OUVADO e glorificado és Tu, ó Deus! Permite que rapidamente se aproxime o dia de se
atingir Tua santa Presença. Alegra nossos corações através da potência de Teu amor e
beneplácito e concede-nos constância, para que espontaneamente nos submetamos a Tua
Vontade e a Teu Decreto. Em verdade, Teu conhecimento abrange todas as coisas que Tu
criaste ou criarás, e Teu poder celestial transcende qualquer coisa que tenhas chamado ou
venhas a chamar à existência. Não há a quem dirigir a devoção, senão a Ti, ninguém a ser
desejado, salvo Tu, nem a ser adorado, senão Tu, e nada há que se deva amar, salvo Teu
beneplácito.
Verdadeiramente és Tu o Supremo Governante, a Verdade Soberana, o Amparo no
Perigo, O que Subsiste por Si Próprio.




T
U bem sabes, ó meu Deus, que tribulações sobre mim têm chovido de todas as direções e
que ninguém, a não ser Tu, as pode dissipar ou alterar. Sei com toda certeza, em virtude de
meu amor por Ti, que Tu jamais farás tribulações sobrevirem a qualquer alma, a não ser
que desejes lhe exaltar a posição em Teu Paraíso celestial e fortalecer o coração, nesta vida
terrena, com o baluarte de Teu poder predominante, a fim de que se não incline para as
vaidades deste mundo. Em verdade, Tu bem percebes que eu, sob todas as condições, muito
mais estimaria a lembrança de Ti do que a possessão de tudo o que está nos céus e na terra.
Fortalece meu coração, ó meu Deus, em Tua obediência e em Teu amor, e faze que
eu me livre da inteira companhia de Teus adversários. Verdadeiramente, afirmo por Tua
glória, que eu por nada anseio, senão por Ti Próprio, nem coisa alguma desejo, a não ser
Tua misericórdia, e de nada tenho apreensão, salvo de Tua justiça. Suplico-Te que a mim
perdoes, bem como àqueles a quem Tu amas, do modo que Te apraza. Em verdade és Tu o
Onipotente, o Generoso.
Imensamente enaltecido és Tu, ó Senhor dos céus e da terra, acima do louvor de
todos os homens, e que a paz esteja sobre Teus servos fiéis. Glória a Deus, o Senhor de
todos os mundos.




L
OUVOR a Ti, ó Senhor, meu Mais Amado! Torna-me constante em Tua Causa e permite
que eu seja incluído entre aqueles que não violaram Teu Convênio nem seguiram os deuses
de sua própria vã fantasia. Capacita-me, então, a obter um assento da verdade em Tua
presença, confere-me um sinal de Tua misericórdia e faze que me una com aqueles de Teus
servos que nenhum receio nem tristeza haverão de sentir. Não me abandones a mim
mesmo, ó meu Senhor, nem me prives de reconhecer Aquele que é o Manifestante de Teu
Próprio Ser, nem me julgues um dos que se afastaram de Tua santa presença. Inclui-me, ó
meu Deus, no número dos que são privilegiados a fixar seu olhar em Tua Beleza e a tal
ponto nisso se deleitam que nem sequer um momento assim passado eles trocariam pela
soberania do reino dos céus e da terra ou pelo inteiro domínio da criação. Tem
misericórdia de mim, ó Senhor, nestes dias em que os povos de Tua terra têm errado
lastimavelmente; provê-me, então, ó meu Deus, daquilo que a Teus olhos seja bom e
próprio. Tu és, em verdade, o Onipotente, o Benévolo, o Generoso, a Eterna Clemência.
Faze que eu não seja julgado, ó meu Deus, um daqueles cujos ouvidos são surdos,
cujos olhos são cegos, cujas línguas são mudas e cujos corações não têm podido
compreender. Livra-me, ó Senhor, do fogo da ignorância e do desejo egoísta, permite que
eu seja admitido aos recintos de Tua transcendente misericórdia e sobre mim desça o que
ordenaste para Teus eleitos. Potente és Tu para fazer o que Te apraz. Em verdade, és Tu o
Amparo no Perigo, O que Subsiste Por Si Próprio.




Ó
MEU Deus, ó meu Senhor, ó meu Mestre! Suplico-Te que me perdoes por haver buscado
algum outro prazer, senão Teu amor, ou algum conforto, a não ser Tua proximidade, ou
outro deleite, senão Teu beneplácito, ou qualquer existência, salvo a comunhão Contigo.




T
U vês, ó meu Senhor, minha morada no coração desta montanha, e testemunhas minha
paciência. Em verdade, nada tenho eu desejado, senão Teu amor e o amor dos que Te
amam. Como posso louvar a fulgente beleza de Tua Deidade, consciente que estou, de eu
nada ser, diante da morada de Tua Glória? A tristeza do isolamento e da solidão, porém,
me leva a invocar-Te, através desta oração, para que, porventura, Teus servos fidedignos se
tornem cientes de meus lamentos, a Ti supliquem por mim, e Tu benevolamente respondas
a suas orações, como sinal de Tua graça e Teu favor. Dou testemunho de que nenhum Deus
há, senão Tu, desde que estejas investido de soberania, grandeza, glória e poder que
ninguém entre Teus servos pode imaginar ou compreender. Em virtude daquilo que é
inerente à Tua Essência, Tu, em verdade, haverás de permanecer sempre inescrutável a
todos, salvo a Ti Próprio.




H
Á quem remova as dificuldades, a não ser Deus? Dize: Louvado seja Deus! Ele é Deus!
Todos são Seus servos e todos aquiescem a Seu mando!


















NOTAS


PASSAGENS TRADUZIDAS POR SHOGHI EFFENDI



Um número considerável de passagens dos Escritos do Báb foi traduzido por Shoghi
Effendi e citado em suas várias obras. Aquelas que incluímos nesta compilação são as
seguintes:


Pág.
linha

19
1
"A substância da qual Deus..." a "... nem os fiéis descobrir."
19
4
"Sou um dos pilares que sustentam..." a "... tudo o que é bom e próprio;"
19
28
"Por Minha vida! Se não fosse..." a "... as chaves do inferno à Minha
esquerda..."
20
3
"Sou o Ponto Primaz..." a "... cujo brilho não se esvairá jamais."
20
30
"Nesse mesmo ano..." a "... tua posição de soberano."
21
11
"Juro por Deus!..." a "... a respiração suspensa, por temor a Deus,"
22
5
"Lastimáveis, lastimáveis são as coisas que Me têm atingido!"
22
9
"Juro pelo Senhor, o Mais Grandioso!...," a "... todos os eleitos..."
23
9
"Infeliz aquele..." a "... mãos procede o bem."
23
22
"Juro por Deus! Nenhum bem..." a "... do tamanho de um grão de mostarda."
23
31
"Nesta montanha..." a "... o que Eu tenho suportado!"
24
6
"Juro pela verdade de Deus!..." a "... levado a efeito."
47
16
"Ó assembléia de reis e dos..." a "... como decreto de Deus."
47
22
"Ó Rei do Islã!..." a "... Paraíso de Seu beneplácito..."
48
15
"Por Deus! Se fizerdes bem..." a "... todo o domínio terrestre."
49
4
"Vão, de fato, é vosso domínio..." a "... aqueles que O têm negado;"
49
8
"Ó assembléia de reis! Entregai..." a "... Oriente como do Ocidente."
49
28
"Ó assembléia de sacerdotes! Temei a Deus..." a "... pela posição que
ocupastes."
50
20
"Quanto aos que negam Aquele..." a "... o Poderoso, o Sábio."
55
13
"Breve haverá Deus de lhes mostrar..." a "... um tormento severo."
59
9
"E quando tiver soado..." a "... envolve Tua Revelação."
61
14
"Ó assembléia dos xiitas!..." a "... como decreta o Livro-Mater."
62
1
"Saí de vossas cidades, ó povos do Ocidente, servi a Deus..."
62
8
"Tornai-vos como verdadeiros irmãos na religião una e indivisível..."
63
6
"Por Minha glória!..." a "... coração de Meu trono;"
64
21
"Do nada absoluto..." a "... outra vontade, senão à Tua."
65
1
"Ó Tu Remanescente de Deus!..." a "... o Protetor, o Ancião dos Dias."
66
22
"Ó povo do Alcorão!..." a "... mácula em um caroço de tâmara."
68
24
"Temei a Deus, ó assembléia de reis..." a "... do Paraíso inteiro."
73
17
"Se fosse Nosso desejo..." a "... a verdade de Nossa Causa..."
74
8
"Com os Profetas..." a "... que circulam Seu trono de misericórdia."
76
1
"Dentro em breve faremos..." a "... castigo mais terrível e exemplar..."
78
6
"Ó povos da terra!..." a "potente sobre todas as coisas."
78
11
"Ó Qurratu'l-'Ayn!..." a "... sempre Te têm conhecido."
79
17
"Sou o Templo Místico..." a "... em meio à Sarça Ardente."
92
22
"Como estais velados, ó Minhas criaturas..." a "... Lhe recusam até uma
lâmpada!"
105
25
"Do princípio ao fim é o Bayán..." a "... Seu fogo como de Sua luz."
108
19
"Mil exames minuciosos do Bayán..." a "... Deus haverá de tornar manifesto."
110
12
"É claro e evidente..." a "... não teve começo e não terá fim."
112
9
"Hoje o Bayán está..." a "... perfeição final aparecerá."
121
11
"Deus Benévolo!... sete poderosos soberanos..." a "... atrás de si nomes
ilustres."
127
11
"A culpa cai sobre seus doutores..." a "... e atingir a salvação!"
159
12
"Consagra Tu a Ele, ó Meu Deus..." a "... nem a Mim haverá de regressar."
160
1
"Ele - glorificada seja Sua menção..." a "... está próximo, pronto para
atender."
172
1
"Ó congregação do Bayán..." a "... o Amparo no Perigo, o Altíssimo."
218
21
"Há quem remova as dificuldades..." a "... aquiescem a Seu mando!"


Passagens dos Escritos do Báb que foram traduzidas por Shoghi Effendi, mas que
não são incluídas nesta compilação. Podem ser encontradas em God Passes By: pgs. 25, 29
e 30; em The World Order of Bahá'u'lláh: pgs. 100, 101, 126 e 127; e em Epistle to the Son
of the Wolf: pgs. 141, 142, 151-160, 165 e 171-176.















COMPOSTO E IMPRESSO POR
TAVARES & TRISTÃO - GRÁFICA
E EDITORA DE LIVROS LTDA.,
À RUA 20 DE ABRIL, 28, SALA 1.108,
RIO DE JANEIRO, RJ.
Esta é a primeira letra de Thamarih, que significa fruto. Shoghi Effendi, em seus escritos, se refere ao Báb
como o Thamarih (fruto) da Árvore das sucessivas Revelações de Deus (V. carta de Shoghi Effendi aos
bahá´ís do Oriente, datada em Naw-Rúz 110, página 5.)
Em uma de Suas Epístolas, ´Abdu´l-Bahá explica que algumas pessoas foram enganadas por esta frase,
pensando que a escola mencionada fosse uma escola física para o ensino de crianças analfabetas, enquanto
que se referiu a uma escola espiritual santificada acima dos limites do mundo contingente. Também
Bahá´u´lláh, no Kitáb-i-Aqdas, se refere a esta Epístola do Báb, nas seguintes palavras:
Ó Tu, Pena Suprema! Move-te sobre a Epístola, com a permissão de Teu Senhor, o Criador dos céus.
Recorda Tu, então, o dia em que o Manancial da unidade divina procurou assistir à escola que está santificada
acima de tudo, menos de Deus, a fim de que, porventura, os justos viessem a conhecer, na medida do fundo de
uma agulha, aquilo que se oculta atrás dos véus dos íntimos mistérios de Teu Senhor, o Todo-Poderoso, o
Onisciente.
Dize, Nós, em verdade, entramos na escola do significado e exposição interiores em um tempo em
que as mentes de todos os que habitam na terra estavam envoltas de desatenção. Testemunhamos o que o
Senhor Misericordioso revelara, aceitamos a dádiva que Ele (o Báb) Me oferecera dos versículos de Deus, o
Amparo no Perigo, O que Subsiste por Si Próprio e escutamos o que na Epístola Ele atestara. Nós,
verdadeiramente, somos a Testemunha. Respondemos a Seu chamado, a Nosso próprio mando, e, em verdade,
somos Nós Quem ordena.
Ó povo do Bayán!.. Nós entramos na Escola de Deus quando vós estáveis adormecidos em vossos
leitos, e perscrutamos a Epístola enquanto vos encontráveis em um sono profundo. Pela justiça de Deus, o
Verdadeiro, Nós a havíamos lido antes de Ele a revelar, e vós estáveis completamente inconscientes. Na
realidade, Nosso conhecimento abrangera o Livro quando ainda não havíeis nascido.
Estas palavras são reveladas de acordo com vossa medida, e não com a de Deus, e disso dá
testemunho aquilo que se encerra no conhecimento de Deus, pudésseis vós apenas saber. Disso testifica
Aquele que é o Porta-Voz de Deus, pudésseis apenas compreender. Pela justiça de Deus! Fôssemos levantar o
véu, viríeis a desfalecer. Cuidai de não disputar com Ele e com Sua Causa. Ele, em verdade, de tal modo
apareceu que abrange todas as coisas, quer sejam do passado ou do futuro. Fôssemos Nós, nesta ocasião,
expressar-Nos na linguagem dos habitantes do Reino, diríamos haver Deus erguido essa Escola antes de
serem trazidos à existência os céus e a terra, e que Nós nela entramos antes de as letras "S" e "Ê" se juntarem
e serem fundidas.

3 1260 A. H. (Ano Hejirae) (1844 d.C.).
4 Alcorão 8:44.
5 O valor numérico das letras da palavra Hín é 68. O ano de 1268 A.H. (1851-1852 d.C.) é o ano que precede
ao nascimento da Revelação Bahá'í.
6 O Ka'bah em Meca.
7 Cf. Alcorão 4:119.
8 Alcorão 13.
9 Alcorão 3:182.
10 Cf. Alcorão 19:41.
11 Cf. Alcorão 17:90.
12 Cf. Alcorão 2:285.
13 Cf. Alcorão 3:50.
14 Cf. Alcorão 14:4.
15 Cf. Alcorão 68:42.
16 Cf. Alcorão 7:63,69.
17 Cf. Alcorão 36:68.
18 Cf. Alcorão 65:7; 94:5.
19 Cf. Alcorão 8:45.
20 Cf. Alcorão 2:204.
21 Cf. Alcorão 4:51.
22 Cf. Alcorão 12:20.
23 Nestas passagens do Qayyúmu'l-Asmá, o nome Qurratu'l 'Ayn (Consolação dos olhos) refere-se ao próprio
Báb.
24 Cf. Alcorão 78-38.
25 Cf. Alcorão 11:83.
26 Cf. Alcorão 24:21.
27 Cf. Alcorão 83:25-26.
28 Cf. Alcorão 52:6.
29 Cf. Alcorão 29:40.
30 Cf. Alcorão 2:206.
31 Cf. Alcorão 2:163-164.
32 Cf. Alcorão 17:88.
33 Cf. Alcorão 74:35-37.
34 Cf. Alcorão 21:40.
35 Cf. Alcorão 2:14.
36 Cf. Alcorão 4:149.
37 Cf. Alcorão 9:32.
38 Cf. Alcorão 4:169.
39 Alcorão 5:77.
40 Cf. Alcorão 5:15-18.
41 Cf. Alcorão 5:22.
42 Cf. Alcorão 5:71.
43 Cf. Alcorão 2:32; 38:74-78.
44 Cf. Alcorão 7:69; 12:41.
45 Cf. Alcorão 7:14-6; 20:90.
46 Cf. Alcorão 7:186.
47 Cf. Alcorão 4:1.
48 Cf. Alcorão 10:50.
49 Cf. Alcorão 10:16.
50 Cf. Alcorão 10:33.
51 Cf. Alcorão 18:42.
52 Cf. Alcorão 11:120.
53 Cf. Alcorão 6:10.
54 Cf. Alcorão 3:172.
55 Cf. Alcorão 33:72.
56 Cf. Alcorão 6:93.
57 Cf. Alcorão 11:87.
58 Cf. Alcorão 14:13.
59 O Bayán está dividido em vahids e capítulos, aos quais estes números se referem.
60 Alcorão 8:47; 33:41; 62:10.
61 Alcorão 29:50.
62 Alcorão 57:21.
63 Em O Dia Prometido Chegou em página 12, Shoghi Effendi afirma que essa passagem foi revelada pelo
Báb como Porta-voz de Deus.
64 É uma referência a Quddús "a quem o Bayán Persa exaltava como aquele companheiro de peregrinação à
cujo redor revolviam espelhos no número de oito Váhids." (Presença de Deus)
65 Alcorão 8:2.
66 Alcorão 19:92.
67 22 de maio de 1844.
68 Desde a Declaração de Maomé; isso ocorreu dez anos antes da Hégira, a qual assinala o início do calendário
muçulmano.
69 Alcorão 3:5.
70 Alcorão 68:51.
71 Por "noite" se significa o período entre duas Revelações divinas, quando o Sol da Verdade não está
manifesto entre os homens. Diz o Báb no Bayán Persa II 7: "Ó povo do Bayán! Não vos comporteis do
mesmo modo que se comportou o povo do Alcorão, pois se assim fizerdes, os frutos de vossa noite ao nada se
reduzirão."
72 O Kitáb-i-Asmá divide-se em váhids e capítulos, aos quais esses números se referem.
73 V. nota no. 71.
74 V. nota no. 71.
75 Aquele que se levanta (God Passes By, pg. 57).
76 Aquele que é guiado (God Passes By, pg. 58).
77 O original desta oração por proteção foi escrito pelo próprio punho do Báb, em forma de uma estrela de
cinco pontas.
78 Isto se refere ao dia do nascimento do Báb no primeiro dia do mês de Muharram, 1235 A.H. (20 de outubro
de 1819).
79 Alcorão 37:180-182.
80 Alcorão 6;103.


1

Holy-Writings.com v2.7 (213613) © 2005 - 2021 Emanuel V. Towfigh & Peter Hoerster | Impressum | Change Interface Language: EN